O ano de 2021 chega ao fim com um saldo positivo para as atletas brasileiras de fisiculturismo: o Mr. Olympia – maior competição mundial do esporte – teve, este ano, a melhor participação brasileira da história. O torneio, que aconteceu em outubro, em Orlando, nos Estados Unidos, contou com 23 atletas do Brasil, com destaque para a categoria Wellness, que teve nada menos que quatro brasileiras entre as cinco primeiras colocadas. A medalha de ouro foi conquistada pela paranaense Francielle Mattos, que confirmou o favoritismo apontado por especialistas e fãs.
A categoria Wellness foi criada no Brasil em 2005, mas só no ano passado a modalidade ingressou no calendário profissional de campeonatos mundiais. A novidade tem sido celebrada por atletas do circuito feminino brasileiro, antes limitado a torneios amadores ou, para se encaixar no padrão de Bikini Fitness profissional, sacrificavam seus biotipos. “Já lutei muito contra a minha genética para competir em nível profissional”, conta a paranaense Fernanda Dangui Diavão, multicampeã internacional na categoria Women’s Sport Model. Agora, com a possibilidade de disputar profissionalmente na categoria Wellness, Fernanda se prepara para migrar para essa modalidade que permite mais volume nos glúteos. “As brasileiras têm um bumbum naturalmente mais volumoso, o que exige muito esforço para entrar nos padrões enxutos de outras modalidades. Na Wellness, podemos exibir um físico mais natural e feminino, ainda que sem gordura corporal excessiva”, explica a atleta, que trabalhou com o treinador Rubens Gomes da Overall Team para alcançar seus principais títulos.
Segundo a Federação Internacional de Fisiculturismo e Fitness (IFBB), a categoria vem atender a necessidade de encontrar um panorama competitivo profissional para atletas cuja musculatura não se enquadra em modalidades como Body Fitness, Feminino Physique e Bikini. “Esta categoria visa um físico feminino, com curvas musculares firmes e suaves, sem gordura ou celulite, e permite um maior desenvolvimento das pernas”, divulgou a organização.
Além do físico, que não deve apresentar muita separação entre os grupos musculares e definição, os árbitros levam em consideração a simpatia, beleza facial, tom de pele bronzeado e uniforme, cabelo, maquiagem e preservação da feminilidade.
“Meu objetivo é ser uma ótima representante do título de Miss Olympia, fazer com que as pessoas conheçam e entendam cada vez mais sobre categoria Wellness, e, pelo fato de eu ser mãe, ter dois filhos, mostrar para as mulheres que é possível ser atleta de alto nível caso esse seja o sonho delas”, declarou Francielle Mattos ao receber a medalha de ouro no último mundial.
“A superioridade do Brasil na classificação de campeonatos internacionais tende a atrair mais brasileiras para essa modalidade e nos fortalecer ainda mais no cenário global”, acredita Fernanda, que já atuou como árbitra em campeonatos amadores de fisiculturismo. “2022 será um grande ano para o Brasil neste esporte”, finaliza.
Website: https://mrolympia.com/