Varejo paulistano deve ter segundo semestre de desempenho moderado, projeta Sindilojas-SP
Apesar da expectativa de um segundo semestre tradicionalmente mais aquecido, o varejo paulistano deve enfrentar um período de crescimento moderado em 2025. A projeção, segundo o Sindilojas-SP, leva em conta um conjunto de fatores que afetam o consumo das famílias, como inflação persistente, juros altos e aumento do endividamento da população. Mesmo com a manutenção do emprego em alta, esses desafios tendem a limitar o avanço das vendas nos próximos meses.
Inflação alta, juros elevados e endividamento das famílias devem limitar o crescimento do varejo paulistano em 2025
Dados da FecomercioSP mostram que, embora o ano tenha começado com vendas brutas em alta, sustentadas pelo crescimento da renda e da ocupação, esse ritmo perdeu força diante do encarecimento do crédito e da pressão inflacionária. Além disso, o adiantamento do pagamento do 13º salário de aposentados e pensionistas para o primeiro semestre esvazia parte do potencial de consumo do segundo semestre.
Datas comemorativas seguem como alavancas importantes para o setor
“O segundo semestre deve ser mais tímido do que o varejista gostaria. Ainda assim, há espaço para crescer, principalmente nos segmentos ligados ao consumo essencial. A chave está no planejamento. Quem se antecipa e analisa bem os seus indicadores internos tende a sair na frente”, afirma Aldo Macri, presidente do Sindilojas-SP.
A expectativa do sindicato é que, mesmo diante desse cenário desafiador, o faturamento bruto do varejo paulistano registre alta de até 5% em relação aos mesmos meses do ano anterior. O desempenho, porém, não será homogêneo: os melhores resultados devem vir de setores voltados a bens de consumo não adiável, como alimentos, higiene e medicamentos.
É importante destacar que as projeções se referem ao volume bruto de vendas, sem considerar a rentabilidade final das operações. Com custos financeiros elevados, a eficiência na gestão de estoque, compras e recursos humanos torna-se ainda mais crucial para a saúde financeira dos negócios.
Comércio em marcha lenta afetará o varejo paulistano
“O varejista precisa ser cirúrgico nas decisões. Com juros altos, imobilizar capital em excesso de estoque pode comprometer o caixa e forçar a tomada de crédito caro. A análise do histórico de vendas é fundamental para acertar na compra e dimensionar corretamente a equipe”, orienta Aldo.
Datas comemorativas seguem sendo pontos de atenção estratégica. A preparação para campanhas como Dia dos Pais, Dia das Crianças, Black Friday e Natal deve ser feita com antecedência e cuidado. Segundo o Sindilojas-SP, esses períodos são determinantes para a performance do último trimestre, que historicamente responde por boa parte do faturamento anual do varejo.
Integração loja física e online
Além disso, a digitalização permanece como peça-chave para o crescimento. A integração entre loja física e canais online, aliada a campanhas claras e objetivas, melhora a experiência do consumidor e amplia o alcance das ações promocionais. “A presença digital não é mais diferencial, é requisito. É preciso garantir que o cliente encontre o mesmo padrão de atendimento e comunicação, seja onde for”, destaca o presidente do Sindilojas-SP.
Aldo Macri reforça que o relacionamento com o consumidor fará a diferença em um cenário mais competitivo. “Treinamento de equipe, atendimento ágil e empático, além de uma jornada de compra sem atritos, são elementos decisivos para fidelizar o cliente e maximizar as oportunidades, especialmente nos dias de maior fluxo.”