O Idec lança manual “Por trás da pontuação de crédito: conheça seus direitos”.
A Entidade exige transparência no processo de credit scoring.
Praticamente todo consumidor brasileiro adulto tem uma pontuação de crédito;
Uma avaliação feita por poucas empresas sobre as condições de crédito do consumidor, levando em consideração o histórico financeiro;
As dívidas pendentes, tipo de crédito concedido, período do tempo de crédito e número de consultas.
Conhecido no mercado como credit scoring, essa pontuação é uma verdadeira “caixa preta”, afinal poucos conhecem como o ranking é composto.
Seminário
Por isso, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS-Rio) realizaram seminário “Sociedade do ranking: credit scoring, discriminação e transparência”, nessa quarta – sobre o assunto reunindo as empresas responsáveis pelo ranking – Serasa Experian e Boa Vista/SCPC, as Fintechs e pesquisadores para discutir o que pode mudar com as novas empresas de tecnologia que entram nesse sistema e os limites éticos de apuração de dados.
“O Idec e o ITS Rio apresentam os resultados de investigações dos direitos dos cidadãos que são pontuados;
Além de uma provocação para as empresas de tecnologia – Fintechs;
Em relação aos parâmetros éticos do uso dos dados pessoais e o scoring.
Dos resultados da pesquisa sobre os direitos, identificamos cinco direitos básicos: acesso gratuito às bases de dados e informações pessoais;
Modificação gratuita, em até cinco dias, de informações erradas e imprecisas; prazo de validade de cinco anos de informações sobre dívidas e débitos, direito de revisão de decisões feitas exclusivamente por computadores e algoritmos, direito de indenização por danos morais por uso de informações excessivas, como likes do facebook”;
Explicou Rafael Zanatta, do Idec.
No site do Idec, foi lançada uma página para desvendar a Caixa Preta – http://www.idec.org.br/caixapreta.
Um vídeo explica o que é pontuação de crédito e é possível baixar o manual “Por trás da pontuação de crédito: conheça seus direitos” com orientação ao consumidor com as explicações e os direitos em relação aos critérios de pontuação, com três modelos de cartas para exigir acesso gratuito às informações que compõem a pontuação de crédito, uma para retificação de informações erradas ou imprecisas e uma para exclusão de dados da vida útil, máximo cinco anos por alguma inadimplência.
No seminário, o consenso foi a necessidade de ser transparente.
O pesquisado da UERJ, Danilo Doneda, salientou que a transparência deve ser um direito e um valor da composição da pontuação.
Saber os critérios ajudam a ter informações cada vez mais precisas, que ajudam tanto o cidadão como o as entidades de crédito.
O mesmo acha a professora da UnB, Laura Schertel Mendes, autora do livro “Privacidade, proteção de dados e defesa do consumidor devem ser resguardados do Big Data e gerar informações improcedentes. “Não estamos falando de dados pessoais, não só para crédito, mas para outros serviços.
Tem um efeito negativo muito claro, ou seja, a lei de proteção de dados pondera interesses;
E o prejuízo para o consumidor é muito grande” – sobre a questão da análise de gosto pessoal”.
As representantes das empresas que fazem o ranking comentam que as estruturas são seguras.
“A Serasa não usa rede social para se basear no perfil do consumidor.
É como se fosse uma foto de casal: no Facebook é tudo mil maravilhas, na vida privada, quem conhece sabe que não é bem assim”;
Explicou Vanessa Butalla.
Informação ao cidadão
Sobre o cidadão consultar seu credit scoring nesse tipo de instituição, a Boa Vista/SCPC alertou sobre a gestão dos dados:
“Quem consulta tem um contrato com o respectivo birô e eles têm um critério para permitir que sejam consultados – não é um mar aberto, existem regras que devem ser cumpridas”.
No painel com as Fintechs, sobre os modelos alternativos de scoring, Fabricio Federici, da Lendico;
Disse que utilizando de alta tecnologia, a análise de dados tem vantagens;
Como a diminuição da burocracia e os produtos oferecidos online, como empréstimos consignados.
Ele exemplifica: “O CEP não diz muita coisa.
O CEP em conjunto com outras informações diz muita coisa. Informações combinadas enfraquecem quando analisadas individualmente.
O score não é uma coisa ruim, pelo contrário. Se você entender e souber utilizar ao seu favor, pode ajudar muito!”
Marcel Leonardi, diretor de políticas públicas da Google, disse que “a máquina pode funcionar perfeitamente, o comportamento financeiro do ser humano é de certa forma irracional: um cenário que confia-se tanto na máquina, que a pessoa para de pensar”.
Melissa Penteado, CEO da ProScore, acha que o score para gerar credibilidade no Brasil precisa do endosso e consolidação;
Mas sem nenhuma estratégia, como explicou Patrícia Cornils, líder de projeto da Actantes;
Como colocar contas no próprio CPF para aumentar score.