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Pesquisa nacional inédita retrata fielmente o empreendedorismo inovador

por Agência Canal Veiculação

“Empreendedores de Impacto: as dores e as delícias de inovar em Educação”, pesquisa do Instituto Inspirare conduzida pelas empresas Alas e Mariposa, mostra que novos atores têm surgido para se aliar aos empreendedores brasileiros na busca por inovar para solucionar os complexos desafios da educação brasileira. A pesquisa qualitativa traz um completo panorama do ecossistema de negócios de impacto com foco na Educação, abordando desafios; oportunidades; sustentação financeira (fundos de investimento, aceleradoras; investidores-anjo, governo, fundações e institutos); modelos de negócio e societário – e as etapas da Jornada do Empreendedor.

Realizada em sete capitais – São Paulo, Rio de Janeiro, Florianópolis, Maceió, Porto Alegre, Recife e Belo Horizonte – com 50 empreendedores de negócios de impacto em Educação, a pesquisa serviu de ponto de partida para a construção da plataforma Apreender, empreender na aprendizagem (www.apreender.org.br) que reúne um conjunto expressivo de referências e recursos capazes de apoiar os empreendedores em cada etapa da caminhada.

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Está em curso no Brasil um movimento transformador em que novos atores têm se aliado aos agentes tradicionais de Educação na busca de respostas para inovar na solução dos complexos desafios apresentados para educar crianças, jovens e adultos. No cerne dessa transformação estão empreendedores de impacto interessados em garantir que cada estudante do país desenvolva as capacidades que precisa para realizar o próprio projeto de vida. São profissionais de diversas áreas, dispostos a criar empresas capazes de aliar sustentabilidade financeira e a promoção de avanços de aprendizagem dos alunos. É sobre essas pessoas – desafios, dilemas e oportunidades envolvidos nessa jornada – que trata a pesquisa qualitativa Empreendedores de Impacto: as dores e as delícias de inovar em educação, coordenada pelo Instituto Inspirare e produzida pelas empresas Alas e Mariposa.

Como contribuir para que esses empreendedores sejam mais bem-sucedidos e consigam oferecer soluções de qualidade que ampliem a equidade, qualidade e contemporaneidade da educação brasileira? Essa foi a questão que motivou o Instituto Inspirare a promover a pesquisa Empreendedores de Impacto com o objetivo de investigar e compartilhar os dilemas, alegrias e anseios de 50 empreendedores de sete capitais. A partir da trajetória desses empreendedores – e as etapas da Jornada do Empreendedor – o estudo busca oferecer informações relevantes para os demais atores do ecossistema, incluindo investidores e aceleradoras.

Umas das conclusões da pesquisa é que a visão do ecossistema de negócios de impacto ainda é turva. Os empreendedores têm dificuldades em identificar quem são os atores e quais papéis cada um deles exerce. Um dos entrevistados da pesquisa revela que “quando iniciamos, nós não tínhamos a mínima ideia deste ecossistema e do quão complexo e difícil ele é”.

O resultado da pesquisa serviu de ponto de partida para a construção da plataforma “Apreender, empreender na aprendizagem” (www.apreender.org.br), que reúne um conjunto expressivo de referências e recursos capazes de apoiar os empreendedores em cada etapa da caminhada. “O intuito do material é reunir, em um mesmo ambiente, um conjunto expressivo de referências e recursos capazes de apoiar os empreendedores em cada etapa da sua caminhada. Desejamos que o estudo inspire a todos e que a plataforma seja apropriada e expandida pelo esforço conjunto daqueles que acreditam na importância de fortalecermos a capacidade da sociedade brasileira de gerar soluções inovadoras e transformadoras para a educação”, afirma Anna Penido, diretora-executiva do Instituto Inspirare.

Segundo Ana Flávia Castro, gestora do Projeto Iniciativas Empreendedoras do Instituto Inspirare, a pesquisa revela que dependendo do perfil, motivação, informações e apoios que o empreendedor acessa, a trajetória empreendedora pode ser mais ou menos árdua. “As 50 entrevistas mostram que o empreendedor pode tropeçar menos e avançar mais à medida que reconhece o próprio perfil; compreende as potencialidades e riscos; e acessa informações e ferramentas que orientam a jornada e fortalecem o negócio. Conhecer o que está por trás da jornada empreendedora, todas as etapas envolvidas, por si só também pode orientá-lo melhor”, avalia a coordenadora do estudo.

