Reféns da tecnologia? Até onde tudo isso influência em nossas vidas?
Até onde a tecnologia do mundo atual, influencia nossas vidas ?
Hoje, tive um tempo muito grande livre, o que me levou a uma introspecção em minhas entranhas como há muito tempo não havia mergulhado. Em toda minha região ficamos sem força, falta de energia elétrica para manutenção CPFL. E muitas coisas pensei durante estas quase 10 longas horas que pareciam não tem fim.
Acordar logo as 10 da manhã em pleno sábado de folga, e se deparar com a casa inteirinha desligada…é uma sensação um tanto estranha. Eu sempre me levanto e vou direto ao chuveiro com minha escova de dentes. Mas desta vez, não quis enfrentar uma ducha gelada, pois meu corpo acostumou nestes anos com a água quente que sai do chuveiro e que pouco paramos para sequer dar o valor devido tanto a água quanto ao chuveiro. Pois bem, escovei os dentinhos e fui logo tomar meu café da manhã reforçado, pois hoje eu iria fazer os reviews programados e que estão atrasados 7 dias para entrega oficial ao OverBR.Chegando na cozinha, aquário todo escuro, peixinhos perdidos sendo apenas iluminados pela luz do sol que entra em meio as frestas da janela. Por hábito e costume que instantâneo “ligo” o botão da cafeteira e espero a luz apagar, mas espera !!! Luz que luz….apagar? nem acendeu…estamos sem força.
Vou então ao velho método de café no pó e coador de papel, pois o coador de pano aposentei quando minha vó partiu-se desta para melhor. Abro e gás e nada…. aquele cheiro apenas de Gás cobriu o ar da cozinha toda. Logo percebi….eu ainda estava meu dormindo mas lembrei-me, o fogão só liga e acende o gás se tiver a porqueira da Energia para ele. Então fecho o gás, e saio pela casa procurando o velho fósforo. Abre aqui, abre lá, nada. Procura aqui e lá, fósforos? Pareciam artigo de mais alto luxo e requinte neste momento, e que eu um simples mortal da era moderna, jamais me lembrei de comprar sequer uma caixinha nos últimos anos de supermercado. Apelar? Fazer faíscas? Já sei, vou pegar minha Micro Retífica com pedra e “lixar” algum ferro perto do gás, e ele entrará em combustão. Parece ridículo pensamento. Mas foi o que me veio de imediato a cabeça. Mas lembrei-me, epa, retífica? Haeuehueahu aqui não é casemod e pouco menos temos energia para ligar a velha guerreira. Ops, lembrei, EU FUMO !!! Aleluia eim, pega o isqueiro. Fui salvo. Acendi e fiz o café.
Tomei café como de costume, ou pelo menos quase. Sempre após o café adoro um copo de água super gelado. Fui no bebedor. Mas ai parei, aqui também ta fora do ar. Não temos energia sequer para fazer a água geladinha sair pelas torneiras. Tudo bem, posso ficar sem isso. Afinal pra que água?
Já eram quase longas 11 horas da manhã. Fui logo pensando no rango e na deliciosa lasanha com medalhões de peru (da Sadia é claro) que comprei semana passada no Supermercado saindo do serviço. Tirei do congelador, e ainda estava congelado, afinal ali ninguém abriu e a energia tinha desligado apenas algumas horinhas. Tudo bem, vamos aguardar o descongelamento padrão para colocar no forno para dourar e deixr tudo certinho. Fui passear no quintal e regar as plantas.
Pego, balde, abro a torneira , aguardo, Balde cheio e lá caminho de chinelos, cara de louco, cabelo ao vento, levando a alegria das plantas que no dia a dia sequer passo ali e admiro a beleza das minhas samambaias, orquídeas, e outros vazos que sempre gostei de plantar e cultivar.
OPs, chegando perto, as plantas estão todas murchas, esquisitas, caindo pancadas e pancadas de folhas. Tudo bem, deve ser o ar seco. Mas lembrei também que há mais de 2 semanas eu não molhava elas. Dia a dia Corrido. Pouco paro para olhar o que está ao meu redor, a não ser as benditas telinhas fosforecentes dos computadores e notebooks , que ficam espalhados pela casa. Aqui todos tem um aparelho de deixar louco (Computador) até o meu cachorro tem um ao seu estilo DogCase. Mas hoje parecia diferente. A Casa estava inteirinha silenciosa, sem nenhum apito, campainha, barulho da geladeira ou de qualquer outra coisa. OOO… no meio do nada uma campainha, será que a energia voltou? Não era o meu Pager que disparava avisando que faltavam 15 minutos para meio dia, ele sempre me avisa, é o horário que minha filha menor volta da escola. Coisas de Pai e de velho. Muito bem, vamos voltar ao cotidiano bem diferente.
Que fome, lá volto eu pra cozinha. Abro a lasanha e os deliciosos medalhões, e pego a bandeija, ou como diria minha vó, a assadeira. Abro o forno programo ele pra 30 minutos, e viro o botão. Ai Aiii meu forno é elétrico e agora? Não, não podia estar acontecendo isso comigo, não naquele sábado tão especial. Era minha folga e o dia prometia.
Já sei, vou dar uma olhada nas receitas da Internet e ver como assar lasanha em água quente, não tenho forno convencional em casa, é tudo elétrico. Microondas, aquele de cara, já sabia que não funfava de boa, pois não tinha energia. E lá caminhava eu pro escritório e pensando, ahhhh agora pego todos, MEU NOTEBOOK TEM BATERIA SOBRANDO !!! Tudo bem, mas e o roteador? E o modem da telefoônica? Ahhh só por Deus, aquilo desabou em minha mente como um enorme tijolo de 5 kg caindo direto do 10 andar de um edifício. Não, novamente não. Isso não podia estar acontecendo comigo.
