Saber linguagem da programação pode ajudar crianças a escapar do “analfabetismo do futuro”
O ensino dos rudimentos da linguagem da programação no ensino básico para crianças pode ser o caminho para redução do analfabetismo.
No passado, era muito importante que as crianças aprendessem a ler e a escrever dentro do período ideal.
Afinal, durante a infância, é mais simples entrar em contato e aprender novos códigos e raciocínios que deverão acompanhar o ser humano por toda a sua vida.
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Atualmente, saber utilizar a linguagem da programação em um computador é o equivalente a aprender as normas de seu próprio idioma. Se pararmos para pensar, é através dos meios digitais que o ser humano está se comunicando no século 21
Então nada mais justo do que aprender a realizar essa comunicação desde o início.
É possível que crianças aprendam a linguagem das máquinas desde cedo
Se, atualmente, para saber mais sobre o assunto, adultos precisam optar por cursos específicos ou uma graduação em ciência da computação EAD ou presencial-
A expectativa é de que no futuro isso esteja mais próximo da realidade dos jovens desde a infância.
E, talvez, esse futuro esteja mais próximo do que muitas pessoas pensam. Atualmente, já é possível encontrar online várias ferramentas, como livros, brinquedos e cursos, que têm como principal objetivo ajudar as crianças a compreender mais sobre os fundamentos e conceitos básicos de programação, tornando a aprendizagem de seus conceitos complexos mais fáceis no futuro.
Especialistas em educação defendem que a infância é o momento certo para apresentar os jovens à tecnologia da informação.
Países ensinam informática no ensino básico
Para Stephanie Shirley, uma pesquisadora de 84 anos que passou boa parte de sua vida se dedicando ao assunto, quanto antes houver esse contato da criança com a linguagem da programação, mais fácil será para ela assimilar todos os códigos e torná-los parte de sua vida.
Afinal, boa parte das brincadeiras e interações das crianças com o mundo lúdico também vem acontecendo através do meio digital.
Apesar de ter se tornado uma tendência global, o ensino de informática não faz parte do currículo escolar obrigatório no Brasil.
Em países como Inglaterra, Austrália, Finlândia, Japão e Estônia, Vietnã e Canadá onde crianças a partir de 6 anos de idade já começam a ter contato com os fundamentos da codificação na escola regular.
Consumidoras do digital
É necessário que os pais também compreendam que deve haver limites para o uso dos meios digitais por crianças.
Ainda que hoje seja usual crianças pequenas utilizarem eletrônicos, é preciso que isso seja feito sempre com a orientação de adultos e com moderação, para não prejudicar o desenvolvimento motor da criança.
Aprender as codificações também não deve significar que a criança está pronta para fazer criações;
Mas, sim, que ela está apta para consumir aquele conhecimento de uma nova maneira, mais integrada aos processos que a compõem.
Habilidades como digitar, jogar e trocar mensagens não tornam ninguém fluente em computação.
O primeiro contato com a linguagem da codificação, portanto, seria inicialmente para garantir que as crianças consigam ler e entender o que esses códigos significam.
Apenas depois de determinada idade elas seriam capazes de unir esses conhecimentos, empregando-os em novas atividades.
Linguagem lúdica
É possível que a linguagem da codificação, que parece tão complexa aos adultos de hoje em dia, seja inserida na vida das crianças de uma maneira lúdica, como se fizesse parte das brincadeiras do seu dia a dia.
Uma das invenções mais promissoras sobre esse tema foi feita por um brasileiro, no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), uma das instituições mais respeitadas no mundo quando o assunto é tecnologia.
Leo Burd é o responsável, juntamente com Mitchel Resnick, pela criação da plataforma online gratuita chamada Scratch, que ensina às crianças, de maneira divertida e lúdica, como programar.
A plataforma é indicada para jovens a partir de 6 anos de idade.
Entre as brincadeiras propostas pelo brasileiro para o ensino de crianças, está estimular as crianças a dar ordens a um robô digital a partir da linguagem da codificação.
Além de tornar as crianças mais fluentes na língua dos códigos digitais, isso também poderá estimular o conhecimento de outras áreas do saber, principalmente do raciocínio lógico, como a matemática ou até mesmo a música.