Metade das casas brasileiras já tem acesso à internet, mas e a outra metade?
Saiba mais sobre iniciativas – independentes, privadas e públicas – que pretendem conectar áreas remotas do país. O Brasil pega mal.
No caminho para a maior cachoeira do estado do Rio de Janeiro, a 32 quilômetros de Resende, existe um povoado chamado Fumaça.
Por lá, vivem cerca de 800 pessoas.
É difícil a comunicação com o mundo a partir do distrito:
Os três orelhões estão quebrados e sem previsão de conserto, e uma antena instalada anos atrás só pega (mal) na praça da Matriz.
Daí que em 2015 o coletivo Nuvem;
Estação Rural de Arte e Tecnologia recebeu uma bolsa internacional para a criação de uma rede wi-fi e de uma rede autônoma de celular na vila.
A vida dos moradores de Fumaça nunca mais foi a mesma.
“Meu filho está em Portugal e hoje consegui falar com ele devido à internet.
Tive notícias, sei o que ele está fazendo, como está. E ele também teve notícias da gente.
Isso foi maravilhoso”, conta Elizabeth Nunes, 63 anos, após a instalação dessa rede livre, gratuita, participativa, que não passa por empresas e é gerida pela própria comunidade.
Para a pequenina Fumaça, a internet deixou de ser um privilégio ;
Mas para mais de 70 milhões de brasileiros que ainda estão desconectados;
Segundo dados recentes da ONG Internet.org, essa realidade ainda é distante.
Entre os mais de 70 milhões, os mais atingidos pelo isolamento estão, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios de 2014, nas zonas rurais, no Norte e no Nordeste, e possuem menores faixa salarial e nível de instrução que a média da população.
E o que está sendo feito para mudar essa que é uma das muitas desigualdades brasileiras?
“A internet é um direito humano essencial porque é um direito à comunicação.
Isso está na Constituição e, mais recentemente, no Marco Civil da Internet”;
Afirma Fábio Malini, professor da Universidade Federal do Espírito Santo e coordenador do Laboratório de Estudos sobre Internet e Cultura.
Juntando ao exposto, a péssima qualidade de serviços de entrega e preço abusivo da internet para o chamado Brasil coberto;
Pode-se concluir que o Brasil pega mal.