As pressões para mudanças têm vindo de várias formas, desde as alterações no comportamento e nas preferências dos consumidores até o surgimento de novas tecnologias e modelos de negócio disruptivos que provocam transformações radicais na competição pelo mercado, em alguns casos modificando completamente o cenário competitivo de certos setores.
A crise econômica vigente em função da pandemia vem causando impactos negativos na indústria nacional. Sem investimentos em inovação, ela poderá perder ainda mais espaço em meio a uma nova revolução industrial da digitalização, na denominada Indústria 4.0. A inovação tecnológica é fundamental para o aumento da produtividade de um país. Portanto, o investimento em inovação é estratégico para as empresas e para a nação, já que eleva a capacidade de competir globalmente.
Diante desse cenário, as empresas vêm buscando alternativas para acelerar o processo de inovação. Pode-se observar diversas estratégias adotadas pelas organizações, quer seja por meio de fomento para seus projetos de P&D em programas governamentais que oferecem incentivos fiscais e juros reduzidos, quer seja por meio de parcerias e desenvolvimento de inovações em cooperação com uma rede de parceiros e empreendedores de startups. Afinal, sabe-se que as startups possuem comprovado potencial de trazer inovação para diferentes setores econômicos e áreas de negócios. Não faltam exemplos de transformações recentes em mercados importantes, geradas pelo surgimento de startups com novos modelos de negócio e com o uso de tecnologias emergentes. É o caso da Uber, que hoje é uma empresa mais valiosa que qualquer outra de transporte de passageiros, sem possuir um carro sequer. Ou o caso da Airbnb, que vale mais que todas as grandes redes hoteleiras apesar de não ter um único hotel.
Entretanto, um dos desafios de criar valor real para empresas através dessas parcerias e práticas de inovação aberta está na superação das barreiras à inovação corporativa, em especial quando os processos são excessivamente burocráticos, ou a cultura organizacional não é favorável à inovação. Entre as reuniões de profissionais de áreas diferentes (com objetivos diferentes) e as rodadas de aprovações, as decisões podem levar muito tempo e boas oportunidades podem ser perdidas. Desta forma, “terceirizar” o desenvolvimento de inovações alinhadas com a estratégia corporativa tem sido uma saída recorrente para muitas organizações grandes. Portanto, a parceria com startups, universidades e centros de pesquisa pode ser uma excelente alternativa para acelerar inovações e mitigar riscos.
A universidade tem papel relevante para a inovação corporativa e o ecossistema de startups. A cultura empreendedora, por exemplo, exerce um papel significativo nos setores não dominados pela maioria das grandes empresas como, por exemplo, a biotecnologia, a nanotecnologia e a inteligência artificial. Os spin-offs das universidades, fomentados pela educação empreendedora, são cruciais para o desenvolvimento da inovação no mercado, além de motivar alunos de graduação e pós-graduação, pesquisadores e cientistas a atuar na aplicação de seus estudos para criação de novos produtos, serviços e tecnologias.
Prof. Dr. Cláudio Carvajal – Coordenador Acadêmico no Centro Universitário FIAP.
Website: http://www.fiap.com.br