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‘Profissões deixam de existir, mas surgem outras’, diz consultor da ABB

por Paulo Fernandes Maciel
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O efeito real sobre o impacto da robotização no número de empregos é incerto.

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Defensores do processo, visto como irreversível, afirmam que diversas profissões vão desaparecer.

Mas outras surgirão, a exemplo do que ocorreu nas revoluções industriais anteriores.

“Em países com maior índice de robotização, como Coreia, Cingapura, Japão e Alemanha, a taxa de desemprego é baixa”;

Diz o presidente da ABB no Brasil, Rafael Paniagua.

De acordo com dados de 2015 e 2016, nesses países o desemprego varia de 2,2% a 6,1% da população economicamente ativa (ver quadro acima).

O Brasil, apesar do baixo índice de robotização, registrou taxa de desemprego de 11,6% em 2016, decorrente em boa parte da crise econômica.

“Estamos vivendo o desemprego conjuntural, mas a reorganização do processo produtivo também terá impacto no desemprego estrutural”;

Afirma o secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Aroaldo Oliveira da Silva.

Ele reconhece, porém, que se o Brasil não acompanhar a transformação industrial muitas empresas podem levar a produção para outro local.

“Na Alemanha, onde nasceu a Indústria 4.0, sindicatos e governo buscam intensificar a qualificação dos trabalhadores;

No Brasil ainda não vemos essa preocupação por parte do governo.”

Para Marcelo Cioffi, da PwC, é certo que o mercado de trabalho será impactado, mas ao longo dos anos haverá uma acomodação.

“Novas tecnologias promovem mudanças no mundo todo e profissões deixam de existir, mas outras surgem.” O Brasil levará um bom tempo até essa etapa.

Para ele, uma onda consistente de robotização pressupõe altos investimentos e;

No momento, a maioria das empresas não está preparada para essa mudança radical.

“Além disso, embora alto, o custo da mão de obra brasileira ainda é menor do que em muitos países e, por isso, vários processos de automação devem ser postergados.”

José Rizzo, presidente da Associação Brasileira de Internet Industrial;

Defende uma mobilização entre empresas, governo e sociedade para qualificar as pessoas e facilitar o empreendedorismo.

“É preciso repensar a forma de ensino e facilitar a criação de empresas de tecnologia”.

Para Rizzo, ainda que parte dos funcionários perca o emprego, a automação vai salvar as vagas de quem ficar.

“As empresas hoje avaliam quão viável é manter a operação em um país;

Se não for, levam para outro e todas as vagas são perdidas.”

Novos postos e novas profissões.

Na MAN, fabricante de caminhões da marca Volkswagen e onde o uso de robôs será quadruplicado, não haverá cortes.

“Pode até haver contratação”, diz o presidente da empresa, Roberto Cortes.

Para ele, o novo processo produtivo e a nova linha de produtos ajudarão nas exportações, o que pode exigir mais mão de obra.

A meta é ampliar de 15% para 30% a produção para o mercado externo.

As informações são do jornal O Estado de São Paulo.

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