Depois que a pandemia do novo coronavírus tomou conta do mundo todo, especialistas começaram a estudar e a prever como será o mundo pós-pandemia. O “novo normal” tem vários aspectos, mas todos concordam que será preciso colocar em prática valores como empatia, responsabilidade social e ambiental. Em um cenário com menos dinheiro circulando, toda a sociedade deve repensar seu papel, reforçando características como o exercício da cidadania, que envolvam resiliência e criatividade, para que se possa coexistir democraticamente.
Segundo o pesquisador Bernd Schulz , uma das maneiras de adquirir ou melhorar essas características, chamadas de soft skills, é aprendê-las por meio de um treino formal, com aulas escolares, por exemplo. É isso que acontece no High School do Centro Cultural Brasil-Estados Unidos (CCBEU- Griggs -GO), de Goiânia. Lá, os alunos vêm desempenhando uma série de trabalhos voluntários à distância, porém com longo alcance. Há dois anos no programa, os alunos trabalham a favor de uma ONG local chamada Terra Livre , que tem como função alfabetizar crianças carentes da periferia de Goiânia.
O projeto faz parte do chamado Community Service, que tem por objetivo desempenhar o processo educacional do aluno com viés humanista, atrelado ao compromisso de uma educação mais ética, intercultural e global. Essa filosofia é parte integrante do currículo do High School da escola, que usa a metodologia da Griggs International Academy (GIA-BR) , incentivando alunos a realizarem trabalho voluntário dentro da grade curricular. “Nosso ideal é uma educação global”, revela Karem Ragnev, diretora acadêmica da GIA-BR (e também América Latina). “Por isso, esse tipo de trabalho já acontece no cotidiano das escolas com metodologia GIA. Porém, a pandemia nos motivou a elaborar projetos condizentes com a situação e que fossem possíveis de serem desempenhados pelos alunos com total segurança”, explica Karem.
Assim, os alunos do programa CCBEU-Griggs-GO , que costumeiramente realizavam em suas visitas workshops com atividades de habilidades psicomotoras, oficinas de leitura e festas de aniversário para a população atendida pela ONG, arregaçaram as mangas e mudaram a estratégia. Para esse período crítico, organizaram um projeto de alcance internacional, com o objetivo de expandir as doações destinadas à ONG, que contou com três etapas. Na primeira, eles traduziram o site da instituição para o inglês, de modo que ele fosse visitado por pessoas em qualquer parte do mundo, ampliando as participações voluntárias. Já a segunda etapa foi o desenvolvimento de uma campanha para suporte de arrecadação de cestas básicas, com posts e vídeos motivacionais no Instagram.
E a terceira foi quando os alunos levaram as necessidades da Terra Livre para os Estados Unidos. A partir do contato com estudantes norte-americanos, conseguiram doações em dinheiro para a compra de cestas básicas. De acordo com a escola goiana, com a parceria entre os alunos brasileiros e norte-americanos, a ONG arrecadou mais de R$ 30 mil.
A escola ressalta que os projetos do Community Service beneficiam a ONG Terra Livre, mas ainda mais os alunos, que desenvolvem valores como dignidade, honra, integridade e respeito. Além disso, essas atividades trabalham o que a metodologia chama de habilidades comportamentais (soft skills): seek knowledge, affirm the key values e change the world. “Respectivamente, essas competências fazem parte do Journey to Excellence (J2E), que fundamenta nosso currículo e nossas ações no cotidiano escolar. Incentivamos o aluno não somente a investigar sobre um problema ou a buscar uma informação; mas principalmente, a compreender os impactos e os resultados de suas pesquisas e descobertas. Isso os ajuda a tomar decisões baseadas na ética, na integridade e no respeito. Assim, podem adotar uma postura de agente de mudança que possa fazer a diferença no contexto em que vive, no hoje e no futuro, no local e no global. “, finaliza Karem.
Website: http://griggsk12.com