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Entidades setoriais solicitam apoio a órgãos públicos e privados para minimizar impactos no transporte marítimo internacional

por admin

Atentas aos problemas causados pela pandemia, em especial no que diz respeito ao transporte marítimo, que traz impacto direto sobre as exportações brasileiras e, consequentemente, sobre a economia, várias entidades setoriais elaboraram carta entregue aos ministérios de Relações Exteriores e da Economia, além de outras organizações privadas, solicitando atenção especial ao assunto.

O objetivo do documento é requerer o apoio de órgãos como ANTAQ (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), MAPA e Confederação Nacional da Indústria (CNI) para contribuir com a minimização dos efeitos adversos globais para o transporte marítimo com ações passíveis ao Brasil, com o fim de favorecer as exportações brasileiras de produtos de valor agregado, o que irá contribuir de maneira direta para os resultados da balança comercial do país.

A carta, assinada pela ABCasa (Associação Brasileira de Artigos para Casa, Decoração, Presentes, Utilidades Domésticas, Festas, Flores e Têxtil) e demais representantes de entidades setoriais, é embasada em pesquisa conduzida pelo projeto setorial Brazilian Biscuits, Pasta and Industrialized Breads & Cakes, mantido pela Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi), em parceria com a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos).

A pesquisa foi realizada com mais de 90 empresas brasileiras representadas por 18 associações, que apontaram como os principais problemas o aumento no custo do frete marítimo e o prazo para o embarque de suas mercadorias nos diversos portos brasileiros. De acordo com o estudo, 43% dos carregamentos para exportação são feitos no Porto de Santos (SP) e outros 23%, no Porto de Rio Grande (RS).

O documento revela que o tempo de espera para o embarque de cargas para exportação está maior, com 33 dias em média, ante 23 dias antes da pandemia. Além disso, não há garantia de que a reserva de embarque será cumprida pelo armador. Também apresenta relatos de pedidos de pagamento de taxas adicionais, o que onera e pode até impossibilitar os envios. Soma-se a isso o grande aumento dos custos do frete desde o início de 2021, em média 100%, sendo que para algumas empresas e destinos o acréscimo atinge os 300%.

A demora para o embarque e o aumento dos custos dos fretes pode ser explicado pelos tipos de contêineres utilizados no transporte. Segundo a pesquisa, os mais usados para carga seca são os 20′ Dry, 40′ Dry e o 40′ High Cube, com destaque para o 20′ Dry, que representa 43% da demanda exportadora. A preferência por esse tipo de contêiner pode explicar a dificuldade das empresas em encontrá-los, o que eleva a espera para o carregamento e pode onerar o custo do frete.

Segundo a pesquisa, a mais impactada pelos problemas com transporte marítimo durante a pandemia foi a região das Américas, com mais de 70%. A América do Sul representa 29,9% dos destinos mais impactados com o atual cenário do frete marítimo, enquanto a América do Norte, 27,3%, e a América Central, 13%. O país mais afetado pelo problema é os Estados Unidos (35%), seguido por Colômbia (12%) Peru (10%) México (7,5%) e Chile (6,5%).

O presidente da ABCasa, Eduardo Turqueto ressalta que o Brasil está vivendo um momento crítico, uma vez que mais da metade das empresas que responderam à pesquisa tiveram aumento da demanda por produtos no mercado internacional, mas, infelizmente, 58% delas perderam vendas devido ao problema marítimo atual. “Por isso, é urgente uma ação da ANTAQ e demais entes públicos e privados que busquem minimizar os impactos adversos no transporte marítimo, uma vez que 53% das empresas apontam aumento nas exportações em 2021, além de 30% que ao menos mantiveram suas vendas ao mercado externo no mesmo patamar que em 2020”, destaca.

 

 

Website: https://abcasa.org.br/

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