Em 2020, devido à quarentena resultante da pandemia de Covid-19, diversas empresas devolveram os escritórios alugados, em função da adoção do home office e da necessidade de cortar custos. Segundo dados da Aabic (Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios), a desocupação dos imóveis comerciais em 2020 na cidade de São Paulo chegou a 38% do total (contra 20% em março, início da pandemia). Essa foi uma tendência vista não só entre as empresas de pequeno e médio porte (que foram responsáveis por 90% das devoluções nesse período), mas também entre grandes empresas como Latam, Banco do Brasil e Itaú Unibanco.
Agora, com o início da campanha de vacinação, as empresas preparam-se para a volta dos colaboradores ao escritório. O home office permanecerá em 2021, mas, segundo estudo da JLL, empresa multinacional que atua no segmento imobiliário corporativo, o escritório não deixará de existir. Entretanto, ele precisará ser reimaginado para acolher o colaborador que trabalhará de forma híbrida. Além da necessidade de diminuição da densidade de ocupação, o escritório de 2021 será descentralizado e passará a ser um hub para a promoção do encontro dos funcionários, com amenidades e atividades que se assemelham aos benefícios de uma associação de clube.
Uma das empresas que percebeu e está contribuindo para essa mudança é a Posher, startup paulistana que atua na prestação de serviços de beleza e bem-estar (como massagem e manicure) dentro dos escritórios, oferecidos como benefícios pelas empresas aos seus funcionários. Até 2020, a empresa vinha crescendo anualmente a taxas de dois dígitos, em função da preocupação cada vez maior das empresas com a qualidade de vida de seus colaboradores. Com o início da pandemia, a maioria de seus clientes suspendeu temporariamente os serviços no escritório. A alternativa foi transformar o negócio e oferecer aos seus clientes uma plataforma de bem-estar para quem está em home office, em que os colaboradores pudessem contar com serviços como consulta a nutricionistas, yoga ou mindfulness de forma virtual e ainda permitir que alguns de seus serviços (como manicure) fossem feitos em casa.
Para viabilizar essa transformação, a Posher investiu no desenvolvimento de uma nova tecnologia. Até então, sua plataforma gerenciava diariamente as atividades de mais de 1000 profissionais de beleza e bem-estar em cerca de 300 empresas. Os colaboradores dessas empresas usavam um aplicativo para fazer o agendamento dos serviços no próprio escritório. Com a nova tecnologia, a plataforma passou a também gerenciar as transmissões via streaming das aulas e serviços de bem-estar feitos por esses mesmos profissionais. Os colaboradores, por sua vez, passaram a usar o aplicativo da Posher para assistir a essas transmissões em home office.
Essa nova tecnologia trouxe os clientes de volta a Posher, apesar de permanecerem em casa. Por outro lado, desde o final do ano passado, a startup observa um aumento no número de contratos de serviços no escritório. “Há uma demanda crescente por empresas preocupadas em preparar seus escritórios para o retorno dos colaboradores”, diz Julio Hirose, cofundador da Posher. “As empresas sabem que, depois de tanto tempo de pandemia, será necessário criar atrativos para que os colaboradores voltem a utilizar o escritório. Algumas empresas, por exemplo, estão aproveitando a reorganização dos layouts para criar espaços de bem-estar”, complementa.
Julio concorda que o escritório jamais deixará de existir, mas passará a ser um ponto de encontro para promover a colaboração e a troca de informações e não um local fixo para a realização de tarefas. “Ao mesmo tempo, as empresas não poderão esquecer daquela parcela que estará em home office. O desafio para as empresas será promover o bem-estar do colaborador onde ele estiver e nós estamos ajudando a alcançar esse objetivo”, afirma ele.
Website: https://www.posherapp.com