Para cada etapa da jornada de empreender em educação, foi feito um trabalho dedicado de avaliação de determinados padrões de comportamento e atitudes que acendem luzes negativas ou positivas sobre a trajetória, com o objetivo de ajudar os empreendedores a reconhecerem o que mudar e em que momento. A partir da faísca inicial que motiva a abertura do negócio, foram apontadas diferentes jornadas: mais sentido na vida; mais educação; mais startup; mais sob demanda; mais serviço; e mais ocasião.

Ana Flávia afirma que a boa notícia é que existe um ecossistema em formação, com diversos atores que podem se conectar melhor. “No caso dos empreendedores, há uma evidente intenção de melhorar a qualidade da educação brasileira pela motivação que levou a maioria dos entrevistados a empreender: seja pela busca de um propósito de vida, seja pela paixão pela educação, pela oportunidade de melhorar algo que não funciona bem, ou de beneficiar mais pessoas. A busca pelo impacto é o que dá sabor e sentido, e garante a resiliência desses empreendedores. O desafio é transformar a intenção em algo efetivo “, finaliza.

Metodologia

O estudo Empreendedores de Impacto – as dores e as delícias de inovar em Educação foi conduzido pelas empresas Alas e Mariposa, dirigidas por Lívia Hollerbach e Mariana Fonseca, respectivamente, em sete capitais: São Paulo, Rio de Janeiro, Florianópolis, Maceió, Porto Alegre, Recife e Belo Horizonte. Na fase de planejamento, a amostra investigada foi definida em parceria com especialistas do universo de negócios em educação. Na sequência, foi realizada uma mesa de discussão com especialistas para o levantamento de hipóteses de campo – trabalho desenvolvido pela equipe do Instituto Inspirare com 16 profissionais que estão à frente de fundações, institutos, aceleradoras e fundos de investimento de impacto, além de três empreendedores de negócios de impacto com foco em educação. No campo, foram conduzidas 50 entrevistas em profundidade – média de duas horas de duração – com empreendedores das sete capitais e em estágios distintos do negócio. A amostra foi ponderada de acordo com a expressão do ecossistema de cada cidade.

A fase final foi um encontro com especialistas para o refinamento das informações detectadas no campo. Um workshop foi realizado em São Paulo com a coordenação do Instituto Inspirare; um grupo de participantes definiu conceitos e organizou os feedbacks relativos ao ecossistema impacto no Brasil. Nessa fase, participaram oito profissionais que estão à frente de institutos, aceleradoras e fundos de investimento de impacto – além e um empreendedor com jornada de negócio de referência.

A pesquisa será apresentada no dia 25 de agosto, no Transformar 2015 – principal evento sobre inovação em educação no país. Programação completa:http://transformareducacao.org.br/

DESTAQUES DA PESQUISA

Perfil dos empreendedores de negócios de impacto Educação

– Homens e mulheres; jovens e mais maduros; pessoas com muito ou quase nenhum recurso financeiro; bons e maus alunos; apaixonados pelo setor da educação e não apaixonados; homens de negócio com uma visão clara; professores dedicados; hackers do sistema; e prodígios inquietos em busca de sentido para a vida. A diversidade de perfis de empreendedores mostra o quanto o mercado de startups de impacto – especialmente em educação – ainda não tem uma cara, uma persona que faça mais sentido ou que esteja apta a viver os desafios dessa jornada.

– Mesmo tendo perfis distintos, os empreendedores têm em comum o fato de serem desbravadores de um ecossistema novo; entram de cabeça nessa Jornada e sofrem as dores e as delícias de serem pioneiros. A pesquisa identificou perfis mais “conceituais”, subdivididos em “o desbravador” (cara de pau e resiliente) e “o carente” (colo, informação, desapego, dinheiro e autoconhecimento).

Estágio do ecossistema

– A pesquisa mostra que o ecossistema de impacto em educação está emergindo, portanto – em uma visão macro – encontra-se em desenvolvimento. Não está claro o entendimento da Jornada do Empreendedor e dos diversos atores envolvidos. Temos, sobretudo no Sudeste, empreendedores buscando uma articulação e integração entre diversos personagens do ecossistema. Mas, quando ampliamos a visão e olhamos para fora de São Paulo, vemos que há muito por fazer.

– Com referências, cases e entrevistas com atores do ecossistema de negócios de impacto, a plataforma www.apreender.org.br dissemina informações para que o empreendedor tenha mais clareza sobre negócios, impacto, educação e os atores desse ecossistema. O estudo mostra que a falta de clareza sobre os atores e seus respectivos papeis faz com que fique mais difícil empreender e entrar no radar de fundos de investimento, institutos e fundações. Por outro lado, investidores e aceleradoras também mostram os desafios para encontrar empreendedores – sobretudo os em fase inicial.

