O IRB Brasil RE apresentou na sexta-feira (28 de agosto) os resultados da companhia referentes ao segundo trimestre do ano. O ressegurador também concluiu o leilão final de subscrição de sobras de ações, dentro do processo de capitalização anunciado em 8 de julho. Foram subscritas 100% das ações ofertadas na capitalização, alcançando o valor de R$ 2,301 bilhões. No processo, o ressegurador também viu uma ampla difusão do perfil de acionistas que adquiriram os papéis, o que afastou a necessidade de investimento adicional de acionistas institucionais, os chamados “âncoras”, a exemplo de Bradesco e Itaú.
“O resultado da subscrição é um sinal inequívoco da confiança que o mercado tem na atual administração do IRB Brasil e concede à companhia solidez inconteste para seguir no caminho do crescimento com a geração de valor sustentável de longo prazo”, diz Antônio Cássio dos Santos, CEO e presidente do Conselho de Administração do ressegurador.
Para o CEO, o valor subscrito reforça sobremaneira a margem de liquidez regulatória da companhia, “que havia sido substancialmente afetada pela desvalorização do real diante do dólar e pela aceleração dos sinistros avisados, especialmente, pelas seguradoras internacionais a partir da pandemia. Além disso, ele viabiliza nossa estratégia de negócios para os próximos anos, por fortalecer a estrutura de capital e melhorar a posição de caixa” de forma relevante, comenta.
“Seguiremos com nossa estratégia de longo prazo, sem pressa, mas sem pausa, com foco na nossa capacidade de subscrição de riscos no Brasil, que nos destaca na condição de líder com Market Share da ordem de 37%”, diz Cassio. “Adicionalmente, continuaremos fortalecendo nossa atividade no exterior, de forma a utilizar o nosso know-how quase secular e eficiência operacional para edificação em bases sólidas de resseguradora igualmente respeitada e com margens positivas recorrentes. Estamos entusiasmados com o novo momento do IRB Brasil RE”, completa.
Resultados 2T20
Com um resultado negativo já indicado no relatório periódico mensal enviado à Susep, referente ao bimestre abril-maio, e comunicado ao mercado em 3 de agosto, o IRB registrou prejuízo líquido no segundo trimestre de 2020 de R$ 685,1 milhões, contra um lucro líquido de R$ 13,9 milhões no 1T20 e de R$ 397,5 milhões no 2T19. No semestre, o prejuízo líquido ficou em R$ 671,2 milhões.
O resultado se deve aos sinistros retidos no período, de R$ 2.339,3 milhões contra R$ 1.147,5 milhões no 1T; e de R$ 798,7 milhões no mesmo trimestre de 2019. “Os principais responsáveis pelo resultado no período foram despesas com sinistros maiores que as normais e efeito de desvalorização cambial”, explica Werner Romera Süffert, vice-presidente Executivo, Financeiro e de Relações com Investidores do IRB Brasil RE. “Houve aceleração nos avisos de sinistros em relação ao 2T19, principalmente do exterior, nas linhas de negócios patrimonial e vida e, no Brasil, em patrimonial e rural.”
O IRB informa que “tem efetuado o pagamento tempestivo das suas obrigações e não procrastinado registros e/ou pagamentos de sinistros, entre outras atividades, dando suporte às nossas cedentes nesse período de incertezas”. O índice de sinistralidade do período foi de 135,3% contra 76,5% no 1T e de 58% do no 2T19.
No segundo trimestre de 2020, o IRB Brasil RE reportou que o volume total de prêmios emitidos avançou 8% em relação ao mesmo período do ano passado, totalizando R$ 2.543,6 milhões.
Os prêmios emitidos no Brasil totalizaram R$1.164,4 milhões no 2T20, uma queda de 15,6% em relação ao 2T19. A companhia informa que esse recuo deveu-se principalmente a um menor volume de prêmios emitidos na linha de riscos especiais (-90,3%) e rural (-19,9%).
Já os prêmios emitidos no exterior alcançaram R$1.379,1 milhões no 2T20, um crescimento de 41,4% em relação ao 2T19. O efeito positivo da variação cambial no período deu a maior contribuição ao aumento dos prêmios emitidos no exterior, além do desempenho das linhas de negócios Patrimonial, com crescimento de 69,3% no 2T20 em relação ao mesmo intervalo de 2019, com destaque para o aumento das taxas de renovação e a obtenção de novas contas; outra linha que se beneficiou das condições favoráveis do câmbio foi a de resseguros Rurais,
No primeiro semestre de 2020, o volume total de prêmios emitidos cresceu 10,2% em relação ao mesmo período de 2019, totalizando R$4.539,8 milhões.
A despesa com retrocessão se manteve praticamente estável no primeiro semestre, apresentando um leve aumento de 1,8% em relação ao mesmo período de 2019. Assim, o índice de retrocessão no 2T20 aumentou de 28,7% no 2T19 para 32,8% no 2T20; e recuou de 26,7% no primeiro semestre do ano passado para 24,7% no primeiro semestre deste ano.
Portfólio
Sobre o período, o CEO Antonio Cassio destacou ainda a capacidade do IRB de renovar todos os contratos considerados relevantes que venceram no semestre, “efeito de nosso foco em garantir a eficiência e a qualidade dos serviços prestados aos clientes”, avalia. “Também foi iniciada, no fim de primeiro semestre, ampla depuração de portfólio, visando eliminar negócios recorrentemente com margens negativas ou setores cujos riscos assumidos sejam notadamente são superiores aos prêmios recebidos”, finalizou.
Website: https://ri.irbre.com