À medida que as redes 5G são implementadas em todo o mundo, as operadoras estão olhando para a arquitetura RAN aberta e virtualizada, como uma ferramenta eficaz para oferecer melhor suporte às redes da próxima geração, com benefícios mensuráveis para os negócios e para o desenvolvimento sustentável no futuro. O painel “5G Open vRAN: Oferecendo serviços digitais inovadores e vida social sustentável”, que encerrou o primeiro dia do NEC Visionary Week, realizado pela multinacional japonesa, abordou este momento do setor de telecomunicações.
Durante a conversa conduzida por Mayuko Tatewaki, diretora global da NEC para a área de telecom, Enrique Blanco, diretor global de tecnologia e TI (CTIO) da Telefónica, detalhou como a companhia vem se transformando e criando valores sociais baseados em Open RAN, com aumento da automação e viabilização da oferta mais rápida de novos serviços nos países em que atua. Ou seja, apresentou a estratégia para expandir sua capacidade de rede com o 5G a fim de melhorar a qualidade e a quantidade de serviços oferecidos aos seus clientes e à sociedade.
“Com a pandemia, o mundo todo está sofrendo e nosso trabalho se tornou ainda mais relevante, porque estamos apoiando a vida digital das pessoas no seu dia a dia. Somos responsáveis por dar-lhes acesso a produtos e serviços essenciais para o bem-estar cotidiano. Não cuidamos mais só de cada um de nossos clientes, mas da sociedade como um todo. Se antes estávamos muito pressionados para atender essa demanda com o 4G, agora essa pressão está subindo com o 5G”, relata Blanco.
Um exemplo dos esforços da Telefônica nesse sentido são os investimentos realizados na construção da rede de fibra ótica FTTH (Fiber to the Home) na Europa. Essa tecnologia que visa levar conexão de alta qualidade mais próxima ao cliente residencial e também da rede móvel, com menos interferência e menor latência, já cobre de forma generalizada a Espanha e agora se estenderá para Alemanha. “Nossos esforços nos permitiram hoje sermos responsáveis por de 97% a 99% da cobertura de celular conectado pelo FTTH na região, onde temos parcerias importantes, como Virgin e Liberty no Reino Unido, por exemplo, que têm interesses e estratégias convergentes com as nossas para evitar gaps de cobertura”, afirma Blanco.
Outro aspecto relevante é que, ao viabilizar o 5G, a Telefônica começou a quebrar padrões tradicionais de infraestrutura monolítica e hoje é capaz de competir em números de estações-base em todos os países em que atua. “Agora, apostamos em instalações centrais 5G não autônomas, o que nos permite oferecer grande capacidade móvel e menor latência. E ao sermos extremamente pragmáticos, ofereceremos excelência em wi-fi pela nossa rede FTTH aos clientes residenciais com experiências mais satisfatórias. Esta conquista é possível porque investimos em terminais ópticos de linha (OLT) abertos, além de um grande esforço em arquitetura de rede de acesso por rádio aberta (Open RAN) e uma ampla estrutura de cloud, extremamente virtualizadas”, explica Blanco.
De acordo com o executivo espanhol, Open RAN atualmente é um projeto estratégico. Já existiam iniciativas em 4G e agora a Telefônica intensificou os testes com 5G. Simultaneamente, a empresa vem contribuindo para formar um ecossistema completamente novo de soluções e usos de múltiplas tecnologias e a tendência é que surjam novas soluções e negócios a cada dia, exigindo mais capacidades ampliadas para coletar, armazenar, trafegar e analisar grandes volumes de dados. A operadora também está quebrando a interface comum de rádio pública, para gerar novas interfaces e novas capacidades de software mais diversificadas e flexíveis.
Diante de tantos desafios, que incluem a adoção de um novo modelo de negócios mais ágil e automatizado, com novos processos e organização de framework, negociação de novas parcerias, ampliação e definição de novas capacidades e objetivos, a Telefônica considera a NEC, uma parceira estratégica, assim como Mahindra e IBM. Nozomu Watanabe, vice-presidente sênior da NEC Corporation, ressalta que a NEC tem contribuído com soluções de redes desde a primeira geração de telefonia celular, não apenas por oferecer tecnologia de ponta, mas equipamentos robustos de infraestrutura.
“Estamos prontos para ajudar na transformação digital das operadoras devido a três grandes competências. A primeira delas é estarmos preparados para introduzir e promover a implementação de Open RAN, bem como para capacitar um ecossistema com a participação de múltiplos players. A segunda é estarmos sempre prontos a entregar projetos fim a fim, desde as camadas de rede até as de negócios e serviços. A terceira é oferecermos redes confiáveis e seguras, já que a cibersegurança tende a continuar sendo uma preocupação constante”, detalha Watanabe.
Diante da Era Digital, a evolução do setor de telecomunicações é vital para que os cidadãos tenham acesso a mais variada gama de produtos e serviços, que vão desde ferramentas inteligentes para a busca por empregos, treinamentos, telemedicina, sistemas de transporte mais eficazes, acesso à internet em áreas remotas etc. “Por essa razão, estamos entusiasmados com nossa parceria com a Telefônica para extensão de sua capacidade operacional na Alemanha e em outros países europeus. Afinal, não se trata só da oferta de produtos e serviços, mas de contribuir para a construção de uma nova sociedade mais colaborativa e sustentável”, reforça Watanabe.
Essa visão é compartilhada pela alta cúpula da NEC. “A sociedade do amanhã dará a todos a oportunidade de desfrutar do poder do digital. Ela será sustentável porque as pessoas buscarão a confiabilidade, a responsabilidade, a segurança e a eficiência. Hoje, o mundo ainda sofre para resolver grandes questões e problemas sociais, com falta de energia e água em países em desenvolvimento, fome, dificuldade de acesso à internet, educação e saúde. Mas acredito que a transformação digital é o caminho para solucionar boa parte deles”, enfatiza Akihiko Kumagai, vice-presidente executivo sênior da NEC Corporation.