De acordo com uma pesquisa realizada pelo ABStartups (Associação Brasileira de Startups), em parceria com a Deloitte, o setor de startups no Brasil possui cerca de 14.000 empresas. Dessas, por volta de 59% abriram processos seletivos no último ano, gerando postos de trabalho diretos.
O modelo de negócio também possui um potencial de crescimento pois, segundo a pesquisa, a média de investimento que as startups receberam, durante sua trajetória, é de R$ 1.292.139,77. Ainda de acordo com o estudo, 39,6% é o índice de startups que já receberam algum investimento externo para aplicação em sua operação.
Para o empresário brasiliense Daniel Cardoso, desenvolvedor de empresas no ramo da tecnologia, como a Cogmo Technology, o Brasil tem um ambiente propício para os empreendimentos. “O país tem um imenso potencial se considerarmos a capacidade de inovação, criatividade e aptidão das jovens cabeças que estão ingressando no mercado”.
Daniel também ressalta que a necessidade provocada pela atual crise que o país atravessa tende a levar pessoas, que têm ideias inovadoras, a tentar empreender. “Para exemplificar o cenário, é possível observar as últimas taxas de desemprego no país que ultrapassam 9 milhões de pessoas, além da inadimplência que atinge mais de 64 milhões de brasileiros”, complementa.
Investimentos no exterior são opções para os empresários
De acordo com dados da CB Insights, em 2020, o capital global de investimento em startups aumentou em 54%, atingindo US$ 209,2 bilhões, um recorde histórico. Além disso, os Estados Unidos lideram o cenário mundial, respondendo por cerca de 70% do total.
Outro dado interessante é que o VC (Venture Capital) se tornou o principal veículo de investimento em startups, sendo 60% do montante. “Os investimentos de natureza Venture Capital já tem em seu cerne a expectativa de retornos em longo prazo. Com a normalização do ambiente econômico no país, a expectativa é de retorno do crescimento”, aponta Daniel.
Os investidores-anjos também têm contribuído muito para o aumento dessas aplicações, demonstrando, em 2020, 26% dos investimentos globais, o que representa um aumento de 11% em relação a 2019.
Por fim, os principais destinos de investimentos em startups a nível global são os Estados Unidos, China, Índia, Reino Unido e Alemanha. Estes cinco países representaram cerca de 87% de todos os investimentos em 2020. Em suma, os dados mostram que o setor tem crescido significativamente nos últimos anos, com os Estados Unidos liderando o cenário mundial, seguidos pela China, Índia, Reino Unido e Alemanha.
Para Cardoso, investir no exterior é uma possibilidade de se criar um “intercâmbio” de experiências e tecnologias entre os EUA e o Brasil. “Acredito que a expertise do mercado norte-americano de tecnologia ainda é muito superior à do Brasil, não só pelos valores investidos, mas pelo reconhecimento de determinados modelos de processos que já foram validados para empresas de lá”. O empresário também ressalta que, em sua visão, é preciso considerar que o Brasil também é reconhecido como um celeiro de startups no ambiente da nova economia.
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