Home Empreendedorismo Regulação específica para setor mineral pode abrir canais de financiamento em bolsa de valores para pequenas empresas

Regulação específica para setor mineral pode abrir canais de financiamento em bolsa de valores para pequenas empresas

por admin

A bolsa de valores brasileira B3 acredita no potencial de captação de recursos no mercado de capitais por parte de mineradoras e também de empresas de pesquisa mineral de pequeno e médio porte. A B3 pretende atuar em conjunto com o Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) e as bolsas canadenses Toronto Stock Exchange (TSX) e a TSX Venture Exchange (TSXV), e também com o governo, para avaliar a criação de instrumentos regulatórios específicos para que essas empresas encontrem portas abertas para acessar capital tanto no mercado financeiro nacional quanto no canadense.

O assunto foi debatido em live, dia 16/7, no e-mineração: Evento Virtual de Negócios – www.portaldamineracao.com.br/e-mineracao, mediada pelo presidente do Conselho Diretor do IBRAM, Wilson Brumer.

Assista à gravação desta live – http://www.e-mineracao.com.br/Oportunidadedefinanciamentoparamineracao/index.html

Participaram Rogério Santana, diretor da B3, Guillaume Légaré, diretor para a América do Sul da TSX/TSXV, e Elmer Prata Salomão, presidente do Conselho da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa Mineral (ABPM).

O tema ganha importância porque em março passado, o IBRAM assinou um Memorando de Entendimento (MOU) com a TSX/TSXV para estabelecer um relacionamento colaborativo destinado a aumentar o investimento no setor de mineração brasileiro nos próximos anos. As duas partes esperam que o MOU abra perspectivas para a expansão da pesquisa geológica, exploração e desenvolvimento de projetos de mineração no Brasil. O envolvimento da B3 neste projeto irá acelerar essas tratativas, acredita o IBRAM.

Segundo os dois representantes das bolsas de valores, Rogério e Guillaume, um dos desafios importantes a serem superados para agilizar o processo de listar empresas menores do setor mineral nas bolsas é o arcabouço regulatório brasileiro – que precisa de atualizações e ajustes -, bem como a integração desse conjunto de regras com as vigentes no Canadá.

Rogério Santana avalia inicialmente que pode ser necessário partir para a criação de “um arcabouço regulatório específico para o setor de mineração no Brasil” de modo a atender às expectativas pela abertura do capital das empresas menores. É possível listar empresa pré-operacionais na B3, ou seja, empresas que têm projetos a serem implantados, mas há toda uma tramitação e custos que podem ser complicadores para empresas de menor porte, informa.

Ele lembra que o governo federal demonstra disposição de apoiar o desenvolvimento do mercado de capitais brasileiro e que investidores já acostumados a investir em startups podem ser despertados para avaliarem o investimento nas juniors companies do setor mineral.

O diretor da B3 afirma que “o IBRAM terá papel fundamental” no processo de criar e desenvolver um ecossistema de captação de recursos para o setor, apoiado pela expertise de décadas da TSX/TSXV, o que poderá encurtar o prazo para efetivar esse instrumento de financiamento das operações minerais no Brasil com segurança para o investidor, seja estrangeiro ou brasileiro.

“O Brasil é um mercado voltado à mineração e o ecossistema está se desenvolvendo no país para financiar o setor”, diz Guillaume. “Para se promover oportunidades no Brasil tem um ponto crítico a ser levado em conta, que é a questão regulatória”, alerta. Sobre a parceria com a B3 e o IBRAM ele acredita que “vale a pena trabalharmos juntos” para dinamizar este sistema de financiamento das operações minerais no Brasil.

“No Brasil falta regulamentação e incentivos adequados para que as juniors companies possam se desenvolver. É um tema discutido há vários anos no país. Estamos abertos para trabalhar juntos e mesmo com a pandemia não podemos perder tempo. Acredito que com boa vontade e trabalho conjunto, IBRAM, B3 e TMX conseguirão superá-los”, diz Wilson Brumer, do IBRAM.

Elmer Salomão concorda. “Para montar processo de capitalização no Brasil a partir de bolsa tem que ter incentivo, senão o investidor não irá ao mercado em razão do risco da operação”, diz. Segundo ele, não basta a pequena mineradora apresentar uma boa equipe e um bom projeto. Guillaume espera ser possível harmonizar regras do mercado financeiro entre os dois países de modo a gerar confiança nos investidores globais. Outro ponto importante para criar confiança é dispor de dados precisos sobre cada etapa do processo mineral a ser apresentado em projetos de captação de recursos. No Canadá, diz, já há uma tradição sobre esta questão, então o investimento flui com agilidade para o setor mineral.

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