O autoconhecimento é o resultado de uma série de processos de desenvolvimento e amadurecimento emocional, afetivo, cognitivo, relacional e corporal, desde níveis mais rasos até níveis mais profundos. Traz empoderamento e maior controle do desenvolvimento pessoal , além de aumentar os níveis de confiança, autoestima e determinação.
Quanto mais uma pessoa se conhece, menos ela age por impulsividade, porque tem melhor percepção das suas reações diante de desafios, usando abordagens mais inteligentes.
Além disso, o autoconhecimento é uma excelente ferramenta relacional, que ajuda a sustentar e organizar comportamentos e atitudes em relação aos outros.
Muitas vezes, a ausência de autoconhecimento gera atitudes de procrastinação e até de autossabotagem.
A procrastinação é uma resposta adaptativa focada nas emoções. Muitos confundem-na com preguiça, mas são bastante distintas. O preguiçoso posterga atividades para “fazer nada”. Já a pessoa que procrastina cria a noção de “agenda ocupada” para alimentar um escapismo dos objetivos, justificando-o com uma vida cheia e agitada. Quando estudada a fundo, normalmente está vinculada ao medo. Quem afirma é a psicóloga Angelita Corrêa Scardua, pesquisadora do Departamento de Psicologia Social da USP: “Às vezes, a pessoa tem que fazer até uma tarefa que gosta, mas se aquilo representa algo que traz medo ou insegurança, ela vai acabar fazendo outras coisas na frente”.
Em contrapartida, a autossabotagem frequentemente é motivada por culpa, autocrítica exacerbada ou receio da frustração. Para evitar impactos emocionais, a pessoa se mantém em sua zona de conforto e segurança como padrão de comportamento. Esse padrão de atitudes é difícil de remover, por ser auto-imposto e, por muitas vezes, inconsciente. Segundo o palestrante e coach Eric Arruda, para pôr fim à autossabotagem é necessário “identificar e ficar consciente dessas situações no momento em que elas ocorrerem. Com a consciência, você pode começar a mudá-las”.
Para superar o medo de mudar hábitos e sair da zona de conforto, é preciso criar um círculo de novas ideias, experiências e atividades. E, às vezes, a maior dificuldade é dar o primeiro passo.
Charles Duhigg, em seu best-seller “O poder do hábito”, discorre sobre como grandes transformações começam com pequenas atitudes. O escritor exemplifica sua tese com muitos experimentos que mostram que, ao decidir mudar apenas um hábito e se manter firme em seu compromisso, as pessoas acabam transformando suas vidas inteiras.
De forma semelhante, Brené Brown, em seu livro “A coragem de ser imperfeito”, surpreende ao mostrar que a falta de autoconhecimento pode fazer o ser humano se afastar de seus sonhos, ao definir seus objetivos sem pensar em estratégias realistas e consistentes para alcançá-los. Segundo Brown, quando o ser humano entende sua identidade, consegue definir táticas mais eficientes para chegar onde quer. Só com o autoconhecimento é possível alinhar verdadeiramente objetivos e atitudes.
A autora do livro “Shakti”, Rajshree Patel, aborda o autoconhecimento no mundo corporativo e afirma que dominar a essência interior é o segredo para chegar ao desempenho máximo através da força vital interna. Como instrutora na organização Arte de Viver, Patel ensina técnicas de yoga, meditação e respiração que mostram como usar a mente para acessar o potencial ilimitado da vida.
Por mais que os autores citados acima abordem a questão do autoconhecimento por vieses diferentes, todos concordam que o sucesso e a felicidade não dependem de ações exteriores, é necessário redirecionar o foco para dentro de si. O autoconhecimento é a porta que abre os caminhos para a autorrealização.
Todos os padrões de comportamento, medos e culpas que impedem o desenvolvimento pessoal, a ousadia e a vivência do que faz vibrar o ser humano podem ser superados dedicando-se tempo para conhecer sua essência.
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