A agência Reuteurs divulgou ontem imagens de um pedaço do foguete chinês Longa Marcha 4B, usado para enviar ao espaço o satélite sino-brasileiro CBERS-3 na segunda-feira. Devido a falhas nas turbinas do veículo lançador, o instrumento de observação não se posicionou corretamente na órbita terrestre e acabou caindo. A peça foi encontrada por moradores da Vila Sanxi, na província chinesa de Jiangxi.
O Longa Marcha 4B é um modelo muito utilizado no programa espacial chinês, contabilizando mais de 30 lançamentos bem-sucedidos. No entanto, um desligamento antecipado de 11 segundos no funcionamento do motor causou a destruição do CBERS-3. O imprevisto ocorreu na terceira fase de lançamento, realizado no Centro de Lançamentos de Satélites de Taiyhuan. A operação de envio era responsabilidade chinesa, mas o projeto foi feito em parceria com o Brasil, que investiu cerca de R$ 150 milhões na construção do satélite.
Continuidade
O projeto e a parceria terão continuidade. Os dois países já declararam que apressarão a construção do CBERS-4 para substituir o equipamento perdido. O objetivo é não depender das imagens de satélites colhidas por outras nações para monitorar, por exemplo, o desmatamento na Amazônia. O CBERS-3 seria o quarto satélite da parceria entre Brasil e China a entrar em órbita. Os outros modelos enviados alcançaram seu objetivo, mas já estão desativados. O material produzido por eles foi útil para projetos de órgãos como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), além de universidades. O objetivo do projeto conjunto entre os dois países é reforçar esse monitoramento, com imagens de mais qualidade.