Home Ecoverde ​ Tecnologia aproxima conservação da natureza do cotidiano das pessoas

​ Tecnologia aproxima conservação da natureza do cotidiano das pessoas

por Agência Canal Veiculação

Viajar virtualmente ao centro do maior remanescente contínuo de Mata Atlântica do país e estar imerso na biodiversidade brasileira sentindo vento, calor e até mesmo o aroma da natureza. Essas são algumas das possibilidades que os recursos tecnológicos, alguns deles inéditos no Brasil, permitem aos visitantes da Conexão Estação Natureza, exposição gratuita que está passando por dez capitais brasileiras, entre 2015 e 2016.

 

Entre as inovações, a exposição permite um tour virtual de 360 graus à Reserva Natural Salto Morato, localizada no litoral norte do Paraná, dentro do maior trecho preservado de Mata Atlântica do país. A viagem é feita por meio da tecnologia Oculus Rift DK2 (óculos de realidade virtual). Ela consiste em um visor fechado com tela de sete polegadas que exibe imagens levemente diferentes para o olho esquerdo em relação àquelas exibidas para o olho direito, causando o efeito de imersão 3D. Esses óculos de realidade virtual utilizam ainda um sensor chamado acelerômetro, que capta os movimentos executados pelos usuários do aparelho e adapta a experiência e essas movimentações.

 

Para permitir esse passeio virtual a Salto Morato, foi produzido um vídeo de curta metragem em animação gráfica 3D: ele é projetado especialmente através do Oculus Rift. “O nosso desafio foi construir um grande tour ecológico aliando a arte 3D com a realidade virtual 360 graus para reproduzir a viagem como se fosse real”, afirma Daniel Pierini, que participou da equipe de tecnologia da exposição.

 

Do passeio à Reserva na Mata Atlântica ao mergulho na exuberante natureza brasileira de todas as regiões do país. É isso que acontece no Cinema Sensorial 5D, espaço com seis telas com visão de 360 graus. Os recursos tecnológicos usados são sinestésicos e impactam diretamente no visitante, levando-o a sentir frio, calor, chuva e até mesmo aromas existentes na natureza. Essa experiência ocorre enquanto são reproduzidas nas telas imagens de tirar o fôlego sobre a biodiversidade brasileira. Os recursos do cinema são comandados e controlados por tecnologia de ponta, ainda não disponível no mercado nacional.

 

Mãos no ar, contra o aquecimento global

Outros dois recursos tecnológicos ainda foram desenvolvidos para que a Conexão Natureza amplie a aproximação entre os visitantes e a conservação da natureza. O Leap Motion, por exemplo, é um dispositivo com sensor que capta os movimentos dos 10 dedos das mãos do usuário – por meio de infravermelho, com câmeras que registram com precisão movimentos de centésimos de milímetros. Essa tecnologia permite controlar computadores usando apenas os movimentos que são feitos no ar, sem a necessidade de tocar tela. “Por meio desse aplicativo, as pessoas utilizam suas mãos para interagir em um game sobre mudanças climáticas, sem a necessidade de tocar na tela do computador”, explica Pierini.

 

Outro recurso tecnológico que também usa sensores e elimina completamente a necessidade de controles é o Kinect, que lê e interpreta os movimentos do corpo do jogador realizados durante o game. Com sensores de movimento aliados a uma câmera de detecção 3D, o aparelho mapeia o ambiente e automaticamente ajusta as suas configurações, para, em seguida, procurar por pontos no corpo de cada jogador, formando uma réplica digital tridimensional. Dessa forma, há interação direta entre o jogador e o conteúdo didático do jogo, no qual são abordados os serviços ambientais fornecidos pela natureza: purificação do ar, fornecimento de água, controle climático e fertilização dos solos, entre outros.

 

“Buscamos o que há de mais inovador em tecnologia para aproximar as pessoas que vivem nos centros urbanos da natureza, sobretudo a população mais jovem. A nossa intenção é sensibilizar a todos os públicos para a necessidade de conservação, mostrando por meio da exposição que estamos todos conectados – pessoas e natureza”, afirmou Malu Nunes, diretora executiva da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, instituição responsável pela exposição.

 

Malu destaca ainda que entre as novidades tecnológicas da exposição está a estação Power Sation, ferramenta importante para conscientizar a população sobre a emissão de gases do efeito estufa. Nela estão disponíveis três bicicletas ligadas à reprodução em tamanho real de uma árvore de médio porte. Quando as pessoas pedalam, uma calculadora instantânea apresenta em tempo real informações de quanto se está economizando de combustível fóssil durante a pedalada, além da quantidade de gases do efeito estufa que estão sendo deixados de emitir, watts gerados, distância percorrida, entre outros dados.

 

Isso é possível porque foi utilizada uma placa composta por microcontrolador que recebe e transmite informações entre as bicicletas e o computador. Dessa forma, a programação eletrônica desenvolvida faz com que as três bicicletas produzam energia necessária à iluminação completa da árvore.

 

“Na era tecnológica-urbana em que vivemos, poucas pessoas têm oportunidade de contato mais próximo com a natureza. Dessa forma, a exposição pretende aproximá-las do meio ambiente, que muitas vezes parece distante, utilizando a tecnologia para encurtar esse caminho”, resume a diretora executiva.

 

 

Sobre a Fundação Grupo Boticário: a Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza é uma organização sem fins lucrativos cuja missão é promover e realizar ações de conservação da natureza. Criada em 1990 por iniciativa do fundador de O Boticário, Miguel Krigsner, a atuação da Fundação Grupo Boticário é nacional e suas ações incluem proteção de áreas naturais, apoio a projetos de outras instituições e disseminação de conhecimento. Desde a sua criação, a Fundação Grupo Boticário já apoiou 1.436 projetos de 482 instituições em todo o Brasil. A instituição mantém duas reservas naturais, a Reserva Natural Salto Morato, na Mata Atlântica; e a Reserva Natural Serra do Tombador, no Cerrado, os dois biomas mais ameaçados do país. Outra iniciativa é um projeto pioneiro de pagamento por serviços ambientais em regiões de manancial, o Oásis.

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