O uso de energia eólica vem tomando conta do território brasileiro e, os parques com enormes estruturas, são vistos progressivamente em maior número. Isso é muito positivo, já que trata-se de energia limpa disponível no país. No entanto, uma questão importante que deve ser levada em consideração pelas autoridades: a sinalização, para que não aconteça o choque com aeronaves.
“O risco de uma aeronave colidir com uma estrutura de qualquer natureza – seja de transmissão de energia eólica, de telefonia, rádio, TV, entre outras – é muito grande. A sorte é que, até o momento, um desastre dessa magnitude não ocorreu. Porém, ele pode acontecer a qualquer instante enquanto a situação continuar da maneira que está. Por isso, a divulgação desse assunto é de extrema relevância. Diria vital, até”, é o que alerta o especialista da área e representante da indústria FRATA, Élcio Guedes.
A portaria da COMAER – Comando da Aeronáutica de número 957-GC3 impõe uma série de regras para que estruturas como essas sejam devidamente sinalizadas e visíveis em um ângulo de 360º, facilitando assim a visualização dos pilotos. Para cada tipo de obstáculo aéreo (torres) existe uma regra de sinalização de acordo com a altura, sendo sinalização fixa e/ou piscante. Essa sinalização é produzida por indústrias especializadas como a FRATA.
“A questão grave é que, para aprovação do projeto, muitas empresas realmente colocam a sinalização adequada conforme determina a norma. Porém, em alguns casos, quando um desses sinalizadores aeronáuticos queimam, o local fica sem visibilidade – e os responsáveis o mantém dessa forma – ou os substituem por sinalizadores não apropriados e sem certificação (vedação, intensidade luminosa etc.). E é aí que mora o perigo, já que acidentes de grandes proporções e de altíssimo risco podem ocorrer”, explica Guedes.
De acordo com o especialista, é urgente a necessidade de uma fiscalização adequada por parte dos órgãos responsáveis envolvidos bem como a manutenção preventiva.
“Por isso, chamamos a atenção dos responsáveis pela sinalização para que se conscientizem e percebam o grande risco a que submetem a população e a si próprios. Se um acidente acontecer por conta desse fator, além da tragédia em si, as despesas e multas aos responsáveis serão imensas. No caso das estruturas eólicas, por exemplo, o prejuízo é ainda maior pois é um investimento muito alto e leva tempo para ser aprovado, inclusive. Que tenham ciência de que agir em consonância com as normas vigentes, com a lei, é muito mais vantajoso em todos os sentidos”, finaliza o Élcio Guedes.
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