Você certamente já perdeu um objeto pessoal, como um livro, um celular, ou até mesmo a carteira e nunca mais encontrou. Muito provavelmente já teve a mala extraviada e ganhou uma bela dor de cabeça porque a companhia aérea demorou séculos para encontrá-la. É algo comum ao ser humano: em algum momento da vida vamos perder algum objeto por pura falta de atenção ou por situações que fogem do nosso controle, como no caso das malas extraviadas. Foi para solucionar esses problemas da melhor forma que surgiu a startup potiguar FindMe. Como o próprio nome já diz, o objetivo da empresa é fazer com que seus clientes encontrem, de uma maneira prática, seus objetos perdidos.
Durante a Startup Weekend de 2014 – evento de empreendedorismo mundial que promove novas ideias durante 54 horas de competição entre startups criadas nas primeiras horas – a ideia da FindMe foi apresentada e pessoas de diversas áreas se juntaram para colocar a ideia pra frente. Dentre essas pessoas estava o Diogo Vinícius, com quem a Propulsione bateu um papo sobre empreendedorismo, crise financeira e crescimento rápido – e planejado.
Diogo é bacharel em Direito e até incubar a FindMe na incubadora de empresas do Instituto Federal do Rio Grande do Norte e conseguir aporte financeiro em um edital do Sebrae, exercia a advocacia. Ele resolveu apostar na ideia da startup e hoje representa a equipe em eventos Brasil afora. O primeiro projeto da FindMe foi o desenvolvimento de etiquetas com QR Code que podem ser coladas nos objetos pessoais e, quando estiverem devidamente registradas, podem fazer com que esse objeto volte para o dono caso seja encontrado. A pessoa que estiver com ele em mãos pode usar um aplicativo para ler o QR Code e ter acesso aos dados que o dono registrou e, assim, entrar em contato com quem o perdeu.
Hoje em dia a FindMe tem outras vertentes, como o monitoramento de equipes de segurança privada através do uso de um crachá que permite o controle daqueles que o portam 24 horas por dia. Dessa forma, o síndico do prédio ou o gerente da equipe de segurança conseguem identificar os passos dos funcionários online. A empresa recentemente fechou uma parceria com editoras potiguares para o lançamento de livros com QR Code. O leitor pode fazer a identificação do livro através do código e, além de facilitar o encontro do objeto em caso de perda, pode entrar em contato com o autor do livro e ter acesso a conteúdos extras.
Esse trabalho fez com que a empresa fosse eleita recentemente como a 11ª startup brasileira mais atraente para o mercado pelo movimento ‘100 Open Startups’, ranking que se baseia no interesse de grandes companhias nessas empresas. O levantamento é feito pelo programa Wenovate, organização promove, para instituições e pessoas em geral, a inovação aberta. Em menos de dois anos, a equipe também já foi convidada pelo Sebrae a passar dez dias no Vale do Silício participando de cursos e conhecendo empresas como Google, Facebook e Netflix.
A equipe é formada por sete profissionais de diversas áreas – contabilidade, design, mecatrônica e engenharia de software que se dividem nos trabalhos como comercial, operacional, financeiro e desenvolvimento. Quatro deles fazem parte da FindMe desde o início e os demais foram contratados devido ao crescimento das demandas.
O investimento inicial foi feito pelos primeiros membros da equipe e hoje a empresa participa de diversos editais para captação de recursos e conta com o apoio de investidores-anjo também. Quando o assunto são os maiores desafios que uma empresa enfrenta, como crise financeira e problemas de planejamento, Diogo diz: “todos os dias enfrentamos um desafio diferente. A gente é doutrinado a estudar, se formar, fazer uma faculdade, fazer um cursinho e passar num concurso público. Fugir disso é o grande desafio do empreendedorismo de um modo geral.”
Para ele, é preciso acreditar no projeto: “ser empreendedor já é difícil, é preciso defender uma nova ideia mesmo que para executá-la seja necessário conseguir grana. Convencer os outros a apostar em algo que não está sendo feito nem no Estado nem no país é difícil, mas se fosse fácil, todo mundo faria.” Diogo diz ainda que o filtro está nos empreendedores que desistem no meio do caminho. “As barreiras existem para ser rompidas”, finaliza.