A Anatel anunciou nos últimos dias a adoção do novo endereçamento para a internet, o IPv6. Basílio Perez, presidente da Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (ABRINT), lembra que há pelo menos três anos a entidade tem feito reiterados alertas sobre o esgotamento do IPv4 e a necessidade de adoção de um planejamento para que o mercado possa se adequar à tecnologia.
“Não é tão simples quanto alterar a numeração dos telefones, como já aconteceu em São Paulo e em outros Estados. O processo envolve adequação tecnológica nas redes, investimentos em equipamentos e outras mudanças que são tranquilas, desde que feitas de forma planejada”, explica.
Israel Arruda é um provedor regional de internet e tentou, durante dois anos, implantar o protocolo IPv6. Ele opera em 35 municípios do interior do estado de São Paulo e do Ceará e investe na ampliação da rede usando equipamentos com suporte para IPv6.
Segundo Israel, a grande dificuldade que enfrentou foi identificar um fabricante de equipamentos que tivesse um modelo de roteador (instalado na casa do usuário final) adaptado para a tecnologia. “É um exemplo de como não é simples esta migração e quanto é essencial o planejamento”, explica Basílio.
Os novos usuários já são ligados no IPv6 há pelo menos dois anos e o restante da rede é substituída gradualmente quando, por exemplo, os equipamentos das residências de antigos usuários precisam de manutenção.
7º Encontro Nacional de Provedores de Internet e Telecomunicações
O evento que a ABRINT promoverá em São Paulo entre os dias 1 e 3 de junho vai tratar do tema com palestra de José Alexandre Bicalho, superintendente de planejamento e regulamentação da Anatel e Milton Kaoru Kashiwakura, diretor de projetos especiais e de desenvolvimento da agência.