No Brasil, a demanda em relação ao segmento energético tem ganhado força. Segundo o Ministério de Minas e Energia (MME), em 2021 – ano do último levantamento completo – houve uma expansão de 7.562 MW na geração de energia elétrica. Além disso, 200 usinas entraram em operação no período, adicionando capacidade de geração de energia que pôde atender por volta de 17 milhões de domicílios.
Outro ponto que vem se desenvolvendo no país é o uso de energia limpa. De acordo com um levantamento da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, a geração de energia limpa cresceu 6% no primeiro quadrimestre de 2022, em comparação com o mesmo período do ano passado.
Para o vice-presidente da divisão de Power Systems da Schneider Electric para a América do Sul, Leandro Bertoni, esses avanços têm aberto espaço para o crescimento do mercado livre de energia. “Com isso, estão se fortalecendo os debates sobre a consolidação da digitalização na infraestrutura da distribuição, principalmente no que é oferecido hoje pelas concessionárias e, também, no que pode ser desenvolvido por meio das microgrids, ou seja, quando as próprias residências, empresas ou comunidades produzem, compartilham e comercializam sua eletricidade”.
Bertoni explica que, além de promover um controle maior sobre a gestão e mais independência sobre o que é produzido e consumido, aderir ao mercado livre de energia, seja uma residência ou uma empresa, permite um enorme avanço no quesito sustentabilidade. No entanto, segundo ele, para chegar em um cenário ideal – em que o modelo ganhe força total – é inevitável dizer: a digitalização precisa ser integrada à infraestrutura elétrica, seja das grandes redes ou microgrids.
“A construção de uma rede inteligente é uma necessidade iminente das cidades em crescimento. Adotar dispositivos que entregam dados em tempo real, utilizar ferramentas e sistemas digitais e obter insights precisos sobre tudo o que acontece da produção até o consumo ajuda grandes e pequenos ecossistemas a manterem seu abastecimento de energia, reduzir custos e ganhar segurança”.
O executivo da Schneider Electric considera que parte desse desenvolvimento depende diretamente das concessionárias. De acordo com Bertoni, quem gera sua eletricidade precisa, acima de tudo, investir em tecnologia, já que esse é um fator essencial para o sucesso de cada projeto, independentemente da abrangência territorial ou complexidade do modelo de geração de energia limpa.
Ele aponta que, um exemplo de algo que vem crescendo no segmento é o Sistema de Gestão de Distribuição Avançado (ADMS). “Desenvolvido para aumentar a confiabilidade das redes e reduzir as emissões de carbono em todo o processo, da geração até a distribuição, a solução tem ganhado força entre as concessionárias de energia e a tendência é que continue tendo cada vez mais espaço”, afirma.
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