Estudo do Global Footprint Network (GFN) revelou que desde o dia 1º de agosto de 2018 o planeta entrou em alerta. Desde esta data, o que se gasta de recursos naturais a Terra não conseguirá repor. “Reações drásticas tendem a impactar na disponibilidade de água e alimentos. Há possibilidade de ocorrer eventos extremos como chuvas fortes, secas e furacões, colocando em risco ecossistemas inteiros, entre outras consequências que os gases de efeito estufa na atmosfera poderão ocasionar ao longo dos anos”, salienta Vininha F. Carvalho, editora da Revista Ecotour News (www.revistaecotour.news).
As políticas atuais colocam o mundo no caminho de 3°C de aquecimento. Neste cenário, um terço das espécies endêmicas que vivem em terra e cerca da metade das espécies endêmicas que vivem no mar enfrentarão a extinção. Nas montanhas, 84% dos animais e plantas endêmicas podem ser extintas a essas temperaturas, enquanto nas ilhas esse número sobe para 100%. Em geral, 92% das espécies endêmicas terrestres e 95% das endêmicas marinhas sofrerão consequências negativas, como redução de populações.
A equipe global de cientistas, liderada por Stella Manes e Mariana Vale, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), analisou quase 300 hotspots de biodiversidade, lugares com números excepcionalmente altos de espécies animais e vegetais, em terra e no mar. Os pesquisadores verificaram que os animais endêmicos, aqueles que só ocorrem em regiões exclusivas do planeta, têm 2,7 vezes mais probabilidade de extinção do que outras espécies se as emissões de gases de efeito estufa continuarem a aumentar, impactando seus habitats únicos.
“Quase sete entre cada dez brasileiros acreditam que, se o governo não agir agora para combater as mudanças climáticas, estará deixando a desejar com o povo do país. O dado faz parte do levantamento Earth Day 2021, realizado pela Ipsos com entrevistados de 30 nações na ocasião do Dia da Terra, celebrado em 22 de abril. Considerando os respondentes do mundo todo, o percentual é ligeiramente menor (65%)”, relata Vininha F. Carvalho.
Os cientistas ressaltam que é possível evitar essa extinção em massa. Se os países reduzirem as emissões em conformidade com o Acordo de Paris, então a maioria das espécies endêmicas sobreviverá, afirma a pesquisa. Fortes compromissos dos líderes globais antes da Conferência do Clima em Glasgow, na Escócia, no final deste ano, poderiam colocar o mundo no caminho certo para cumprir o Acordo de Paris e evitar a destruição generalizada de alguns dos maiores tesouros naturais do mundo.
O Brasil é considerado um país-chave nos esforços globais para o equilíbrio climático do planeta. E já provou do que é capaz. Entre 2004 e 2012, o Brasil fez a maior redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE) já registrada por um único país, ao reduzir em 80% sua taxa de desmatamento.
A Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura reafirma que a ambição brasileira nessa agenda climática precisa ser expressiva e permanente. Algo importante não somente para a comunidade internacional, mas também para o país consolidar-se como uma das maiores economias do mundo.
“O Brasil tem, neste ano, uma nova oportunidade de ampliar sua ambição e colocar-se à frente das negociações sobre o cumprimento das metas do Acordo de Paris, contribuindo com mecanismos inovadores e urgentes para construir um mundo pós Covid-19 promissor”, enfatiza Vininha F. Carvalho.
O discurso proferido pelo Presidente Jair Bolsonaro na Cúpula do Clima 2021 or metas concretas: antecipação em dez anos (para 2050) da neutralidade climática, compromisso de eliminar o desmatamento ilegal até 2030 e duplicação dos recursos destinados à fiscalização, entre outras. Em sua fala, mostrou-se alinhado às preocupações globais, aberto ao diálogo e à cooperação internacional. Frisou ainda a necessidade de regulamentar os mercados de carbono, como previsto nos Artigos 5º e 6º do Acordo de Paris. Este mercado é considerado fundamental para a promoção do desenvolvimento sustentável e do bem comum.
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