De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 45,6 milhões de brasileiros possuem algum tipo de deficiência. Dessas pessoas, 40 milhões – segundo o portal da Câmara dos Deputados – necessitam de algum tipo de aparelho para suprir as deficiências, que vão desde cadeira de rodas a aparelhos auditivos. Dentro da enorme variedade de equipamentos necessários estão as órteses, que ao contrário das próteses – que substituem um órgão ou membro do corpo humano – suprem ou corrigem a disfunção desses elementos sem substituí-los.
No ano passado, o Senado começou a discutir um Projeto de Lei que regulamenta o mercado de órteses e próteses no Brasil. Os números e as discussões tornaram o surgimento da startup potiguar Fix-It, com o objetivo de entrar no mercado das órteses. Como boa parte das startups potiguares, a Fix-It também surgiu em eventos voltados para o empreendedorismo. Os membros da empresa se conheceram em duas competições, a Startup Weekend e a Ideation – e venceram as duas. De lá, participaram de competições mundiais, tiveram ótimos resultados e garantiram uma viagem ao Vale do Silício que incluirá a participação dos membros da empresa em um programa de aceleração com duração de 21 dias.
O foco da Fix-It é a área ortopédica, produzindo órteses feitas em PLA, um polímero biodegradável à base de fontes renováveis como milho e cana de açúcar, por exemplo. A empresa é formada por uma equipe multidisciplinar que vai desde a área de Fisioterapia à Engenharia Mecatrônica. Eles desenvolvem e também validam as soluções criadas pela empresa, que lança os produtos ao mercado através da venda direta ou por revendedores.
Sobre os maiores desafios enfrentados pela empresa, Carlos Lima, membro da Fix-It, diz: “a regulamentação do negócio, tendo em vista que o Brasil é extremamente regulatório e pouco flexível na área da saúde, a falta de apoio ao empreendedor e a grande dificuldade de encontrar fornecedores de matéria prima”. Ele diz ainda que poderiam existir mais instituições voltadas para as etapas iniciais da formalização do empreendedor.
Por mais que exista dificuldade no fornecimento da matéria prima, algo favorece a estrutura da empresa: o fato de que as órteses são produzidas localmente com a ajuda de uma impressora 3D. É um ponto positivo na hora de adentrar um mercado tão concorrido – também considerado um desafio pela Fix-It. Quando o assunto é investimento, a resposta dada a Propulsione é a ideal para fechar essa matéria e inspirar outros empreendedores: “o investimento visa um objetivo e o faturamento é sempre decorrente do tamanho da dedicação”.
(Via Propulsione)