A tecnologia sempre esteve à disposição das pessoas, a diferença, segundo a analista de sistemas Raquel Giovanini Rodrigues é o quanto, quando e como é utilizada nos tempos atuais, especialmente com a pandemia e com o que virá depois do Coronavírus. “Com a chegada deste grave problema de saúde mundial, as pessoas foram praticamente obrigadas a procurar todos os serviços, contatos, informações, compras, trabalhos, aulas e até consultas médicas utilizando a tecnologia. Por ser uma profissional da Tecnologia da Informação (TI), acompanho a evolução da área há mais de 20 anos, mas não tinha ideia de que veria o uso das ferramentas tecnológicas em massa, como vi agora”.
De acordo com pesquisa divulgada em agosto pela Kantar Ibope Media, 56% dos brasileiros entrevistados disseram que a pandemia e a crise vinda com o Coronavírus fez com que utilizassem melhor a tecnologia no dia a dia. Raquel alerta para o fato de que todas as soluções de TI utilizadas neste período já estavam disponíveis, mas não habilitadas. “A tecnologia já existia, só precisava de uma coisa: a necessidade, para então vir o uso. O conceito que fica com esta experiência é o de que se o negócio não tiver uma forma online, muito provavelmente não vai conseguir sobreviver ao longo do tempo ou vai ter muita dificuldade”.
Mas o que de fato fica após a pandemia? Como resposta, a analista diz acreditar que todos os serviços amplamente utilizados continuarão disponíveis após este período, que as pessoas não vão deixar de fazer uso do online porque o isolamento e as restrições de convívio acabaram. “Se alguém faz um pedido pela internet porque é mais prático, continuará fazendo. Se pode evitar uma ida a um pronto socorro porque está com algo que possa ter uma consulta medica pelo vídeo, o fará. Mas uma fábrica que precisa de equipamentos para produção, um laboratório de experiência, a socialização, a caminhada para exercitar, isso claro que a tecnologia não tem como substituir, porém ajudará e muito nos afazeres que realmente podemos fazer online”.
A profissional de TI afirma que este uso maior da tecnologia vai fazer com que as pessoas tenham o tempo e a facilidade de fazer aquilo que sempre ficou para depois, porque precisavam estar fisicamente em algum lugar. “A necessidade das pessoas em fazer algo mais rápido, sem sair de onde estiverem, vai acabar por dar a mobilidade que todos querem. Isso demonstra que, atualmente, há uma flexibilidade muito favorável, até mesmo para quem quer morar longe e continuar com o trabalho atual, por exemplo”.
Todo o uso da tecnologia continuará após a pandemia, segundo Raquel, pois está agora habilitado e as pessoas sentem a necessidade de usar as ferramentas disponíveis. “Já ouviram falar que algo se torna um hábito, quando feito por mais de 21 vezes consecutivas? O que dizer, então, da adaptação que as pessoas fizeram com o uso da tecnologia por meses? Virou hábito, veio para ficar e de forma ainda maior em nossas vidas”, finaliza.