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Tecnologia auxilia atendimento de H1N1

por Plantão da Redação
Com demanda intensificada e risco de desencadeamento de complicações graves, as unidades de saúde buscam soluções para organizar e agilizar os fluxos de atendimento de casos suspeitos de gripe A causada pelo vírus H1N1. Já ultrapassa 100 o número de mortes confirmadas pela gripe este ano em todo o Brasil, de acordo com o boletim do Ministério da Saúde divulgado na semana passada. Até o final do mês de março, foram 686 pacientes atendidos em unidades de saúde com complicações decorrentes da contaminação pelo vírus. Os números já superam a quantidade de casos registrados em todo o ano passado.

São Paulo é o estado com número mais expressivo de diagnósticos registrados: do total de óbitos, 70 ocorreram no estado. O surto, que não era esperado para esta época do ano, fez com que o estado tivesse que antecipar o calendário de vacinação nas redes públicas.

Prontos-socorros já sentem impacto

Só no Hospital da Unimed em Americana, na região metropolitana de Campinas (SP), foram mais 700 atendimentos de casos suspeitos este ano. De acordo com Rafael Barbato, coordenador de enfermagem da unidade, o movimento fez com que o hospital adotasse medidas especiais para lidar com a demanda. “Quando um paciente chega à unidade de atendimento com sintomas evidentes de uma síndrome gripal, antes mesmo da triagem, recebe uma máscara descartável para evitar o contágio dentro da unidade”, explica.

O motivo da preocupação é evidenciado nos dados publicados pelo ministério da saúde: 90% das mortes por gripe decorrem da contaminação pelo vírus H1N1. Isso porque, dentre todas as variedades da doença, é o H1N1 o maior responsável por desencadear a chamada síndrome respiratória grave aguda (SRAG), quadro caracterizado por dificuldades para respirar e piora dos sintomas da gripe. “A SRAG pode ocorrer no paciente com síndrome gripal, mas não necessariamente irá ocorrer em todos os pacientes. Quando houver suspeita de SRAG, há indicação de internação, já que o paciente poderá evoluir para insuficiência respiratória e morte”, esclarece Artemis Kílaris, infectologista do Hospital da Unimed de Americana.

Já dentro da unidade de atendimento, o paciente com suspeita de contaminação pelo H1N1 passa por exames laboratoriais e recebe o tratamento necessário para alívio dos sintomas. Nos casos mais graves, é encaminhado para a unidade de internação.

Tecnologia é aliada

Para evitar que pacientes como esses aguardem por muito tempo, a unidade adota um sistema de classificação de risco baseado em fluxogramas de sintomas, dos quais a saturação de oxigênio no sangue é uma das medidas que determina a suspeita de uma SRAG. “É uma forma de evitar que esses problemas passem despercebidos, já que nosso sistema não permite que um paciente com saturação baixa seja classificado como pouco prioritário”, afirma Rafael.

Há quase um ano, o hospital adotou uma solução tecnológica que sistematiza a classificação de risco, agilizando o atendimento e colaborando para que erros de triagem sejam minimizados. Sistema exclusivo criado no Brasil, o equipamento desenvolvido pela mineira ToLife conta com medidores clínicos acoplados – incluindo um oxímetro de pulso que avalia a saturação do paciente e envia as informações direto para o sistema. “Assim, garantimos que um paciente que pode estar sofrendo um SRAG seja assistido com rapidez e segurança”, completa Rafael.

“Sem nossa solução, o processo de identificação da prioridade pode levar cerca de 8 a 15 minutos. Os produtos e serviços da ToLife contam com métodos adaptáveis para cada unidade de saúde, agilizando o atendimento e gerando amparo legal para médicos e gestores”, explica Leonardo Carvalho, CEO da empresa e idealizador do projeto. A tecnologia é capaz de reduzir o tempo de acolhimento na classificação de risco em uma média de um minuto e meio.

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