Por Vinícius Agostini*
No Brasil, o ensino à distância (EAD) é a modalidade de ensino que mais cresceu na última década: de menos de 50.000 matriculados em 2003, saltou para mais de um milhão, segundo dados divulgados pelo Ministério da Educação (MEC) em 2014. Apesar de ser um cenário bastante positivo, é importante ter em mente que, conforme aumenta o número de adeptos ao e-learning, torna-se mais urgente que as instituições superem uma série de desafios.
Por exemplo, certamente qualquer instituição passará por um momento – a transmissão ao vivo de uma vídeo-aula – em que uma quantidade muito grande de alunos tentará acessar simultaneamente seu site ou aplicação, o que pode causar sobrecarga nos servidores e, por consequência, lentidão ou até mesmo queda do site. Além da grande quantidade de alunos, outra questão importante para o futuro das instituições de e-learning é a capacidade de atender a estudantes de todas as localidades, sem perder desempenho do site.
Segundo a Associação Brasileira de Ensino à Distância (ABED), todas as regiões do país são significativas na composição do público consumidor de EAD. Em 2014, o número de matrículas nos cursos de Graduação à Distâncias por regiões no país era: Norte (11,8%), Nordeste (20,0%), Sudeste (37,9%), Sul (19,9%) e Centro-Oeste (10,4%). À primeira vista, pode parecer que a entrega de conteúdo com qualidade para todas ela não é um desafio.
No entanto, há muitas variáveis envolvidas na entrega de conteúdo online. A primeira delas é a velocidade média de conexão no Brasil que, segundo o relatório Akamai State of the Internet Q1 2016 – Conectividade, atualmente é de apenas 4.5 Mbps, ainda muito abaixo da média mundial, de 6.3 Mbps.
A baixa velocidade de conexão, por si só, já é uma enorme desvantagem na hora de fazer com que o conteúdo de uma instituição de ensino alcance os alunos. Agora, somamos a isso a distância geográfica de um aluno, por exemplo, no extremo norte do Brasil que queira acessar conteúdo de uma escola cujos data centers ficam em São Paulo. O caminho percorrido do data center até o aluno será longo e o carregamento dos conteúdos irá demorar mais ainda.
Em medições realizadas pela Exceda usando o Exceda Internet Monitor, identifica-se um aumento de até 350% no tempo de carregamento de aplicações web nas regiões Norte e Nordeste, quando comparado a São Paulo. Assim, a experiência dos alunos fica disforme e gera ainda mais desafios de crescimento fora dos grandes centros. Pesquisas da Akamai Technologies comprovam que cada segundo a mais no carregamento de conteúdo online reduz em 16% a satisfação do visitante com uma página web.
Algo que pode ajudar as empresas nesse desafio é o uso de redes distribuídas de conteúdo – ou seja, adotar servidores interligados e distribuídos em locais geográficos diferentes, fazendo assim com que seja mais rápido e fácil levar o conteúdo para usuários finais distantes.
Para esclarecer, exemplifico com um tipo de rede de servidores distribuídos, a CDN (sigla para Content Delivery Network ou Rede de Distribuição de Conteúdo, em português. Uma CDN global é composta de milhares de servidores, mundialmente distribuídos e colocados juntos aos provedores de acesso para criar uma visão dos diversos congestionamentos no trânsito de dados entre as diferentes redes e otimizar a entrega pela melhor rota possível. Imagine que é como um sistema GPS; a CDN identifica os pontos de maior congestionamento e, estando presente em todas as intersecções, pode direcionar a rota dos pacotes de dados, da mesma forma que o GPS orienta rotas de carros, por caminhos menos utilizados e mais rápidos.
Em casos recentes no Brasil, instituições de ensino divulgaram o quanto se beneficiaram da adoção destas redes para melhorar a experiência dos seus usuários na internet. Entender os movimentos do mercado e acompanha-los é uma forma de garantir a continuidade dos negócios!