Por que empreender em Educação?

– Há alguns gatilhos que movem os profissionais em direção aos negócios com impacto em educação. Analisando o contexto inicial e as histórias que alimentam o desejo por empreender, pode-se dizer que há seis diferentes portas de entrada, chamadas de gatilhos pelo estudo. São eles: busca por sentido (busca dos insatisfeitos com a rotina de trabalho, o foco da carreira e as perdas pessoais derivadas da opção e carreira); educação (paixão pela educação, pessoas que têm claro o impacto que gostariam de gerar no setor; projetos com visão pessoal); e startup (empreendedor; visão clara do negócio desde o primeiro dia; empreendedores que começam com o desejo de adentrar o mundo das startups).

– Há empreendedores que relatam ainda que foram fisgados pela oportunidade (especialistas em ferramentas tecnológicas que adentram pela demanda de algum cliente novo ou a partir de projeto já iniciado); por desenvolver um serviço, sob demanda (têm uma visão para a resolução de problemas; muitos já sentiram na pele ou presenciaram o abismo existente entre a escola e o mundo contemporâneo); ou por ocasião (educadores, gestores ou profissionais com experiência em educação que trazem conhecimento cotidiano da sala de aula; são os primeiros a descobrir e criar soluções com base nessa bagagem). É claro que os desejos internos também fazem parte desse contexto, mas não foram a centelha inicial.

– A plataforma traz o case do alagoano Endhe Elias, que encontrou nos índices negativos de educação do Estado uma motivação para criar um negócio – a plataforma MeuTutor, que ajuda alunos a estudar português e matemática para a avaliação, por meio de conteúdos que usam a lógica dos games. Mestre em computação, Elias se envolveu com educação depois de anos de pesquisa em laboratório. “Fiz a primeira versão e mobilizei 15 alunos de diferentes faixas etárias para testá-la. Com os feedbacks, aperfeiçoei a solução”, conta o empreendedor, acrescentando que construiu, a partir das análises dos alunos, outros módulos.

Professores e tecnologia em educação

– Ao contrário da crença que “professores são resistentes à inovação, a pesquisa identifica empreendedores que contaram com a adesão do educador na solução apresentada pelo negócio.

– A plataforma traz histórias como a do empreendedor Felipe Correia, da Eduqa.me, que enfrentou esse desafio e mudou o foco do modelo de negócios de venda para escolas para venda para professores. “Conseguimos quebrar uma barreira que parecia enorme, que era vender a ideia para os gestores escolares antes de chegarmos aos professores, e começamos a falar com quem realmente está enfrentando o problema que buscamos solucionar”, resume. Ao longo do percurso percorrido com o empreendimento, porém, novos desafios apareceram, como a falta de familiaridade dos educadores com a tecnologia, o ciclo mais curto de contratos e um volume menor de vendas quando comparado ao modelo de venda para escolas. No entanto, a história de Correia não é regra. Cada empreendimento tem uma especificidade e contará com vantagens e desafios no meio da jornada.

Entendimento e relacionamento com aceleradoras

– O estudo aponta que há um desalinhamento de expectativas, que pode causar frustração nos empreendedores. Sem saber bem o que esperar dos processos – principalmente de aceleração e relacionamento com institutos e fundos – muitos criam expectativas de encontrar soluções que não cabem àquele determinado ator; ou que não são valores de determinada organização. A expectativa de muitos empreendedores é de que as aceleradoras vão ajudá-lo a encontrar um negócio para a sua ideia.

– Na plataforma, depoimento de Maure Pessanha, diretora-executiva da Artemisia, organização pioneira na disseminação de negócios de impacto social, explicando o papel da Aceleradora. “Uma aceleradora é uma parceira de negócios e ajuda os empreendedores a, de fato, acelerar o crescimento dos negócios, tendo participação societária ou não na empresa. O nosso grande objetivo é ajudar o empreendedor, principalmente abrindo portas para o mercado, conectando com investidores e com potenciais clientes”, afirma. No tópico “Aceleradoras”, contatos da Artemisia, Aceteratech, Quintessa, Wayra, Yunus Social Business, Social Good Lab, Startup Nave, Turbo Negócios Sociais, Start Ed Fundação Lemann e Startup Farm.

