Jovens empreendedores tiram suas ideias do papel com ajuda da tecnologia; games e aplicativos são soluções para tornar ensino de empreendedorismo atraente e divertido
Gadgets, jogos, aplicativos, dentre outros recursos, são apenas algumas das inúmeras ferramentas que facilitam nosso dia a dia. Muito se questiona sobre o rápido aparecimento da tecnologia, mas já é impossível imaginar o mundo sem ela. E neste cenário, muitas pessoas têm aproveitado desses artifícios para criar soluções inovadoras e que têm gerado negócios de alto impacto no país. A tecnologia é uma excelente ferramenta para tirar as ideias do papel, afinal, tecnologia e empreendedorismo sempre andaram lado a lado.
No entanto, a grande questão em torno das tecnologias está no modo como elas são utilizadas. Segundo o professor e empreendedor Marcus Linhares, não basta consumir a tecnologia com um fim nela mesma, “mas se utilizada para satisfazer necessidades tanto nossas quanto de terceiros, já passamos a vê-la como empreendedores. Isto acontece porque o empreendedor vê a tecnologia como um atalho, um acelerador ou mesmo um catalisador para algum processo ou trabalho”, explica.
Segundo Linhares, há diversas formas de aplicar tecnologia de forma empreendedora. Considerando o volume cada vez maior de informações compartilhadas na rede online, elas devem ser utilizadas para disseminar a cultura empreendedora no Brasil e no mundo, pois há ali inúmeros suportes e possibilidades de geração de negócios. Marcus Linhares é autor do e-book “C.H.O.Q.U.E.: tratamento para o surto empreendedor”, uma metodologia de modelagem de negócios para tratar os processos de gestão e o “surto” empreendedor. O principal objetivo do livro é subsidiar leigos e especialistas a transformarem suas ideias em negócios com a utilização de uma ferramenta científica e eficaz. A metodologia apresenta os principais componentes de um processo estratégico de gestão voltado para a prática empreendedora, que dão nome à sigla C.H.O.Q.U.E.: Conhecimento, Habilidade, Operacionalidade, Quanti-Qualidade, Uniformidade e Efetividade.
O livro se propõe a mostrar caminhos e técnicas a empresários, consultores, estudantes e professores, e ainda àqueles que não têm afinidade com o tema do empreendedorismo mas desejam ingressar. Segundo autor, as ideias só têm valor para o mercado quando são transformadas em produtos viáveis, ou seja, negócios sustentáveis. Por isso, a modelagem de negócios se tornou a técnica mais objetiva para mensurar a viabilidade da ideia e para criar parâmetros de tendências e variações de mercado. O e-book pode ser acessado e baixado pelo link: www.choqueonline.com.br.
Jogos empresariais
Os jogos, por si só, já são ferramentas historicamente eficazes para a diversão e aprendizado. E não são somente crianças que buscam essas ferramentas para melhorar seu desempenho nas mais diversas áreas do conhecimento. Atualmente, diversas empresas têm investido na criação de jogos empresariais como estratégias de consultoria e treinamento. Essa tendência parte da observação de empresários que dominam os conceitos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P&D&I) e que perceberam a necessidade de investir em instrumentos de capacitação de seus colaboradores. Embora seja uma tendência em ascensão no país, ainda há um grande vácuo neste mercado, devido à falta de segurança para aplicar jogos como treinamentos.
No entanto, conforme afirma Marcus Linhares, os jogos podem adquirir inúmeras vantagens. Com foco nos negócios, por exemplo, os jogos ganham o status de simuladores, podendo ser utilizado para desenvolvimento de qualquer estratégia, sejam ligadas à gestão de pessoas, finanças, marketing, logística, etc. Por meio desses simuladores os jogadores são expostos a situações de variação de mercado que os ajuda a desenvolver habilidades proativas para a resolução de problemas e tomadas de decisão, uma vez que nos jogos também existem possibilidades de errar. Com foco no empreendedorismo, os jogos têm o objetivo de enriquecer os instrumentos de Educação Empreendedora e devem ser mais incentivados nas instituições de ensino desde o ensino médio até cursos de pós-graduação, business school e treinamentos de coaching.
Exemplo disso é o jogo empresarial GestorBOX, um simulador de rede de negócios em que os usuários podem vivenciar a experiência do meio dos negócios e da cultura empreendedora superando fases que vão desde estagiários até CEO. Ao final, podem montar seu próprio negócio, investir em segmentos específicos, gerenciar e relacionar sua empresa em uma rede de mercados que é baseada em riscos concretos.
“O objetivo é incluir o empreendedorismo no cotidiano dos estudantes por meio de um jogo dinâmico, para que possam desenvolver suas ideias inovadoras desde cedo, em contato com instrumentos capazes de aliar inovação tecnológica à cultura empreendedora, de forma integrada às tendências de modelagem de mercado”, afirma o criador do GestorBOX, Marcus Linhares.
O GestorBOX foi premiado pelo Instituto ENDEAVOR e SEBRAE como a Melhor Técnica de Ensino de Empreendedorismo do Brasil em 2012 e vencedor do Desafio “Tecnologias que Transformam” da Fundação Telefônica/Vivo. O jogo pode ser adquirido pelas instituições de ensino por meio de contrato de parceria de licenciamento, que envolve o planejamento, treinamento de docentes, gestão e avaliação de desempenho. Além do jogo, as instituições podem contar com cursos de capacitação de docentes, avaliações de desempenho dos estudantes, relatórios para análise e controle e atualização semestral do game. Para jogar o GestorBOX, acesse www.redegbox.com.br.
Sobre o autor
Marcus Linhares é professor e empreendedor, formado em Administração, com mestrado em Ciências da Educação e doutorado em Biotecnologia Industrial (RENORBIO/UFBA). Possui MBA em Gestão Empresarial, especialização em Marketing e em Educação, Desenvolvimento e Políticas Educativas. É bicampeão do Prêmio Educação Empreendedora Brasil, iniciativa da Endeavor e Sebrae, como Melhor Metodologia de Educação Empreendedora do Brasil (aqui representada pela criação do jogo empresarial GestorBox, que é um simulador de rede de negócios). Linhares atualmente é professor efetivo do Instituto Federal do Piauí e Diretor do Instituto Multicom, onde trabalha com aceleração de startups, modelagem de negócios, projetos de inovação e tecnologia.