A Amdocs apresentou dados relevantes da pesquisa “The Rise of The New Enterprise Consumer”, realizada no começo do ano com três mil pessoas, em 10 países, incluindo o Brasil e o México. O estudo coletou informações sobre a mudança de comportamento dos consumidores desde o início da pandemia global e quais são as oportunidades para empresas do setor de telecomunicações e tecnologia.
Segundo Clayton Cruz, presidente da divisão Caribe e América Latina da Amdocs, “A pandemia gerou uma transformação de comportamentos e necessidades. Com a adoção do home office, muitos viram que esse modelo funciona e, a partir disso, foi observado o crescimento das necessidades empresariais nos lares, especialmente na América Latina, que demonstram maior propensão de continuar com essa rotina do que o restante do globo”.
No Brasil, o tempo médio de trabalho em casa – pensando em consumo de internet – era de 3h41min e hoje passou para 6h44min. O México tem um comportamento parecido ao brasileiro, de 3h a mais, enquanto o restante do globo, em um cenário anterior ao da pandemia, tinha uma média de 3h4min de trabalho feito em casa e hoje tem 4h59min, um acréscimo de duas horas. O estudo aponta que o aumento do uso da internet e da quantidade de usuários é um desafio para as operadoras. Até porque a internet oferece instrumentos para o trabalho, mas não se restringe a isso e muito do lazer também está atrelado às horas de navegação. Segundo a pesquisa, globalmente, houve aumento nas horas em frente às telas para acompanhar streamings. No Brasil, o valor era de 2h41min e hoje é de 3h43min. A média global era de 3h4min e passou para 5h4min.
O mesmo acontece com a TV, já que antes da pandemia, o brasileiro passava 2h51min na frente da televisão e hoje passa 3h48min. Essa diferença também foi registrada globalmente: em um cenário anterior, chegava a 2h53 e hoje é de 4h14min. Outro dado interessante é que os latino-americanos, em comparação com o restante do mundo, foram os que mais atualizaram ou adquiriram serviços de conteúdo, ou seja, filmes, músicas e jogos online. No Brasil, 49% já tinham algum serviço, 18% adquiriram um novo e 5% fizeram um upgrade no que já tinham. No México, 56% eram os mexicanos com algum streaming, 12% adquiriram e 8% atualizaram os seus. Do ponto de vista global, 37% já tinham, 12% foram os novos ingressantes e 4% deram um boost nos serviços.
Com todos esses dados, a Amdocs se propôs a entender quais eram os recursos de internet que se tornaram importantes neste contexto pandêmico. Para o Brasil, a cobertura de wi-fi (56%) e uma navegação estável na web (53%) são os pontos mais importantes, sem contar que 39% votaram que a velocidade atual vs o que é prometido pelas operadoras também deve ser notada. Os provedores de internet precisam garantir no país que a internet atenda aos planos dos usuários. No México, 39% dos usuários acham que uma internet em que, simultaneamente, dê para trabalhar e navegar é o recurso mais importante. Para os especialistas, a priorização do tráfego da internet no México seria um ótimo recurso para ser adicionado aos serviços de CSPs.
Sobre as preocupações relacionadas ao serviço doméstico de internet durante a pandemia, a pesquisa concluiu que os latinos têm mais preocupações com a conectividade do que a média global (México tem 58%, Brasil e Globo têm 50%). No entanto, mundialmente há uma maior preocupação com os ataques cibernéticos, além de mau funcionamento básico de acesso. O estudo também mostra que, em relação ao valor agregado que as operadoras podem oferecer, os usuários latino-americanos estão mais interessados nesses serviços do que o restante do mundo. Segurança (Br 56%, Mx 52% ) e nuvem (Br 47%, Mx 45%) são os que mais atraem estes públicos.
Com esse estudo, é possível concluir que a pandemia mudou muitos hábitos de consumo e colocou muitos desafios a serem enfrentados. Aperfeiçoar os serviços é essencial para ter um destaque no mundo pós-pandêmico. Vence aquele que souber aproveitar melhor as oportunidades.