O que jovens artistas do Aglomerado da Serra, em Belo Horizonte, têm em comum com os de Bristol, na Inglaterra? Além de diversas reflexões sobre a atualidade, outro ponto em comum é o Programa Pontes, realizado pelo Oi Futuro e pelo British Council, e que contemplou o Centro Cultural Lá da Favelinha para um programa de residência artística entre brasileiros e britânicos. A iniciativa lança em 18 de novembro a exposição “Galeria Virtual Disputa Nervosa”, um espaço em realidade virtual que permite uma imersão intensa do público no resultado final do projeto de conclusão da Residência Artística 2020/2021 do Programa.
O espaço, hospedado na plataforma Mozilla Hubs, foi arquitetado como uma instalação artística digital, que é interativa e funciona como um game: o público escolhe seu avatar, passeia no Aglomerado da Serra, viaja para Bristol e tem acesso aos conteúdos exclusivos.
Para o idealizador do Lá da Favelinha, Kdu dos Anjos, esse é um projeto que mostra a favela rompendo barreiras. “Trata-se de uma Galeria Virtual de Arte Contemporânea, um armário portal que conecta o Aglomerado da Serra, em Belo Horizonte, Brasil, com Bristol, Inglaterra. Jovens artistas dos dois países criaram uma exposição que traz reflexões em comum, mesmo vindo de realidades diferentes, sobre ocupação urbana, arte com causa e o corpo como performance ambulante”.
Contextos políticos, culturais e socioeconômicos estão entre as questões abordadas. Como é fazer arte em seu país? Consumo de moda exagerado – tudo que temos dentro do guarda roupa é usado ou necessário?
Esses são alguns exemplos dos questionamentos feitos pelos artistas participantes que incluem seis dançarinos do grupo favelinha dance, quatro semifinalistas do Festival Disputa Nervosa Municipal 2020 e artistas britânicos do grupo Re Wurk, criado em 2019 com o coletivo REMEXE.
A ideia inicial da residência artística é que os jovens selecionados em Bristol viessem para o Brasil para a imersão. No entanto, com a pandemia mundial, as ações foram adaptadas para um intercâmbio virtual.
Entre os dias 12 e 21 de março de 2021, artistas brasileiros e britânicos participaram de uma série de workshops com profissionais criativos no intuito de criar a galeria de artes visuais e um documentário, que narra a trajetória dos jovens artistas dos dois países durante a pandemia e será lançado ainda esse ano.
Entre os workshops apresentados estiveram “Cultura Urbana, Funk e Arte de Rua”, com Renata Prado; “Vogue e Moda”, com Tete Moreira; “Contexto social e cultural de Belo Horizonte”, com Joana Ladeira; “Intercâmbio Intercultural e Processos Artísticos”, com James Turpim; “Construção de Performance Internacional”, com Jorge Lopes; “Dança cênica”, com Léo Garcia; “Moda cênica”, com Luísa Luz; “Música cênica”, com Rafael Fantini; “Arte e realidade virtual”, com Mau; e “Oficina de Dramaturgia”, com Rogério Coelho.
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