Equipe de produção visitou diversas universidades norte-americanas
para buscar referências e orientação
Como uma boa obra de ficção-científica, Operação Big Hero une dramaticidade com tecnologia de ponta. E, apesar da aparência inocente de uma animação, os produtores do filme foram a fundo para buscar referências na hora de fazer o filme em visitas a universidades como Harvard, UCLA (University of California, Los Angeles), MIT (Massachusetts Institute of Technology), entre outras, além de especialistas em robótica, física e psicologia. O resultado é uma história que encontra um equilíbrio entre ação, humor e emoção.
O enredo mostra Hiro Hamada, gênio da robótica, que aprende a utilizar sua genialidade graças a seu brilhante irmão Tadashi. Depois de estranhos acontecimentos, Hiro se une aos seus melhores amigos: o robô Baymax, a veloz Go Go Tomago, o obcecado por organização Wasabi, a especialista em química Honey Lemon e o fã de quadrinhos Fred. Determinados a solucionar o mistério e com ajuda da tecnologia eles iniciam os treinamentos para se tornarem os novos heróis da cidade.
O filme se passa em um futuro não muito distante na cidade de San Fransokyo, uma cidade que mescla duas cidades famosas — São Francisco e Tóquio. Devido à riqueza de detalhes uma nova ferramenta de renderização, chamada Hyperion, foi criada pela equipe de tecnologia dos Estúdios Walt Disney Animation. O resultado final é um visual novo e rico diferente de tudo que o público já viu na tela antes.
Uma das maiores pesquisas da equipe de produção foi para criar o robô Baymax. O diretor Don Hall, diretor do filme, e seus assistentes mergulharam no mundo da robótica para encontrar a melhor maneira de colocá-lo na tela. Hall passou algum tempo com pesquisadores na Universidade Carnegie Mellon. “Nós tivemos ótimas conversas sobre robôs na cultura popular”, diz Hall. “E eu soube que eles estavam realmente pesquisando robótica macia, muito similar ao que pensamos para Baymax, incluindo um braço de vinil que era inflável e não oferecia riscos. Ele conseguia fazer coisas simples, como escovar os dentes de alguém, mas as possibilidades eram infinitas”. A equipe também visitou universidades da Costa Leste, incluindo Harvard e o MIT. Os ambientes inspiraram os laboratórios da San Fransokyo Tech e os pesquisadores de lá ajudaram com informações sobre como a tecnologia seria posicionada no filme. “Robôs nem sempre são mostrados da melhor maneira” diz Hall.
A paixão de Hiro por tecnologia foi inspirada em parte por pesquisadores japoneses, diz Hall. “Todos foram influenciados pela cultura pop japonesa e pelos robôs que viam na animação. Seus robôs são diferentes dos robôs ocidentais. No Japão, os robôs representam a chave para um futuro de esperança. Tem a ver com tornar o mundo um lugar melhor.”
O fantástico show de Hiro para a apresentação da invenção dos microbôs também foi desenvolvido com pesquisas. “Vimos os trabalhos da UCLA com nanorrobôs — tipo de robô de nível molecular”, conta Hall.
“Depois fomos até a Carnegie Mellon University e ao MIT e nos encontramos com pessoas que fazem pesquisas em robôs minúsculos. Nossos microbôs evoluíram e embora não exista algo similar com o que Hiro apresenta no filme, a tecnologia para isso existe. Está em desenvolvimento em algum lugar, tenho certeza — ou algo parecido. Estamos tentando inovar — mas as possibilidades estão chegando perto.”
Para o final do filme, os cineastas consultaram o especialista local Sean Carroll, um físico teórico da Caltech. “Eu faço pesquisas sobre gravidade e cosmologia, o universo todo, e sobre partículas físicas e mecânica quântica”, diz ele. “Eu acho que é uma ótima sacada os cineastas relacionar as coisas avançadas que estão no filme a pesquisas do mundo real. Confere um pouco de veracidade ao filme, e os cientistas são pessoas muito criativas que também podem ter ideias bem legais.”
O resultado poderá ser visto nas telas dos cinemas brasileiros a partir de 25 de dezembro de 2014.