Equipes de carros de corrida dependem de ferramentas robustas, versáteis e precisas de temperatura, que se adaptem às suas necessidades mais exigentes. Para dirigir em curvas fechadas há mais de 50 mph, ou queimar o asfalto em velocidades acima de 200 mph, um piloto da NASCAR depende que seu carro de corrida esteja em condições ideais, o que inclui os pneus. Um pneu severamente gasto, enfraquecido pelo excesso de calor que expõe os seus fios (tiras), ou ainda um pneu frio não suficientemente aderente, podem desacelerar o carro ou mesmo causar algum acidente.
Os pneus de um carro de corrida são itens críticos, porque são eles que mantém o carro na pista e transmitem ao motorista o senso de direção. São também responsáveis pela precisão do freio e entradas do acelerador em movimento.
Durante uma corrida, o piloto testa continuamente os limites de aderência dos pneus. Além disso, os pneus determinam o quão rápido o motorista pode acelerar, virar ou frear. Carros de corrida são totalmente diferentes de carros de passeio.
Existem três grandes diferenças: 1. Pneus de carros de corrida são muito maiores – até 12 polegadas de largura na frente e 16 polegadas de largura na parte traseira, ao passo que um pneu comum de carro de passeio tem de sete a nove centímetros de largura.
- Pneus de corrida podem ser completamente suaves para maximizar a quantidade de borracha que toca a superfície da pista.
3. A borracha sobre a face dos pneus de carros de corrida é extremamente macia, muito diferente da borracha dura encontrada nos pneus de carros de passeio. Como resultado do tamanho da área de contato de um pneu de corrida e a maciez de sua borracha, estes apresentam uma aderência incrível. Pneus de carros de passeio são fabricados para durar de 40 mil a 60 mil milhas, enquanto pneus de um carro de corrida duram somente de 100 a 200 milhas. As severas condições de direção durante uma competição podem deteriorar muito rapidamente os pneus em comparação com aqueles utilizados nos automóveis de passeio. E a temperatura de pneus? Os pneus de corrida ficam muito quentes por trilharem pistas díspares, pelo atrito gerado por conta da velocidade de rotação e pela frenagem. Quanto maior a carga e a velocidade, mais quente ficará o pneu. Mas o calor não será distribuído uniformemente. Um pneu pode estar mais quente do que os outros ou uma área da superfície de contato pode ser mais quente do que outra. Medindo a temperatura dos pneus com precisão e observando como essas leituras são distribuídas ao longo do pneu, é possível otimizar a pressão dos pneus e a suspensão para conseguir um melhor desempenho.
Quando se trata de determinar a temperatura dos pneus de um carro de corrida, é vital que o motorista utilize os termômetros mais robustos e confiáveis do mercado.
Termômetros Infravermelhos
Existem duas ferramentas disponíveis para medir temperaturas em pneus de carros de corrida. Uma delas é o termômetro infravermelho, que pode rodar em energia térmica, ou de infravermelho, que é a luz com um comprimento de onda que o torna invisível ao olho humano. É a parte do espectro eletromagnético que é percebido como calor. Ao contrário de luz visível, no mundo infravermelho, tudo com uma temperatura acima do zero absoluto emite calor, até mesmo objetos muito frios como gelo. Quanto mais elevada for a temperatura do objeto, maior é a radiação IR emitida. O infravermelho nos permite ver o que os nossos olhos não conseguem. Ao medir a temperatura dos pneus de corrida, é importante manter os pneus o mais próximo da temperatura de operação possível. Portanto, é preciso correr de duas a três voltas rápidas para esquentar os pneus e então ir para os boxes rapidamente. As leituras de temperatura são realizadas o mais breve possível, uma vez que a superfície do piso está esfriando rapidamente. Devido à sua versatilidade, termômetros infravermelhos são também utilizados para detectar fontes de calor que afetem o piloto, localizar cilindros do motor ou ler a temperatura dos rolamentos, freios ou pista.
Termômetros de Contato
Um segundo método de mensuração é por meio dos Termômetros de Contato. Estes equipamentos com uma sonda termopar estilo perfuração são muito mais confiáveis do que IR, por serem mais precisos. Avaliam a temperatura interna dos pneus e não a da superfície. Como a temperatura interna não cai tão rapidamente quanto a temperatura da superfície, uma medição de temperatura a 1/8 de uma polegada de profundidade possibilita mais tempo para se fazer uma medição acurada do pneu quente.
Três leituras podem ser feitas em cada pneu: piso interior, piso central e piso exterior.
A temperatura de pneus também é útil para a geometria da suspensão de carros de tunning. A temperatura irá dizer que parte do pneu está em contato com o trajeto e como isso está funcionando.
Sobre a Pressão
A resposta sobre qual é a pressão ideal pode ser diferente dependendo do tipo de suspensão, de pneus, de trajeto, e de uma combinação de fatores de temperatura. A pressão dos pneus deve ser tomada quando os pneus estão quentes utilizando uma precisa ferramenta de medição e um multímetro digital. Comece com uma pressão de pneu frio. A pressão vai subir à medida que se aumenta a temperatura do pneu.
Os ajustes necessários para um melhor desempenho durante uma competição automobilística configuram uma tarefa sem fim. É fundamental realizar e avaliar as leituras das temperaturas frequentemente com diferentes faixas, alterações e temperaturas da pista, desgaste do pneu, e nível do combustível, fatores todos que afetam as configurações ideais.
René Guiraldo é Gerente Nacional de Vendas da Fluke do Brasil, companhia líder mundial em ferramentas de teste eletrônico compactas e profissionais.
Mini Currículo
Formado em Engenharia Elétrica em 2002 pela FEI (Fac. Engenharia Industrial – São Bernardo do Campo / SP) com especialização em Telecomunicações pela Unicamp (Campinas / SP) em 2004. Experiência de treze anos no mercado de Teste e Medição.