Por Ricardo Althoff
O modelo de franquia é bastante disseminado no mundo todo. Já há uma certa familiaridade com suas regras e processos. Não é a toa que só em 2014, esse mercado faturou R$ 127 bilhões e registrou um crescimento de 7,7% em relação ao ano anterior no Brasil. O número de novos negócios e de unidades franqueadas vem crescendo há vários anos. Entretanto, apesar das mais otimistas expectativas, esse é um setor que precisa de renovação.
Para 2016, a ABF – Associação Brasileira de Franchising estima que o crescimento do faturamento do setor continue com as mesmas margens, entre 7% e 9%. Pode parecer um crescimento sólido, porém a verdade é que ele está relativamente estagnado. Por mais que ainda haja bons negócios a serem feitos, uma mudança de visão sobre o setor se faz necessária, a fim de que esses patamares de crescimento voltem a subir significativamente.
Foi justamente para isso que o modelo White Label, a marca branca, nasceu. Para aqueles que não estão familiarizados com o nome, comum fora do Brasil, mas ainda novidade em terras verde e amarelas, o White Label é um modelo de negócio bastante usual e que traz ganhos significativos tanto para o fornecedor quanto para o licenciado.
O modelo, focado para o mercado de franquias de serviços, consiste em fornecer o know how necessário para o funcionamento do negócio, assim como o suporte – porém excluindo a necessidade de se utilizar a marca do “franqueador”, que passa a vender uma licença de marca branca para que a sua empresa venda serviços usando o sistema e infraestrutura padrão, mas sob uma marca própria.
É uma maneira de garantir serviços de qualidade, com um suporte padronizado. Ao desenvolvedor, cabe a excelência. Ao licenciado, a habilidade de captação de clientes. Isso leva a um baixo investimento e uma menor burocracia. Fornecendo a licença, mais barata do que a da compra de uma franquia, o licenciado tem toda a liberdade para gerir sua empresa conforme desejar – sem o modo engessado como a franquia trabalha.
As vantagens estão em ambos os lados. O fornecedor oferece um produto de qualidade e garante uma anuidade fornecendo suporte, e o licenciado trabalha a sua própria empresa, sem estar preso a regras que muitas vezes beneficiariam um outro franqueado e não a ele, mas pelo modelo, é obrigado a seguir.
A flexibilidade permite que haja adequação ao público, à região, e à ambição do licenciado. O White Label se adequa ao licenciado, ao seu público alvo, e permite que o fornecedor seja livre para melhorar seu produto, sem se preocupar com detalhes do dia a dia de uma franquia.
É um modelo muito mais independente e pautado em um mercado cada vez mais empreendedor, que quer aplicar ideias novas e crescer com suas próprias escolhas, mas não tem como investir em uma empresa própria, desenvolvendo produto e infraestrutura.
Um dos fatores primordiais é o regionalismo. Nem toda região consegue suprir a demanda do dono da rede de uma franquia. Cada lugar é um cenário diferente, porém o franqueador não quer saber disso. As possibilidades de negócio se tornam desiguais entre unidades.
Com o White Label há oportunidade idêntica para todos. Essa tendência já vem mostrando que em um mercado cada vez mais amplo é a flexibilidade que permitirá às empresas passarem por todas as turbulências econômicas, e se desenvolverem ao seu máximo. Vale a pena analisar essa opção mercadológica, sair do modelo engessado e galgar algo mais. As vantagens são inúmeras.
Ricardo Althoff é CEO da Seu Professor Empreendedor & Negócios.
Sobre a Seu Professor Empreendedor & Negócios: www.seuprofessor.com.br