Para um trabalhador qual pacote mínimo de benefícios proporcionaria condições para cumprir suas funções com qualidade e eficiência? Agora com o trabalho em casa (home office), quais benefícios são essenciais?
É importante deixar claro que oferecer benefícios não é um tipo de paternalismo. Benefícios são, sim, ferramentas de gestão para qualquer empresa. Planos de benefícios para funcionários são capazes, por exemplo, de atrair os melhores talentos do mercado – se o trabalhador recebe duas ofertas de emprego e uma oferece mais benefícios do que a outra, por qual ele vai optar?
Os benefícios também ajudam a aumentar a produtividade , uma vez que um colaborador satisfeito fica muito mais engajado e motivado, mesmo quando ele faz trabalho remoto. “Benefícios são parte de uma estratégia de gestão. Eles têm um propósito, que deve estar claro para todos na empresa”, afirma Fernando Cosenza, Vice-Presidente de Marketing Estratégico, Inovação e Digital.
Fernando diz que costuma dar um exemplo que pode soar simples, mas que reforça a ideia de que os benefícios devem ser oferecidos de forma alinhada à estratégia da companhia. “Se uma empresa pretende se internacionalizar, por exemplo, oferecer um benefício para os colaboradores estudarem um idioma novo faz sentido”, afirma.
Mas, afinal, o que é essencial?
Voltando ao tema da essencialidade, com a palavra Willian Tadeu Gil, diretor de Relações Institucionais da Sodexo Benefícios e Incentivos: “Por lei, entre os benefícios oferecidos por um empregador, o único de fato obrigatório é o vale-transporte “, diz ele. Benefícios de vale-alimentação , cesta básica e outros são opcionais.
Segundo o executivo, embora muitas empresas ofereçam apenas o vale-transporte, o entendimento geral é que não somente se locomover para o trabalho é fundamental para os colaboradores.
“É preciso, por exemplo, que ele se alimente de forma adequada, e para isso há o vale-alimentação e o vale-refeição , do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) , que garantem acesso a mercados e restaurantes e proporcionam melhores condições de saúde e, consequentemente, mais produtividade”, explica o executivo da Sodexo. Benefícios flexíveis nas empresas fazem toda a diferença.
Além disso, nos últimos anos, quando a pauta da inovação entrou na agenda do país e das corporações, o vale-cultura ganhou importância. “É com o acesso à cultura e à educação que o colaborador se torna mais capacitado, pode se reposicionar, entregar de forma diferente, inovar”.
Então esses são os benefícios considerados essenciais para um trabalhador? “Sim, podemos chamar de benefícios essenciais ao trabalhador o vale-transporte, os vales alimentação e refeição do PAT e o vale-cultura”, diz Willian.
“No entanto, neste momento, com todos os desafios, mudanças e transições que estamos experimentando diariamente em razão da pandemia, pode ser que essa cesta básica de benefícios venha a ser incrementada”, acrescenta.
“Hoje, quando muitas empresas estabelecem o home office (trabalho em casa ou remoto) e não sabem ainda quando vão voltar ao escritório ou como esse retorno vai se dar, essa política de benefícios pode ser alterada e ganhar o reforço de mais um componente, o auxílio home office”.
Pacote essencial e pacote flexível: eles andam juntos?
Toda empresa deveria, diz Willian, ter um pacote de benefícios essenciais para oferecer aos seus colaboradores – eles são, afinal, essenciais. E, claro, um plano de benefícios flexíveis. O desafio, porém, é que nem todas as empresas já conseguiram implantar essa visão.
“O vale-transporte, o PAT – programa de alimentação do trabalhador, com vale-alimentação e vale-refeição -, o vale-cultura e, agora, o auxílio home office deveriam compor o pacote mínimo não só para proporcionar o básico para a relação de trabalho, mas também para trazer o colaborador para o centro do jogo”, conta o executivo.
Os benefícios flexíveis entram nessa história para completar a jornada de employee experience – em outras palavras, a experiência do funcionário.
Benefícios flexíveis são, dentro de uma cartela de opções oferecidas pela empresa, os que o colaborador escolhe por achar que fazem mais sentido para ele. Uma mãe, por exemplo, pode optar por um auxílio-creche, enquanto uma pessoa que adora exercícios físicos escolhe um vale-academia.
“Além do pacote essencial, a empresa que conta com benefícios flexíveis amplia seu leque de ofertas e experiências para o colaborador”, afirma Willian. “Assim, além da composição mínima, outros benefícios são criados, como convênio médico e odontológico, seguro de vida, auxílio atividade física e vale-combustível, além dos bônus e premiações, e podem fazer parte do pacote do trabalhador, conforme a oferta disponibilizada pela empresa e a escolha do trabalhador”.
Para o colaborador, é sempre bom reforçar, essas opções, em conjunto, proporcionam muito mais satisfação – elas trazem o trabalhador para o centro das escolhas e decisões. Para a empresa, ajudam a reter e atrair talentos, além, é claro, de serem uma ferramenta da gestão de pessoas.
“Experiências assim geram qualidade de vida para os trabalhadores”, diz o executivo. “E as prioridades hoje estão mudando. Qualidade de vida, em um momento como o que vivemos, ganha ainda mais protagonismo e só reforça a visão da Sodexo sobre o mercado brasileiro de benefícios”.