O fórum tem como objetivo discutir o uso ético e responsável da IA com representantes de empresas e organizações do país, além dos desafios e oportunidades trazidos pela tecnologia. A primeira reunião contou com Lisa Tanzi, vice-presidente corporativa da Microsoft, como palestrante principal
A Microsoft anunciou a criação de um AI Industry Board (Comitê da Indústria para Inteligência Artificial) em conjunto com outras empresas e organizações. A primeira reunião do grupo, que tem a proposta de se reunir trimestralmente para discutir o uso ético e responsável da IA, além dos desafios e oportunidades trazidos pela tecnologia, contou com a presença de executivos de empresas como Bradesco, Vivo, Grupo Fleury, Sulamérica e Car10, além da participação extraordinária de Miriam Wimmer, do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). Representantes do Movimento Brasil Competitivo (MBC), do Instituto de Pesquisas em Tecnologia e Inovação (IPTI) e do Instituto de Tecnologia Social (ITS) também estiveram presentes no encontro realizado online. Lisa Tanzi, vice-presidente corporativa da Microsoft Corporation da Microsoft, foi convidada para palestrar.
O AI Industry Board tem como objetivo ampliar a discussão sobre o uso responsável da IA, compartilhando boas práticas adotadas por empresas e organizações de vários segmentos, a fim de promover o desenvolvimento da inovação com base nessa tecnologia no Brasil. A contribuição para a competitividade do país por meio da IA e seu impacto na transformação digital também é o foco do comitê. O conselho também é responsável por discutir o conhecimento mais demandado pela indústria, a fim de estabelecer maior competitividade e mão de obra qualificada, de acordo com as necessidades do setor. Isso é necessário para abordar o crescimento na criação de novos empregos e o desenvolvimento de profissionais mais bem treinados para o mercado de trabalho do futuro.
Como resultado desses debates, as empresas participantes podem identificar sinergias entre seus projetos e, em um segundo momento, alinhar oportunidades para aprimorar o aumento das iniciativas já realizadas individualmente; fazer parcerias com a academia e também buscar apoio dos setores público e privado para ações que considerem relevantes para expandir a adoção da IA pelo país e que devam resultar em desenvolvimento local sustentável.
No Brasil, o estudo “O impacto da IA no mercado de trabalho”, encomendado pela Microsoft à consultoria americana DuckerFrontier, analisou o que a IA pode trazer para o país, até 2030, na economia e na sociedade em cenários de benefício mínimo e máximo na adoção da tecnologia. Segundo a pesquisa, o setor de serviços corporativos se beneficiará mais com maior incorporação de IA, com 26 milhões de novos empregos criados. Haverá 103% mais empregos até 2030 em comparação com as estimativas do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI) para o mesmo período, uma vez que os efeitos da automação e da criação de novos empregos aumentariam 258% nos serviços corporativos do setor. Outros setores que teriam ganhos importantes na criação de novos empregos seriam a manufatura (+ 73% na criação de novos empregos), os setores de varejo, atacado, hotelaria e alimentação (+ 44%) e construção (+ 42%).
De acordo com Jean-Philippe Courtois, vice-presidente executivo e presidente de vendas, marketing e operações globais da Microsoft, “a IA é a tecnologia que define nosso tempo e é a chave para os esforços da transformação digital nacional. Construir coalizões fortes por meio de alianças da indústria, como o AI Industry Board, é apenas uma maneira de garantir uma inovação responsável que apoie a transformação das principais indústrias e beneficie a economia nacional “, explica.
Sobre o Comitê, a presidente da Microsoft Brasil, Tânia Cosentino, explica que o Brasil está avançando na adoção de tecnologia e este é um momento propício para a criação de um AI Industry Board. “Reunir os líderes dessas empresas e organizações para aprimorar o desenvolvimento e o uso de tecnologias baseadas em IA é uma maneira de contribuir ainda mais para essa transformação. Além disso, é uma maneira construtiva de garantir que a IA seja usada da melhor maneira possível, observando e discutindo seus impactos em diferentes setores, incluindo a capacitação de profissionais para a nova realidade do trabalho”, afirma.
