Quem iria imaginar que o maior emissor de carbono do mundo iria se tornar líder em produção de energia renovável? A China, que também tem o pior índice de poluição do ar, segundo dados de 2016 da Organização Mundial da Saúde, agora está no topo da lista dos países que mais produzem energia solar.
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China planeja construir maior fazenda de energia solar do mundo
De acordo com o relatório da Administração Nacional de Energia (NEA) divulgado no último final de semana, a capacidade fotovoltaica chinesa mais do que dobrou: subiu para 77,42 gigawatts no final de 2016, com um acréscimo de 34,54 gigawatts ao longo do ano. Considerando que 1 gigawatt seria o suficiente para abastecer uma cidade com 1,5 milhão de habitantes, é uma façanha e tanto.
Entre as províncias que tiveram o maior aumento na capacidade estão Shandong, Xinjiang e Henan. Já as regiões de Gansu, Qinghai e o interior da Mongólia alcançaram potência máxima no fim do ano.
Com os EUA perto de recuar em acordos climáticos, a China parece estar pronta para assumir a liderança mundial em energia limpa. Até 2020, segundo o plano de desenvolvimento traçado por sua Agência Nacional de Energia, a China pretende instalar mais de 110 gigawatts em sua capacidade de energia solar, investindo mais de US$ 360 bilhões no projeto.
Momento crítico
O investimento em energias renováveis acontece em um momento em que a China enfrenta problemas sérios de poluição atmosférica. Em dezembro de 2016, dez cidades decretaram alerta vermelho, apresentando níveis de partículas tóxicas até 30 vezes maiores do que o limite permitido, segundo a Organização Mundial de Saúde.
A névoa poluente, chamada de “smog”, reduziu a visibilidade a quase zero e cancelou centenas de voos em Pequim. Cerca de cem milhões de chineses foram orientados a ficar em casa. De acordo com a OMS, tais partículas poluentes podem causar ataques cardíacos prematuros, câncer de pulmão, acidente vascular cerebral e problemas respiratórios.