A adoção de práticas sustentáveis que proporcione a preservação dos recursos naturais é essencial para garantir o crescimento de qualquer negócio em longo prazo. “Especialmente em tempos nos quais a consciência ambiental tem ganhado cada vez mais destaque na sociedade”, enfatiza Vininha F. Carvalho, economista e editora da Revista Ecotour News & Negócios (www.revistaecotour.news).
O Brasil é parceiro-chave da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico ( OCDE) desde 2009, tendo aderido a diversas normas, inclusive ambientai. O pedido de acessão à OCDE na qualidade de país-membro ocorreu 2017. A OCDE propõe a colaboração e a discussão de políticas públicas e econômicas que devem servir como modelo para os países-membros. Atualmente, representa aproximadamente 80% da economia mundial.
Segundo Ana Luci Grizzi. sócia da área Ambiental do Veirano Advogados, -“apesar da pandemia e do cenário instável em que nos encontramos a agenda ambiental não foi e nem será paralisada, já que representa um grande benefício econômico ao Brasil. Temos potencial para lançar o país à liderança de assuntos que podem nos trazer vantagens competitivas. Neste sentido, a OCDE apresenta enorme oportunidade, trazendo inovação e desenvolvimento ambiental como diretriz de planejamento estratégico. A base de trabalho é Federal e Estadual, com vários Estados se mobilizando em relação aos instrumentos que podem solucionar problemas nacionais diversos”.
Leopoldo Butkiewicz, diretor de Meio Ambiente e América Latina na Secretaria de Relações Internacionais do Ministério do Meio Ambiente, conta que o Ministério do Meio Ambiente e seus secretários estão trabalhando com foco em criar instrumento de mercado para inserir na cadeia ambiental o valor que é dado pelos países europeus.
Uma nova pesquisa realizada pela Smurfit Kappa, líder de embalagens de papelão 100% reciclável, revelou que a sustentabilidade está transformando a agenda da inovação, à medida que as empresas repensam seus produtos e soluções de embalagem, em um esforço coletivo para combater os resíduos no meio ambiente. “A Pesquisa de Equilíbrio entre Sustentabilidade e Lucratividade, realizada entre 200 executivos no Reino Unido, mostrou que a sustentabilidade está impulsionando toda a área de P&D de novos produtos em mais de um terço das empresas”, salienta Vininha F. Carvalho.
Dentro de uma organização, um planejamento sustentável deve partir do princípio de que é possível obter resultados financeiros sem prejudicar o meio ambiente. Para isso, a criação de políticas socioambientais deve estar inserida de forma objetiva no planejamento estratégico e integrada na raiz da cultura organizacional.
Como exemplo, vale citar algumas das iniciativas desenvolvidas pela Transcota – logística e transporte. Ela implantou em sua unidade localizada na cidade de Parauapebas (PA), um projeto piloto 100% autossustentável em energia, com a neutralização de dióxido de carbono e o aproveitamento de água da chuva. Essa sede integra o conjunto de empresas privadas participantes do Programa de Logística Verde Brasil (PLVB), que procura consolidar e aplicar conhecimentos para reduzir a intensidade das emissões de gases de efeito estufa e poluentes atmosféricos, e assim elevar o potencial de eficiência da logística e do transporte de carga no Brasil.
“Algumas das maneiras possíveis de se colocar a visão sustentável em prática no setor logístico seria por meio da implementação de atitudes assertivas, como a análise do ciclo de vida dos produtos e a determinação do impacto ambiental causado por cada um deles; a adoção do consumo consciente de energia e água; a prática da coleta seletiva; e o reaproveitamento e reciclagem de resíduos. Além disso, podemos equipar as frotas com veículos elétricos ou movidos a biocombustível e, adotar o uso de embalagens biodegradáveis, entre outras medidas”, afirma Felipe Marçal Cota, engenheiro de produção e CEO da Transcota.
“A Pesquisa de Equilíbrio entre Sustentabilidade e Lucratividade mostrou que oito em cada 10 empresas veem a sustentabilidade como um investimento em longo prazo, e não como um custo, com os consumidores continuando a impulsionar as atitudes das organizações em relação às práticas sustentáveis”, relata Vininha F. Carvalho.
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