O ano de 2020, que foi marcado pela pandemia de coronavírus (Covid-19), afetou cenários e objetivos de praticamente todos os setores da economia no país e no mundo. Apesar da dificuldade geral, a construção civil e o setor imobiliário obtiveram saldos positivos no ano recém-encerrado.
De acordo com a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (ABECIP), entre janeiro e novembro de 2020 as operações de financiamento contratadas com recursos da caderneta de poupança chegaram a R$ 106,5 bilhões, o melhor resultado desde 2014 e um aumento de 52% na comparação com 2019.
Em São Paulo, maior cidade da América Latina, as vendas de imóveis cresceram 13,1% entre outubro de 2019 e outubro de 2020, na comparação com o mesmo período nos anos anteriores. Nesse acumulado de doze meses, foram vendidas 51,2 mil unidades, segundo o Sindicato da Habitação de São Paulo (SECOVI-SP).
De acordo com a avaliação de dirigentes da construção civil, a baixa histórica das taxas de juros está entre os principais fatores para o aquecimento desse mercado. O Copom (Comitê de Política Monetária) decidiu, por unanimidade, em dezembro de 2020, manter a taxa básica, a Selic, em 2% ao ano, o que faz com que os juros cobrados nos financiamentos de imóveis sejam bastante competitivos.
O aumento da procura por imóveis próprios em 2020 também teve como uma das justificativas a fuga do aluguel. Segundo o Índice Geral de Preços Mercado (IGP-M), cálculo feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), o reajuste do aluguel registrou alta de 21,97% no acumulado do ano passado.
O cenário positivo em 2020 faz com que o setor avalie as perspectivas para 2021. Além do cenário otimista, há expectativas de que o perfil imobiliário continue se modificando, muito por causa da pandemia e das transformações estruturais de várias áreas da economia.
Mudanças dentro de casa
O aumento do tempo em casa durante a pandemia, que exigiu distanciamento social para combater o espalhamento do vírus, fez crescer o home office. Segundo pesquisa da Fundação Instituto de Administração (FIA), o trabalho à distância foi adotado por 46% das empresas no Brasil.
Luigi Scianni Romano, sócio-fundador da Alphaz Concept, incorporadora que desenvolve projetos totalmente sustentáveis com soluções ecológicas, diz que a pandemia alterou a forma com que as pessoas enxergam suas próprias casas. Além de um local de lazer, descanso e tranquilidade para ficar com a família, as casas passaram a ser também um ambiente de trabalho.
“Muitas pessoas passaram a levar em consideração que é necessário possuir um espaço adequado para realizar reuniões virtuais, produzir relatórios e fazer todas as outras funções que são exigidas no trabalho. Para quem já estava procurando uma casa ou apartamento para comprar, esse espaço virou uma prioridade na hora da procura”, argumenta.
Luigi afirma que essa tendência de 2020 se manterá em 2021. O executivo pontua que grandes espaços corporativos estão sendo repensados pelas empresas, já que o custo desses imóveis é bastante alto por causa de aluguel, luz, manutenção e outros. Do outro lado, muitos funcionários estão produzindo o mesmo ou até mais na comparação quando o trabalho era feito dentro de um ambiente empresarial.
“Por causa da própria pandemia e dos resultados positivos, centenas de empresas começaram 2021 sem se preocupar em uma data para o retorno das atividades dentro do ambiente comercial. Muitas delas já pensam em fazer pelo menos um regime híbrido quando tudo voltar ao normal, deixando o funcionário passar metade dos dias trabalhando em casa e outra metade na empresa. Essa é uma realidade que veio para ficar”, salienta.
Imóveis sustentáveis e longe dos grandes centros urbanos
Segundo dados do Grupo ZAP, responsável por aplicativos especializados em venda e locação de imóveis, entre janeiro e maio de 2020, a busca por imóveis nas cidades com mais de 100 km de distância das capitais subiu 340%, em comparação ao mesmo período de 2019. O dado evidencia um aumento na procura das pessoas por maior calmaria, em detrimento da vida agitada das grandes cidades.
“Na Alphaz, tivemos um aumento de 30% nas buscas por imóveis na Serra da Mantiqueira (MG) e no litoral da Bahia. Com base nessa procura, podemos afirmar que somos testemunhas desse processo migratório para lugares mais afastados e próximos da natureza”, ressalta Romano.
Além dessa busca pela natureza, os empreendimentos da Alphaz também podem ser investimentos dos quais o proprietário pode retirar uma nova fonte de renda. “Pelo fato de os nossos empreendimentos estarem localizadas em pontos turísticos, o proprietário tem a possibilidade de alugar seu imóvel para temporada e obter uma segunda fonte de renda neste período de crise econômica”, revela.
A Alphaz, embalada por esse movimento que ganhou força em razão da pandemia, tem investido em empreendimentos localizados em regiões de campo e litoral, com casas cercadas de natureza e com uma proposta totalmente sustentável. É o caso de alguns dos principais projetos da construtora como o Condomínio Olive, em Passa Quatro (MG), na Serra da Mantiqueira, que destaca a produção de azeite como fonte de renda.
No litoral baiano, os dois projetos da Alphaz são empreendimentos para as pessoas que buscam viver em contato direto com o mar. O Landscape, localizado a 300m da praia de Ponta do Mutá e o Sagittarius, que está em fase de obras e ficará localizado a 50m da praia de Taipu de Fora, em Barra Grande (BA).
A procura por este perfil imobiliário motivou a Alphaz a lançar este ano o condomínio La Famiglia, que conta com a atriz Deborah Secco como parceira. Ela terá uma propriedade no empreendimento que fica em Passa Quatro (MG) e divulgará o projeto. O La Famiglia é um condomínio com 20 áreas privativas de 1000 m² para a construção de casas cercadas pela natureza, construídas de maneira sustentável nas Terras Altas da Mantiqueira.
Além do contato com a natureza que promove mais qualidade de vida, outro destaque dos empreendimentos sustentáveis da incorporadora é que toda a madeira utilizada na construção é de reflorestamento e demolição. Eles também possuem soluções sustentáveis como painéis solares fotovoltaicos, sistemas biodigestores de esgoto, captadores de água da chuva, que acabam sendo diferenciais.