O agronegócio recebe um impulso do governo federal para alavancar as produções, o chamado Plano Safra. O programa é responsável pela destinação de recursos públicos para financiar as atividades agrícolas de pequenos e médios produtores do país, como um fomentador do desenvolvimento agropecuário.
Esses produtores devem sentir no bolso o peso dos juros mais caros nas safras de 2022 e 2023. A temporada chega ao fim após o aumento de custo e dificuldade de acesso ao crédito subsidiado. No Plano Safra, o governo precisa de um montante total de R$ 251 bilhões em financiamentos.
Quando entrou em vigor, em julho do ano passado, a taxa Selic estava em 4,25% ao ano, mas após onze altas consecutivas, a taxa já chegou a 12,75% ao ano.
A taxa média de juros praticada em fevereiro, por sua vez, chegou a 6,8% ao ano no crédito rural regulado para pessoas jurídicas, conforme informações do BC (Banco Central), sendo que um percentual em 12 meses foi de 1,6 ponto. Os financiamentos a taxas de mercado, por sua vez, tiveram média de 11,9%, alta de 6,1 pontos percentuais. Em julho de 2021, mês do atual Plano Safra 2021/2022, as taxas eram de 4,8% ao ano e 7,3% ao ano.
Para os produtores rurais pessoas físicas, a taxa média no crédito avançou 1 ponto percentual em 12 meses, passando a 6% ao ano em fevereiro. No crédito livre, chegou a 13,1% ao ano, uma alta de 5,8 pontos percentuais. Segundo balanço do BC, em julho do último ano, as taxas estavam em 5,6% ao ano e 7,9% ao ano.
A alta dos juros representa um entrave para o governo federal, que busca equilibrar as taxas dos financiamentos. Com o crédito elevado, as contratações de linhas subsidiadas foram suspensas pela falta de recursos.
Em entrevista publicada pelo site Globo Rural, o diretor de agronegócios do Bradesco, Roberto França, afirmou que os recursos livres dos bancos irão suprir a demanda, mas o recurso subsidiado tem um limite. Segundo França, dois terços da carteira de agro do banco, de mais de R$ 43 bilhões, são de crédito a juros livres. Ricardo França, superintendente de agronegócios do Banco Santander Brasil, afirma que esses recursos “já entraram muito forte e vão seguir assim, apoio aos grandes produtores”.
Beatriz Miranda, especialista em crédito agro da Talento Soluções em Crédito – empresa que atua com crédito agro para aquisição de terras, fazendas, chácaras, sítios e máquinas agrícolas, entre outros -, destaca que as estimativas para liberação de crédito para auxiliar os produtores nas safras de 2022, 2023 e, possivelmente, 2024, não resolverão o problema do setor como um todo, pois os recursos financeiros não estão sendo suficientes para suprir a demanda.
“Com a Selic nos patamares de 13%, o crédito rural fica mais caro, o que gera dificuldades para os investimentos destinados ao campo. Portanto, os produtores rurais estão à espera de um apoio que traga segurança para quem produz alimentos para a população”, diz ela. “Sabemos que o agronegócio brasileiro já sofre com impactos da alta dos juros e da guerra na Ucrânia. Caso a inflação não seja contida, enfrentaremos ainda mais dificuldades nos investimentos dos produtores”, prevê.
Cartas de consórcio são alternativa
Beatriz Miranda afirma que, com o encarecimento do crédito, os pequenos empresários do setor agro devem buscar alternativas para não estacionar seus investimentos.
“Nesse momento, a opção mais inteligente é adquirir cartas de consórcio por terem taxas fixas, ou seja, não existe variação de juros independentemente do momento. Sendo que a taxa de administração é muito baixa em relação a outros meios de aquisição de recursos agrícolas. O consórcio tende a ser a melhor opção em que o produtor consegue realizar seus investimentos pagando menores taxas”, articula.
Neste ponto, a especialista em crédito agro da Talento Soluções em Crédito sublinha que há alguns cuidados que o produtor rural que precisa de crédito não pode esquecer de tomar quando faz a solicitação de recursos financeiros.
“Ao buscar recursos, verifique a certificação de segurança da empresa. Pesquise em ferramentas de busca, como o Google, em redes sociais digitais e em sites de reclamação para ter certeza do histórico e da opinião de outros clientes”, sugere Miranda. “Consulte também o CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) na Receita Federal, pois a situação cadastral da empresa é importante para não cair em golpes e verificar se há processos judiciais ou dívidas tributárias”, complementa.
Por fim, prossegue Beatriz Miranda, vale procurar depoimentos de pessoas que adquiriram o crédito com a empresa e como foram seus projetos. “E, lembre-se: nunca realize PIX ou qualquer outro pagamento de forma antecipada em contas desconhecidas”, conclui.
Para mais informações sobre esta modalidade de crédito agrícola, basta acessar: https://www.talentoconsorcios.com.br/
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