Dei um jeitinho brasileiro. Liguei o fogão com meu isqueiro, e enchi aquela vasilha que minha vó chamaria novamente de forma. Pois bem, água fervendo logo meti pra dentro as 2 bandeijas suculentas da Sadia no meu almoço.
Almoçamos, e logo peguei minha princesinha para dar aquele cochilo da tarde, a famosa cesta. Mas que disse que ela iria dormir comigo? Ela só fica quieta na cama com com a TV ligada do quarto e em alto e bom som (Parece que ela sismou que o Pai dela ronca, pelo menos eu nunca ouvi isso não, mas ela disse que o Pai dela quando está cansado parece que tem um trator na barriga, treme a cama toda.) bom…. ai ela sabiamente e com os olhos de princesinha que todo Pai sabe conhecer um pedido, mesmo sem pedir. Mas ela pediu, Pai, lê um livro de historinha pra mim? Rapidamente não titubiei, peguei o livro dela predileto, que é a palavra, a história da vida desde a época de Abraão e comecei lendo. Ela logo que adormeceu, mas juro que não sei quem dormiu primeiro. Não me recordo. Acordei meio assustado, meu cão super protetor e enorme (um poodle toy) latindo como louco e lambendo minha orelha. Minha filha saiu da cama e deixou a porta aberta do quarto, o cão entrou e me acordou. Tudo bem, deixa eu ver que horas são? Olho pra cabeceira, e o dispertador um rádio relógio apagado. Logo lembrei do pesadelo infindável. Não aquilo não era um sonho mal, estávamos no apagão da CPFL. Não sei que horas nem imagino, mas a alegria veio rápido, logo pensei, oba, deve estar próximo das 17.00 hs, horário prometido pro final do apagão. Então levanto e saio pela casa, em busca de algo que me informasse o horário. Passo por 3 TVs, vídeo cassetes, outros rádios relógios do quarto, mas nada de TIC TAC, aqueles de corda e nem de pilhas. Que coisa inacreditável. Continuo buscando um relógio, presilha, enfim, qualquer porcaria do Paraguai ou da China que mostrasse o horário , mas nada. Cheguei na sala e ai veio a lembrança. MEU PAGER, ele tem horas. Aleluia, fui salvo do anonimato do tempo. Eram inacreditáveis quase 14.00 hs, ufa, passou quase 1 hora de cochilo.
Tentei buscar algo para fazer ou pelo menos passar essas 3 horas faltantes. Logo pensei oba, vamos pra oficina, ela é bem clara, não preciso de luz e só irei tirar as fotos dos coolers e dos processadores, placa mãe e deixo tudo na máquina , depois é só editar as fotos e montar o review com os testes. Aleleuia… arrumei algo pra fazer e estava feliz. Mas. Já devem saber, alegria dura muito pouco tempo. É assim mesmo. Uma tal Lei de um tal arrebentado que a fez, chamada de Lei de “Murphy” que raiva de quem inventou isso.
Peguei os 4 super enormes e possantes Coolers, abri um a um, deixei tudo separado pronto pra bateria de fotos. Me senti um fotográfo, dando ordem pra mim mesmo arrumar isso ali e aquele ali pra lá. Pronto, vamos iniciar as fotos. Tirei umas 30 do primeiro sistema, e logo veio a tristeza enorme e aquela velha sensação que me segui o dia inteiro de impotência e de não poder reagir. Luz vermelha, BATERY NOT FULL. Acabou. Minhas pilhas tinham descarregado. Guarda tudo novamente e saio com uma cara de quem “comeu” mas detestou.
Volto e logo imaginei, só tenho uma única escapatória, e uma única saída. Meu velho e guerreio Notebook de tantas e tantas linhas. Incontáveis, não sei o quanto já digitei nele, mas acredito que se eu colocar enfileiradas as teclas pelo tanto que já bati o dedo em cada uma delas, daria bem a volta ao mundo algumas vezes.
Tudo bem, e aqui estou eu, na frente do meu Notebook, a casa toda apagada, somente a luz da varanda pela sala entrando de levinho, mas me sinto ótimo, estou me sentindo o todo Poderoso. Eu estou driblando a falta de energia, e estou conseguindo redigir uma ótima matéria para que todos percebam que hoje somos reféns….reféns não somente do medo e da insegurança da sociedade nas ruas, mas reféns da tecnologia e de todos os aparelhos elétricos….. mas tudo bem, estou teclando, falando e pensando na imaginação de todos os leitores, que irão rir, sorrir, chorar e avacalhar esta história….. mas estou feliz, afinal tenho algo aqui, ligado no meio da casa…..e logo logo o meu maior prazer, publicar esta história para que todos os amigos compartilhem essas emoções.
Agora que vi, já são quase 3 páginas de teclas mal batidas , ainda bem que existe o corretor ortográfico, afinal não sou um exímio digitador, ainda mais no escuro.
Que alegria, estou feliz !!! Meu notebook velho de gueeeeeeeer…
Ahhhhhhhh não….nãooooo não pode ser, o maldito apito….. soou aqui..
A bateria, ele está entrando em hibernaç.a]c
Por Carlos Xandelly – 06-09-2008
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1 comentário
innnnnnnnnnnnnnnnsano