Enduro de resistência marca último dia de competições.
Eles precisam passar em testes de conforto, motorização, dirigibilidade, resistência, suspensão, aceleração e tração. Não.
Não se trata dos novos lançamentos do mercado automobilístico, mas de carros projetados e desenvolvidos por estudantes de engenharia;
Da Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Distrito Federal;
Que participam da etapa nordeste da Competição Baja SAE Brasil, realizada até este domingo (12), no Senai Cimatec, em Piatã.
Nesse domingo, à partir das 9h, os participantes realizaram um enduro de resistência no estacionamento;
Da Associação Atlética do Banco do Brasil (R. Dep. Paulo Jackson, 869), também em Piatã.
A prova é aberta ao público interessado e uma estrutura de venda de bebidas;
(Água e refrigerante, as bebidas alcoólicas são vetadas nesse evento) e comida, além de arquibancada para o público.
O Evento
Ontem, os 16 times participaram de provas de dinâmica (suspensão, tração, aceleração e dirigibilidade) e avaliações de segurança, conforto e motorização.
Confiante pelo primeiro lugar na apresentação do projeto, o estudante Guilherme Cantalice;
Da Universidade Federal de Pernambuco, vibrava pelo bom resultado da sua equipe nas outras provas.
“Se depender da vibração da galera e do nosso empenho, esse ano, conquistaremos um destaque na competição”, torcia.
Ano passado, a equipe Cactus Baja SAE, da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa);
Foi a vencedora da competição regional, disputada pelas 17 equipes inscritas.
Protótipos
Os veículos Baja SAE são protótipos de estrutura tubular em aço, para uso fora-de-estrada;
Com quatro ou mais rodas e motor padrão de 10 HP, que devem ser capazes de transportar pessoas com até 1,90m de altura e com até 113,4 kg.
Os sistemas de suspensão, transmissão e freios, assim como o próprio chassi, são desenvolvidos pelas equipes,;
Que têm, ainda, a tarefa de buscar patrocínio para viabilizar o projeto.
Retorno de um Guerreiro
Formado pela Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) e empregado na Caraíba Mineradora;
O engenheiro Thiago Galvão é um veterano na competição, mas não perdeu o gosto por ajudar os antigos colegas e a antiga faculdade.
“Esse é o tipo de evento que une todo mundo e desenvolve uma característica muito apreciada nas empresas atualmente que é a capacidade de trabalhar em grupo e pensar num projeto como um todo, desde o plano de negócios, a captação de recursos até a montagem do produto final”;
Explica Thiago, destacando que sua experiência no Baja, durante a graduação, foi determinante para seu ingresso no mercado de trabalho.
“Volto para matar as saudades, rever o pessoal e não perder a possibilidade de manter acesa essa chama de união em nome da engenharia no nordeste”, completa.
Essa é a primeira vez que o evento é realizado em Salvador – antes, ocorria em Camaçari.
De acordo com o diretor do evento, Rodolfo Lopes, essa é a oportunidade dos estudantes de engenharia colocarem em prática tudo o que aprendem em sala de aula.
Profissionalismo
“Apesar de serem estudantes, tudo é muito profissional e até mesmo a única equipe que não conseguiu trazer o próprio carro, chegou com o espírito de cooperação que marca essa competição e foram auxiliar o pessoal do Senai e das outras equipes a ajustarem seus carros”;
Completa Rodolfo, ressaltando que a etapa do Nordeste é preparatória para a Competição Baja SAE Brasil;
De âmbito nacional, que é realizada anualmente no primeiro semestre do ano seguinte;
No interior de São Paulo, com a participação equipes de todas as regiões do país.
Ele destaca ainda que o Brasil sempre se destaca nas competições mundiais.
“Temos uma engenharia de ponta sendo feita nas universidades do país.
Podemos não ter o recurso financeiro de alguns centros, mas não falta talento para essa moçada”;
Completa ele, afirmando que as empresas costumam buscar os participantes do Baja para integrarem seus quadros funcionais.
“Se um pai ou uma mãe quer mostrar ao filho o valor da engenharia, o lugar é aqui”, completa.
Competindo e atualizando
Diretor do evento no Nordeste Rodolfo Lopes destaca que essa é a oportunidade dos estudantes de engenharia colocarem em prática o que aprendem
Segundo o presidente da SAE Brasil Mauro Correia, os programas estudantis como esse motivam os jovens à carreira de engenharia.
“Nas competições, conseguimos estabelecer os desafios encontrados na prática profissional e que levam muito além do conhecimento acadêmico adquirido na sala de aula”.
Da Bahia participaram quatro equipes:
Universidade Estácio de Sá – Equipe Piratas da Engenharia;
Senai Cimatec – Equipe Calango Tec Baja;
Universidade Federal da Bahia (Ufba) – Equipe Carpoeira;
E por fim a Universidade Salvador (Unifacs) – Equipe Mandacaru Baja SAE.