Atualmente, com uma das piores crises de saúde mundial dos tempos modernos causado pela COVID-19, consumidores e empresários de todo mundo estão passando por grandes desafios na hora de conseguir fechar as contas no final do mês, o que vem gerando um alto índice de inadimplência, junto com aumento do desemprego e, em alguns casos, até o fechamento de empresas.
Segundo especialistas em economia do Vadu, em entrevista dada ao SINFAC-SP, os dados que refletem na atividade produtiva do país, com base nos 12,8 milhões de desempregados, dos quais em torno de 1 milhão perderam emprego até maio, os pedidos de seguro desemprego aumentaram 53%, além das 600 mil micro, pequenas e médias empresas que tiveram que fechar seus estabelecimentos por conta da crise. A retração prevista para as vendas na indústria era de 55% até junho de 2020. As vendas no varejo tiveram o pior resultado em 20 anos, com queda de 16,8% e 63% das indústrias têm caixa somente para as contas daquele mês.
Segundo o Analista de Produto, Gustavo Cicchini Rodrigues Campos, um dos fatores mais relevantes para os empresários neste momento de problemas financeiros por conta da crise, está sendo a concessão de crédito junto as instituições financeiras, que estão mais receosos com relação a liberação de créditos. “Um dos segmentos mais afetados pela crise são as pequenas e médias empresas (PME) e, segundo a Boa Vista Serviços, foi constatado que 66% dessas empresas tiveram retrações de 41% ou mais em suas vendas. Com isso, grande parte da população está preocupada com sua imagem de “bom pagador” e em como será sua avaliação neste momento tão conturbado no mercado”.
Neste cenário, as instituições financeiras possuem maior dificuldade em identificar bons e maus pagadores, tanto para pessoa física quanto para pessoa jurídica. Como não há nenhum histórico de uma crise financeira como esta, os bancos não possuíam nenhum tipo de contingência para análises de créditos e foram obrigados a rever toda sua política e encontrar novos mecanismos para análise dos riscos, adotando novas regras e políticas, ainda mais conservadoras, com intuito de manter a segurança no momento de liberação deste crédito analisando seu score.
Gustavo explica que o score de crédito é medido com base em dados comportamentais cedidos por empresas como bancos, varejo, companhias de água e luz, que informam seu histórico de pagamento e essas pessoas e empresas efetuam os pagamentos em dia ou não. “Os scores possuem uma pontuação que varia entre 0 e 1000 que auxilia na tomada de decisão para conceder algum tipo de empréstimo ou financiamentos. Esses scores têm como finalidade informar a probabilidade daquele consumidor se tornar inadimplente num futuro. Por exemplo, caso uma pessoa com score abaixo de 300 peça um financiamento num banco, o risco de se tornar inadimplente é altíssimo. Esses dados são geridos, em grande parte, pelas bureaus de crédito Serasa Experian, Boa Vista Serviços, SCPC Brasil e QUOD”.
Um levantamento realizado pelo SCP Brasil revela que entre os consumidores na faixa de até 400 pontos em seu score, mais de 20% tiveram uma queda significativa do score em julho de 2020 na comparação com o mesmo período do ano passado. Já no grupo com pontuação entre 400 a 600 pontos, 18% tiveram queda acentuada neste mesmo período. E os consumidores que ganham entre três a cinco salários-mínimos foram os mais afetados, com 23% deles registrando queda em seu score.
Campos lembra que a análise de crédito sempre foi baseada em histórico comportamental analisando o quão bom ou mau pagador esses consumidores possuem, com a criação do Cadastro Positivo, que avalia além do o histórico negativo de crédito o comprometimento com o pagamento de dívidas em dia criando um histórico para que assim também seja reconhecido como bom pagador.
O Cadastro Positivo é uma solução que possibilita uma análise mais justa em seu histórico de pagamento, levando em conta todos os pagamentos feitos corretamente e dentro da data. Com isso, a tendência é que a pontuação melhore quando as análises são feitas levando em consideração as duas variáveis e desta maneira os credores poderão avaliar o que se paga e não apenas as dívidas que se possa ter.
“Esta análise vem trazendo maior assertividade na hora da concessão do crédito, porém nesta primeira etapa do Cadastro Positivo os bureaus de crédito conseguem avaliar as informações apenas das instituições financeiras que oferecem crédito, o que ajuda na criação de novas políticas de crédito quando são integradas as informações de seu histórico negativo”, esclarece o analista e finaliza: contudo, visando reduzir ao máximo o impacto da crise no momento de conceder crédito as empresas e as pessoas físicas, as instituições financeiras foram obrigadas a revisar as políticas de crédito, levando em consideração novas métricas de avaliação de crédito com o intuito de reduzir os riscos e, com isso, continuar ajudando todos os consumidores a honrarem com os compromissos financeiros, empresas evitarem demissões e assim auxiliar a economia do país continuar saudável e girando.
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