Os desafios trazidos pelo ano de 2020 – e, é claro, pela pandemia da Covid-19 – geraram incontáveis mudanças nas vidas dos brasileiros. Enquanto a população se adapta aos poucos ao “novo normal”, porém, as empresas precisam agir rápido para reinventar seus negócios e mantê-los lucrativos diante da crise.
A realidade imposta pelo coronavírus afetou a operação da grande maioria das companhias brasileiras, nas mais diversas áreas. Trouxe mudanças, por exemplo, nas relações com os clientes, nos canais de vendas ou nos custos de produtos. Pode ter gerado ainda uma necessidade de adaptação de mão de obra ou até da estrutura de capital.
“Podemos dizer que 99,9% das empresas vão precisar se adaptar ao novo normal”, afirma Diogo Toledo, sócio-fundador da GoProfit Consulting, especializada em melhorias de resultados. Isso exigirá, segundo ele, uma revisão estratégica dos negócios – mesmo aqueles cuja performance tenha se destacado positivamente durante esta turbulência. “Cada companhia é uma engrenagem complexa. A cada vez que algo muda, é preciso que se reinventem e readaptem os seus negócios”, diz.
A alteração mais imediata trazida pela quarentena aconteceu nos hábitos de consumo, impulsionando o e-commerce no país. Em abril, as vendas online atingiram participação recorde no varejo, de 11,1%, de acordo com dados da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico e do Movimento Compre & Confie.
“As pessoas certamente comprarão mais pela internet daqui em diante. E, ao saírem para as lojas, estarão em busca de experiências específicas, diferentes das necessidades pré-pandemia”, diz Toledo. Isso exigirá que as empresas avaliem as tendências de consumo para entender como ser mais competitivas diante das mudanças.
“Se antes eu tinha cem lojas e também vendia pela internet, mas o percentual do faturamento online passou de 1% para 30% na pandemia, não preciso mais de tantos pontos físicos. Mas mudar não significa fechar 30 lojas. É preciso saber como fechar, se devo mesmo abrir mão de algumas delas, se mudo o produto, faço parcerias… as soluções variam muito”, afirma Toledo, da GoProfit. A partir daí, também é preciso revisar a cadeia de suprimentos e de serviços.
A queda na mobilidade causada pela pandemia também ajuda a ditar regras importantes neste período de adaptação. Isso porque, frente às proibições impostas pelas autoridades, muitas companhias conseguiram reduzir custos associados à movimentação. E pretendem, agora, explorar as ferramentas disponíveis para mantê-los em patamar mais baixo.
“As estruturas que as empresas terão necessidade de manter também sofrerão alterações. Se antes eu tinha cem pessoas trabalhando em um local, no futuro posso optar por deixar apenas os funcionários essenciais, digamos, 15”, diz Diogo Toledo. Tudo isso implica ainda em uma mudança nos custos operacionais das empresas.
O serviço oferecido pela GoProfit auxilia as companhias a enxergarem a estrutura de seus negócios – “Como você ganha dinheiro, como gasta, quais são seus produtos e serviços”, afirma. A partir daí, constrói-se uma solução adaptada à nova realidade, sabendo precisamente o quanto seus mercados, especificamente, se modificaram.
Para além do coronavírus, a consultoria ajuda ainda com um problema clássico das empresas brasileiras: apurar o custo e a margem de suas operações. “Dez em cada dez empresas têm essa dificuldade. Por isso, é a primeira coisa que fazemos em qualquer negócio. Sem isso, não adianta incentivar a produtividade ou o crescimento da receita”, diz Toledo.