Os olhos do mundo estão voltados para Glasgow, na Escócia, onde ocorre de 31 de outubro a 12 de novembro a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26). Presente nas discussões, o setor empresarial expõe compromissos para aumentar a resiliência, fomentar a transformação para uma economia de baixo carbono e evitar que a temperatura global se eleve para além de 1,5°C, como estabelecido no Acordo de Paris, em 2015.
Inicialmente, a COP26 estava prevista para novembro de 2020, contudo, devido aos reflexos da pandemia de Covid-19, foi adiada para 2021, em uma ação conjunta do governo britânico com parceiros da Itália.
O setor empresarial conta com toda a sociedade para o engajamento de uma nova realidade climática, através de uma participação ativa na retomada verde da economia. Em Glasgow, espera-se a finalização do livro de regras para melhor operacionalizar o Acordo de Paris, com propostas de ações conjuntas entre empresas, governos e sociedade civil.
Segundo o Observatório do Clima, no ano de 2020, quando a pandemia da Covid-19 paralisou a economia mundial, houve uma redução inédita de quase 7% nas emissões globais de gases de efeito estufa. Contudo o Brasil foi na contramão e registrou aumento de 9,5% nas emissões. O relatório “Análise das emissões brasileiras de gases de efeito estufa e suas implicações para as metas climáticas do Brasil 1970 – 2020” aponta que o principal fator para essa elevação foi o desmatamento na Amazônia e no Cerrado.
Assim, empresas buscam alternativas para a retomada pós-crise econômica causada pela pandemia e discutem os perfis de investimentos em infraestrutura financiados por pacotes de estímulo com emissão de títulos verdes.
Uma das alternativas que volta à pauta está relacionada ao mercado global de carbono, que otimiza o mercado voluntário e permite que emissões sejam atendidas por créditos. Essa iniciativa se trata de um certificado digital emitido toda vez que uma tonelada de dióxido de carbono (CO2) deixa de ir para a atmosfera. Esses créditos podem ser vendidos para outras empresas que não conseguem reduzir as emissões.
De acordo com o Daniel Maximilian Da Costa, fundador e principal executivo da Latin American Quality Institute, a COP26 é uma oportunidade de a sociedade civil e o empresariado desempenharem um papel de liderança em ações concretas para o planeta. “Uma vez alcançado um consenso em escala global e governamental, a sociedade civil e as empresas devem desempenhar um papel de liderança no uso de sua criatividade e capacidade de inovação para resolver os desafios que enfrentamos como sociedade. Muitas empresas já pesaram os riscos e as oportunidades de responder a esse problema e incorporaram a sustentabilidade e a variável ‘mudanças climáticas’ em suas estratégias”, conclui.
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