O novo Coronavírus produziu impactos significativos nos mais diversos mercados de atuação no mundo, e têm exigido das corporações e dos executivos soluções criativas, ao mesmo tempo que emergenciais para que os resultados negativos sejam minimizados.
Segundo o administrador de empresas, Alexandre Ricardo, a pandemia tornou evidente a necessidade de ser revista e priorizada a gestão estratégica de fornecedores, com efetivo gerenciamento de riscos. “No curto prazo, dado impacto em escala global da pandemia, e redução direta dos níveis de produção, tornou-se praticamente inevitável o aumento nos custos totais de aquisição, e impactos na cadeia de fornecimento com rupturas intermitentes, ou mesmo permanentes.”
A escassez de recursos aliada a significativa alta na demanda fez com que as empresas optassem por concentrar sua produção em uma restrita lista de produtos, em geral de maior produtividade. Com mais de 18 anos de experiência, Alexandre aconselha que, para o curto prazo, o administrador deve manter o foco e estabelecer processos e rotinas de gestão de crise com seus fornecedores, além de criar um formato e frequência ajustados de comunicação entre as partes. “É nesse momento que a empresa precisa colocar em prática o plano de ação em caso de crises. Compreender os impactos em suas cadeias de abastecimento e atuar de forma colaborativa, buscando flexibilizar como possível a utilização de materiais e produtos alternativos, tendo claro controle dos riscos a serem assumidos”.
Após gerenciar a crise inicial, Ricardo afirma que é necessário que o líder passe para a fase dois que é pensar e atuar em estratégias de médio e longo prazo. Entre inúmeras ações, o administrador destaca seis ações:
– Adotar prática de gestão de spend (valor total de produtos e serviços adquiridos em base anual) por categorias de produtos e/ou serviços – possibilitando consolidar demandas e consequentemente maior poder de compra nas categorias;
– Identificar fornecedores estratégicos (seja por tecnologia, restrições de matéria-prima, impedimentos legais), implementar parcerias estratégicas, tendo contratos de longo prazo;
– Implementar duas ou mais fontes de fornecimento por produto (em diferentes localizações geográficas) sempre que possível;
– Implementar processo de gestão de desempenho dos fornecedores;
– Realizar revisão regular de informações financeiras dos fornecedores e nível de dependência do fornecedor sobre seus negócios (sugere-se que não seja superior a 30%);
– Compreender cadeia de valor e principais restrições de seus fornecedores;
Com vias a tornar mais transparente e efetiva a estratégia de suprimentos, com frequência a ser estabelecida (sugere-se não maior que 12 meses), sugere-se que seja apresentado e aprovado o planejamento estratégico de compras e gestão de crise a um comitê multifuncional, podendo ser formado por executivos de diferentes áreas da empresa – como os setores de qualidade, logística, manufatura, financeiro, jurídico e marketing.
“Não é possível prever quando um novo impacto de escala global ocorrera, contudo, faz-se necessário que aprendamos com os problemas atuais e que possamos atuar para que tenhamos uma cadeia de fornecimento mais resiliente e flexível” finaliza Alexandre.
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