Home Artigos Cabotagem pode reduzir emissões de CO₂

Cabotagem pode reduzir emissões de CO₂

por Paulo Fernandes Maciel

Cabotagem é capaz de reduzir 89% das emissões de CO₂ em relação ao modal rodoviário

De acordo com um levantamento exclusivo da Norcoast, empresa brasileira de navegação costeira que opera de Norte a Sul do país, a cabotagem é capaz de reduzir 89% das emissões de CO₂ no setor logístico. O estudo considerou operações realizadas ao longo de 2024 para uma multinacional do setor químico, tendo como ponto de partida o porto de Suape (PE) e destinos os portos de Manaus (AM), Santos (SP) e Paranaguá (PR).

Levantamento desenvolvido exclusivamente pela Norcoast comprova a superioridade da eficiência energética da cabotagem brasileira

Aplicando fatores de emissão normatizados pelo GHG Protocol – metodologia internacional adaptada ao contexto brasileiro pela Fundação Getulio Vargas (FGV) – o levantamento quantificou as emissões de CO² geradas por tonelada-quilômetro transportada, comparando os modais marítimo e rodoviário.

Em 2024, a operação da empresa analisada movimentou um volume total de 7.862,18 toneladas de carga por meio da cabotagem, em parceria com a Norcoast. Esse montante, distribuído ao longo de operações entre os portos de Suape, Manaus, Santos e Paranaguá, gerou 369,2 toneladas de CO₂.

Cabotagem

Remanejo de volume

Caso esse volume tivesse sido transportado exclusivamente por rodovias, a emissão estimada seria de 3.374,3 toneladas de CO₂, ou seja, quase nove vezes mais poluente. Esses dados reforçam o papel estratégico da cabotagem na redução das emissões do setor logístico, alinhando-se às metas de descarbonização e à agenda ESG da multinacional.

“A cabotagem se destaca como uma alternativa positiva para a redução da emissão de CO₂ e outros pontos abordados pela agenda ESG. Os navios são projetados para potencializar a eficiência energética, incorporando tecnologias e inovações que minimizem o consumo de combustível por tonelada transportada”, afirma Stephano Galvão, Diretor de Operações da Norcoast.

Descarbonização da cadeia logística

A logística é um dos principais setores responsáveis pela emissão de gases de efeito estufa e, consequentemente, as empresas que operam neste setor são cada vez mais pressionadas a adotar práticas sustentáveis, tanto por regulamentações ambientais quanto pela demanda de consumidores conscientes.

De acordo com a Associação Nacional de Pesquisa e Ensino em Transportes (Anpet), o setor de transporte responde por cerca de 48% das emissões totais de CO₂ no Brasil, sendo o modal rodoviário o principal responsável por esse impacto ambiental. Apenas o transporte inter-regional de cargas poderá emitir até 111 milhões de toneladas de CO₂ em 2025, caso nenhuma medida de mitigação seja adotada.

Esse cenário reforça a urgência de alternativas mais limpas, como a cabotagem, que além de apresentar menor emissão por tonelada transportada, contribui diretamente para que o país avance em seus compromissos com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), especialmente nas metas de ação climática, infraestrutura resiliente e desenvolvimento sustentável.

A navegação costeira – cabotagem

Aliada estratégica para as companhias comprometidas com metas de descarbonização e sustentabilidade, a navegação costeira promove inclusão territorial e reforça a governança logística no país, conectando regiões distantes com maior eficiência e estruturando uma cadeia de suprimentos mais integrada. O Brasil, com mais de oito mil quilômetros de costa navegável, está estrategicamente posicionado para ampliar o uso da cabotagem como modal de baixo carbono.

“A navegação costeira vai além da sustentabilidade. Este modal também fomenta a segurança, previsibilidade e competitividade do segmento logístico nacional”, conclui Galvão.

Você também pode gostar

Deixe um Comentário

Ao navegar neste site, você aceita os cookies que usamos para melhorar sua experiência. Aceito Mais informações