Sediado em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, o Grupo Virtueyes anunciou nesta semana uma unidade de negócio com foco em Corporate Venture Capital, considerada o modelo de negócio mais evoluído em relação ao relacionamento e inovação entre startups e grandes empresas.
A iniciativa faz parte de uma estratégia de diversificação de negócios. Além de smart money, o aporte financeiro do Grupo estima injetar até R$1,5 milhões em cada startup selecionada.
E a primeira empresa a ser selecionada nesta unidade de Corporate Venture é a Raks Tecnologia Agrícola. Internacionalmente premiada e incubada na Unitec em São Leopoldo, a startup desenvolve soluções para gerenciamento de irrigação em grandes propriedades rurais.
A Raks nasceu de um projeto de ensino técnico de três estudantes da Fundação Liberato, em Novo Hamburgo e chegou ao Corporate Venture do Grupo Virtueyes através da Ventiur Aceleradora. O sistema faz monitoramento da umidade do solo através de sensoriamento remoto e IoT. A plataforma alia dados de planta, clima e pivô central visando a redução de custos com água e energia e aumento de produtividade e qualidade de safra.
O Corporate Venture Capital
A tese de investimento do CVC está aliada ao Plano Nacional de Internet das Coisas. A CEO do Grupo, Taíze Wessner, identificou duas verticais que possuem uma grande aderência e sinergia com a estratégia global da empresa: agronegócio e smart cities (cidades inteligentes).
“O rural é uma área que carece muito de conexão à internet, então fez muito sentido para nós, enquanto Grupo, e dentro do modelo de business que temos estabelecido. Fizemos, então, um investimento na Raks. Antes disso, a Ventiur faz uma boa triagem. Recebi a recomendação do Sandro (Sandro Cortezia, diretor executivo da Ventiur) de que a Raks tinha uma cultura muito parecida com a nossa. Elogiou muito a equipe e o produto”, conta a CEO.
Segundo Fabiane Kuhn, CEO da Raks, as mudanças na estrutura da startup já podem ser facilmente notadas. “A empresa tomou um porte muito mais profissionalizado após o investimento. Passamos a contar com mentorias especializadas em todas as áreas, criamos alguns processos, melhoramos outros. Estamos conseguindo acessar algumas oportunidades graças à maturidade que criamos com o investimento e as pessoas por trás dele”.
Taíze Wessner conta que a estrutura do Corporate foi modificada e aprimorada conforme as avaliações de mercado. “Por hora, nosso CVC era somente de capital. Então, conforme fomos conhecendo as dores da startup, vimos que possuíamos um know-how gigante e podia ajudá-los em produto, pessoas, cultura etc. É como pegar uma aeronave em voo e ir otimizando a rota”, sintetiza.
A partir daí, nasce uma parte de serviço dentro do Corporate do Grupo Virtueyes, conhecido como smart money. Este tipo de investimento transcende os valores financeiros e agrega às startups lições profissionais, recomendações e conhecimento.
“Dentro da Raks a gente vem tendo um belo resultado. Conseguimos ver muito do nosso trabalho aplicado ali. Ficamos muito felizes formando o time deles, vendo que estão quase graduados, andando sozinhos, estando mais seguros para tomarem suas decisões, tendo mais clareza de futuro, tamanho de mercado e visão de negócio”.
Para o futuro da Raks após o fim do investimento, Fabiane espera a diferença na agricultura irrigada. “Visamos muito crescimento e impacto na vida do produtor rural, aumentando a produção de alimentos e reduzindo o uso de recursos hídricos e energéticos”.
Próximos investimentos
O Corporate Venture do Grupo Virtueyes possui capacidade de atender até duas empresas ao mesmo tempo e uma nova rodada de investimento deve ser aberta no segundo trimestre de 2022. As empresas de tecnologia selecionadas passam 1 ano recebendo aporte financeiro e smart money.
Entretanto, para receber investimento do CVC existem alguns pré-requisitos. “A gente investe somente em early stage (startups que estão saindo das aceleradoras, já com um produto pronto) por enquanto, que é onde podemos agregar mais valor, pois é um período em que a empresa tem muita carência de conhecimento”, afirma a CEO.
Taíze ainda conta, com otimismo, que acredita muito nesse modelo de negócio. “Existe um potencial enorme. É algo que eu sou apaixonada em fazer. É como olhar para si mesmo há 10 anos atrás, sem conhecimento algum, mas com um sonho grande. Até aqui viemos tendo boas experiências”.
Para cadastrar uma startup de tecnologia e participar da seleção de investimento do CVC do Grupo Virtueyes, é necessário estar atento à abertura do novo processo. Quando aberto, a empresa divulgará em suas redes sociais. O pré-requisito é ser uma startup nível early stage de tecnologia com foco em conectividade e soluções de Internet das Coisas.
O Grupo Virtueyes
Consolidado no mercado de tecnologia e Internet das Coisas há 14 anos, o Grupo Virtueyes desenvolve soluções para conectividade e comunicação de dados entre máquinas, conhecida como M2M (machine to machine).
Atualmente, o grupo é formado por três unidades de negócio, sendo o CVC o mais recente, a Virtueyes M2M, broker de conectividade, oferece SIM Cards M2M e nasceu com o objetivo de entregar a melhor experiência em telecom para o mercado de Internet das Coisas que estabeleçam essa comunicação.
Já a V.eye é uma empresa do Grupo que desenvolve um software intuitivo que une todas as operadoras em uma única gestão end-end. A plataforma permite o diagnóstico e o gerenciamento de dispositivos IoT e grandes parques de SIM Cards, somado a um ecossistema de soluções.
Website: http://www.virtueyes.com.br