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Home Office puxa reestruturação de empresas

por admin

A adaptação do trabalho em casa em função da reclusão na pandemia da Covid-19 foi obrigatória e empresas aproveitaram a oportunidade para reestruturar as operações. A Xp Inc. divulgou que pretende estudar o trabalho remoto permanente e transformar seus escritórios em espaços conceito. “A nossa cultura permitiu um ajuste rápido ao cenário atual e a experiência está nos trazendo uma série de aprendizados que podem se transformar, de fato, em uma nova maneira de encarar a vida corporativa”, comenta Guilherme Sant’Anna, sócio e responsável pela área de gente e gestão da XP Inc. No futuro, a intenção da empresa é transformar os escritórios atuais em escritórios-conceito, que servirão de apoio para demandas específicas de treinamentos de colaboradores, dinâmicas presenciais, recepção a clientes e parceiros. Na visão de Frank Koji Migiyama, sócio da FKConsulting.Pro, essa perspectiva abre caminhos para um aumento de satisfação e qualidade de vida para os profissionais que estiverem nesse movimento coordenado com a empresa, assim como a empresa verá oportunidades de otimização de custos e despesas. “Não estamos falando nada inovador referente à gestão de pessoas, mas sim de uma nova estrutura organizacional moldada neste cenário COVID-19. A quarentena compulsória é um marco para a gestão e rompeu o paradigma do “home office”. Funções ou posições que nunca imaginaríamos ou seriam aceitas para se trabalhar longe da operação simplesmente se executaram nos últimos meses”, comenta o especialista em gestão de empresas. 

Se antigamente havia um sentimento de improdutividade ligado ao exercício home office, atualmente os resultados têm agradado gestores. “Quando se mensura produtividade percebe-se claramente que o home office traz menor nível de interferência (cafés, conversas paralelas, reuniões demoradas), e em contrapartida, temos a adaptação da família e estrutura mínima para a realização das atividades. Foram identificados nestes cenários, oportunidades em otimização de custos e despesas, como aluguel do espaço, luz, internet, água, cafés, estacionamento, processos que podem ser feitos de forma remota e com a contratação de terceiros e prestadores de serviços, dentre outros”, enfatiza Frank.

Alguns negócios já estavam com suas operações desenvolvidas em casa como é o caso da marca de bolsas e calçados Regina Aon. “Há 35 anos tenho fábrica de bolsas, sapatos e atendo também o mercado de brindes corporativos. São 40 colaboradores que estão comigo desde o início, somos uma única família. Há 10 anos, mudamos a forma de trabalhar por interesse dos colaboradores. Mantemos a fábrica com quatro colaboradores que ficam na parte de tratamento do couro, corte, design das peças e a parte da costura e finalização foi deslocada home office. Colocamos nossas máquinas nas casas das costureiras  e assim a produção das coleções são desenvolvidas”, comenta Regina Aon. A empresária comenta que duas outras mudanças vieram com a pandemia da Covid-19. A produção em escala de produtos corporativos foi afetada e a produção de máscaras compensou a ociosidade. “Como sempre fizemos a parte corporativa com números acima de 500.000 unidades, resolvemos fabricar máscaras com estampas mais fashion dentro da linha Regina Aon, muitas estampas e cores. Essa nova produção tem mantido os salários em dia, não demitimos ninguém, mas é claro nem tudo cobre e é preciso aportar”, explica ela. Já a loja física localizada no bairro da Vila Nova Conceição está fechada há 60 dias e Regina estuda o fechamento definitivo. “Temos um espaço alugado no qual até hoje não conseguimos fazer acordo em relação ao aluguel, pois o proprietário exige reposição de qualquer percentual abatido após a reabertura do mercado. A loja física é um ponto conceito da marca e um ponto de encontro com nossas clientes. A viabilidade de manter uma loja física está cada vez mais difícil e o contato com clientes terá que ser diferente. Já estudo a possibilidade do fechamento da loja e mantê-la apenas online”, lamenta Regina.

A quarentena compulsória obrigou empresas a rapidamente revisarem seus processos conduzindo um turnaround abrangendo toda a cadeia de valor.  Muitos negócios estão se reinventando e outros tradicionais estão migrando para o online. “Empresas do varejo, por exemplo, devem revisar seus processos comerciais e direcionar para a plataforma digital a fim de gerar vendas. Buscar parcerias com empresas de transporte e otimizar custos logísticos para entrega são fundamentais. Além disso, as ferramentas como realidade aumentada e inteligência artificial ajudam na construção de vitrines virtuais e interativas”, indica Frank Koji.

Para obter um melhor engajamento e gestão das equipes que estão em home office, a consultoria FK Consulting.Pro orienta a buscar alternativas que estimulem as relações humanas e a interatividade, quer seja pontualmente de maneira presencial ou virtual. “As atividades administrativas que dão suporte ao negócio podem e devem assumir esse novo formato de trabalho, seja de forma híbrida ou completa. É um caminho sem volta. Já o negócio em si, com melhoria contínua de seus processos e dos protocolos de segurança e saúde, exigirá a usual presença e interação com o cliente interno e externo. Devemos montar uma agenda padrão programando, por exemplo, um dia específico na semana para encontro do time para apresentar resultados, discutir temas que façam interfaces com outras áreas, mantendo o contato online, no mínimo. Apostar nas cartilhas virtuais e dicas de como se superar dentro dessa nova realidade, além de promover fóruns de esclarecimento entre gestores e seus times investindo mais em treinamento, são desafios que todos estamos enfrentando”, finaliza Frank Koji Migiyama, sócio da FKConsulting.Pro, consultoria especializada em Melhoria de Desempenho, Reestruturação, Recuperação Judicial, Governança Corporativa, M&A, Reestruturação tributária.

Website: http:///fkconsulting.pro

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