A reunião inicial do conselho da AI Industry contou com Lisa Tanzi, CVP da Microsoft Corporation, como palestrante principal. Ela teve a oportunidade de falar sobre a abordagem da Microsoft para uma IA responsável e como ela pode empoderar as pessoas em um ambiente confiável e respeitoso que beneficie a todos. Ela também incentiva o conselho a discutir seu papel em promover debates sobre como fornecer essa nova tecnologia de maneira responsável e as etapas necessárias para a jornada de IA. “O AI Industry Board no Brasil é um passo importante para formar uma coalizão de partes interessadas relevantes para garantir o desenvolvimento de uma IA responsável no país e endereçar os desafios e oportunidades que a IA cria”, reforçou Lisa.
As empresas participantes do AI Industry Board já deram um passo significativo no caminho da transformação digital. Com a adoção de novas tecnologias, muitos conseguiram inovar no desenvolvimento de soluções que visam melhorar o atendimento e o relacionamento com o cliente, empoderando seus colaboradores, otimizando suas operações e transformando produtos e serviços. No entanto, eles estão cientes das mudanças que essa tecnologia está causando diariamente, desde de seus benefícios e oportunidades, mas também estão preocupados com seus impactos. Portanto, eles entendem que é necessário discutir e se preparar esse novo momento para as diferentes indústrias e a sociedade como um todo.
O AI Industry Board é uma iniciativa que faz parte do compromisso da Microsoft de promover o uso responsável e o desenvolvimento da IA no Brasil. O Comitê, no entanto, pertence a todas as empresas e organizações que fizeram parte deste pacto para o desenvolvimento da IA, a fim de colaborar para o progresso científico e a resolução de problemas concretos no país.
O que dizem as empresas
Segundo Marcelo Frontini, diretor de canais digitais e experiência do cliente no Bradesco, ingressar no IA Industry Board representa uma oportunidade para discutir um tópico central da estratégia de transformação digital do banco. “Parte de nossos esforços em inovação está focada na criação de novas jornadas nos canais associados ao uso de novas tecnologias, para que as experiências sejam ainda mais fluidas na vida das pessoas”, afirma o executivo.
“A Vivo foi pioneira no uso da inteligência artificial no Brasil, quando lançamos a Aura em 2018. Atualmente, a Aura registra, em média, 23 milhões de interações mensais nos mais de 20 canais de serviço em que está presente. Acumulados desde o seu lançamento, já existem mais de 200 milhões de interações/atendimento ao cliente. E a Aura apresenta aproximadamente 90% de precisão, o que significa que, para cada 100 dúvidas ou perguntas de nossos clientes, a Aura geralmente interpreta corretamente mais de 90 deles”, diz Luiz Eduardo Medici, vice-presidente de Dados e Inteligência Artificial da Vivo.
“Nós, no Grupo Fleury, usamos inteligência artificial para apoiar as soluções de diagnóstico relevantes para a prática clínica e o gerenciamento da saúde e, transversalmente, para aumentar nossa eficiência operacional. Reunir representantes de diferentes setores e sociedade civil para discutir o uso ético dessa ferramenta oferecerá uma visão holística e diversificada dos benefícios e impactos dessa importante ferramenta de transformação digital ”, explica Luzia Sarno, CIO do Grupo Fleury.
“A SulAmérica vem desenvolvendo expertise em Inteligência Artificial de maneira rápida. Há quatro anos, desenvolvemos uma área de inovação multidisciplinar com latitude para pensar em novos negócios para a empresa, além de criar um Centro de Excelência em Análise de Dados Avançada para trabalhar no desenvolvimento da capacidade para uso de Machine Learning, Reconhecimento de Voz e Imagem, com um equipe de cientistas de dados, engenheiros e outros profissionais digitais. Também incentivamos a digitalização das jornadas dos clientes e de nossos parceiros, com o objetivo de oferecer a melhor experiência digital”, afirma Washington Vital, Head de Data & Analytics e transformação digital da SulAmérica Seguros.