A Internet das Coisas (da sigla em inglês IoT) tem sido uma grande aliada de pessoas e empresas que objetivam conectar objetos do cotidiano à internet por meio de dispositivos incorporados. Esta tecnologia tem sido utilizada para monitorar, sem o mínimo de intervenção humana, processos que antes não podiam ser monitorados com a mesma facilidade, como é o caso do consumo de energia elétrica pelo setor da construção civil que, antes, esbarrava em obstáculos para metrificar o consumo de energia, o que se justificava pela grande quantidade de canteiros de obras e variações de processos e fases pelas quais um empreendimento pode passar.
Com o intuito de metrificar o consumo de energia elétrica em seus canteiros de obras pelo país, a Camargo Corrêa Infra, construtora com 80 anos de atuação no ramo da construção civil, adotou ferramenta de monitoramento de energia criada a partir da tecnologia IoT como uma de suas iniciativas associadas à ESG (environmental, social and governance – em português: governança ambiental, social e corporativa) para alavancar a digitalização dos dados e ações ligados à gestão de recursos naturais e carbono, e o resultado foi 2 milhões de kilowatts monitorados, mais de 500 mil reais economizados e 15% menos consumo em horário não produtivo.
Além de garantir a sustentabilidade de uma empresa, seja ela financeira ou ambiental, utilizar uma ferramenta de monitoramento de energia pode ser uma das alternativas de gestão de recursos mais eficientes no quesito economia, como sugere Rafael Turella, engenheiro ambiental e cofundador da CUBi Energia, startup de Eficiência Energética e Monitoramento de Energia e parceira da Construtora Camargo Corrêa. De acordo com ele, realizar a troca de equipamentos, por suspeita de que eles estejam causando desperdício de energia, já não figura mais com uma das principais medidas a serem tomadas com o objetivo de controlar ou mesmo cortar gastos.
Após a utilização da ferramenta de monitoramento de energia pela Construtora Camargo Corrêa, os algoritmos foram capazes de identificar oportunidades de eficiência, melhoria e economia “Acreditamos que as tecnologias ligadas à Internet das Coisas são algumas opções disponíveis para melhorar o uso das fontes de energia e cortar gastos”, enfatiza Turella.
De acordo com a WRI Brasil, o consumo de energia é uma das maiores fontes de gases do efeito estufa, representando 73% das emissões mundiais. Em outro estudo, publicado pela Agência Internacional de Energia, as emissões globais de gases para produzir energia aumentaram 6% entre 2020 e 2021. Por isso, como afirma Turella, é preciso estabelecer medidas e soluções para melhorar a situação do uso de energia em todos os segmentos, visto que é possível um crescimento ainda maior, nos próximos anos, nas emissões de CO2 para a produção de energia.
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