Percepção sobre o papel dos financiadores

– Os empreendedores acreditam que o papel de patrocinadores ou financiadores é investir em protótipos. Na prática, os empreendedores se aproximam de fundações e institutos por acreditarem que as próprias ideias são ricas para a educação – mas, são ideias/projeto não, necessariamente, negócios ou poderiam ter um modelo de negócio.

– Com essa percepção, correm o risco de se tornarem prestadores de serviços – não negócios. O dinheiro que entra em caixa acaba adiando a mudança para o status de consultoria ou startup; adia, inclusive, a criação de um produto mínimo viável. Há uma expectativa de boa parte dos empreendedores de que os institutos ou fundações façam a ponte entre diferentes stakeholders, inclusive com o governo, outros empreendedores e especialistas em educação de impacto.

– Como existem poucas organizações, de fato, olhando para negócios em educação e para inovação em educação, esses atores são uma luz no fim do túnel para os que estão buscando melhorar seus serviços e produtos. Eles têm a reputação de prezar pela educação e menos por retorno financeiro. Suprem, muitas vezes, o papel de mentores especializados em educação que, segundo os empreendedores, são algo extremamente raro de encontrar.

– Na plataforma há uma lista de fundos de investimento – Criatec, First Impact Invest, GAG Investimentos, Gera Venture Capital, Grid Investments, Mov Investimentos e Vox Capital – com os respectivos contatos.

Possibilidades de financiamentos

– A pesquisa mostra que a iniciativa privada tem se aproximado de algumas startups, visando agregar mais valor às marcas. Para tanto, patrocinam protótipos e lançamentos de produtos. Essas empresas podem ajudar como um canal de distribuição para empresas (B2B), sendo intermediárias entre o negócio e o cliente final. Essas empresas também se tornam um cliente inicial (early adopter) que arca com o desenvolvimento de uma solução para depois absorvê-la e comercializá-la no mercado após validação desse cliente beta.

– Muitos programas do Governo – sejam de fomento à pesquisa, sejam de cultura ou educação – podem ser aliados de empreendedores ou nas fases iniciais do negócio. O subsídio do Governo foi uma solução encontrada por muitos empreendedores oriundos do universo da educação, da cultura e das ONGs. Isso ocorre, sobretudo, em cidades com menos acesso a investimento-anjo e um ecossistema de startups/negócios de impacto.

Processo de vendas

– Os empreendedores, mesmo os com experiência no universo de negócios e vendas, dão ênfase ao fato de que é sempre necessário vender o produto/ serviço para três interlocutores. O primeiro é aquele que vai pagar a conta: pais, diretores ou Governo. O segundo é quem de fato vai aplicar ou administrar as soluções: principalmente professores (em alguns casos diretores e pais). Por último, mas ainda muito importante, são os próprios alunos, usuários finais da maior parte dos produtos/serviços.

– A pesquisa mostra que vender para uma secretaria ou um diretor, por exemplo, sem o apoio e a proposta de valor clara para os professores, pode resultar em perda de tempo e muitas frustrações com os resultados. Muitos incluem esse serviço de formação ou instrução do professor como parte do pacote de venda. Alguns empreendedores chegam a dizer que os professores se sentem valorizados ou têm sua atuação reconhecida por conta dos produtos.

A solicitação da apresentação completa da pesquisa pode ser feita pelo e-mail: [email protected]

INSPIRARE

Criado em 2011, o Inspirare é um instituto familiar cuja missão é inspirar inovações em iniciativas empreendedoras, políticas públicas, programas e investimentos que melhorem a qualidade da educação no Brasil. O trabalho tem como foco quatro objetivos complementares: mapear, produzir, difundir e compartilhar referências sobre tendências e inovações em educação; fomentar a geração de soluções educacionais inovadoras; experimentar soluções educacionais inovadoras em territórios estratégicos para gerar impactos locais e referências para escala; criar condições para a incorporação de inovações educacionais por redes públicas em larga escala.

 

O Inspirare desenvolve quatro programas

Porvir: utiliza estratégias de comunicação e mobilização social para informar a sociedade sobre tendências e inovações educacionais e orientar práticas educacionais inovadoras.

Iniciativas Empreendedoras: fomenta, fortalece e articula empreendedores e negócios de impacto social que propõem soluções educacionais inovadoras.

Laboratórios Educativos: articula poder público, comunidades e escolas para experimentarem inovações educacionais e inspirarem novos modelos e práticas pedagógicas. Educação Pública Inovadora: incide sobre políticas públicas e apoia redes de ensino no desenvolvimento e implantação de inovações educacionais.

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