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Como eu vejo o mercado brasileiro atual!

por Carlos Xandelly

Quem conseguir chegar ao fim do ano sem débitos, mesmo sem nenhum lucro, pode se considerar um vencedor. Em meio a uma crise avassaladora que foi demandada com escândalos políticos no começo deste ano, não é de se esperar ou projetar crescimento ou soberba financeira.

Carlos Xandelly

“… eu ainda acredito no Brasil e acredito ainda mais nos brasileiros. O povo é criativo, esforçado e usa da imaginação para criar novas oportunidades…” – Carlos Xandelly

Passar pelo ano de 2015 serviu de uma experiência, mesmo sendo extremamente negativa, como um agregado de expertise e de planejamento, coisas que nunca fui muito bom; talvez por ser muito otimista e acreditar demais nas ‘pessoas’.

Eu talvez seja um velho teimoso, mas ainda acredito demais no Brasil e em todo o potencial que ele tem, não através dos seus governantes, mas sim, pelas pessoas e pelos ‘brasileiros’ que sem nenhuma sombra de dúvidas é um dos povos mais inteligentes e que mais tem imaginação e criatividade de todo o planeta.

Pesquisando na internet e usando o google como referência, a gente desanima, são centenas de milhares de artigos que são lançados a esmo e sem nenhum sentido, cheios e carregados de pessimismo e de negativismo. Tudo bem e até entendo que o mar não está para peixe, mas não podemos abandonar o barco ou jogar nossa rede fora diante a atual situação sócio econômica e ficar somente criticando, é preciso buscar soluções, saídas emergentes e presentes.

Vou mencionar como base um mercado e segmento que entendendo um pouquinho, afinal são mais de 20 anos acompanhando e escrevendo sobre Tecnologia, especificamente sobre portáteis, acessórios gamers e componentes para computadores assim como eletroeletrônicos.

Lembrando este cenário, é notório e de conhecimento de todos que a situação iniciou uma leve queda lá em meados de 2012/2013 onde a ‘massa’ começou a migrar seus computadores pesados e gigantes por ultrabooks e portáteis, não somente por seguir uma tendência que viria a ser esmagadora nos próximos anos, mas talvez por se tratar de um certo quesito: comodidade e portabilidade.

Acompanhei esta mudança em 2013 durante o Campus Party Brasil, fiz uma pesquisa rápida projetando bancadas com equipamentos usados e cheguei num resultado de quase 60% dos campuseiros estavam utilizando notebooks ao invés de computadores e desktops. Mas isto não é o fim do mundo e tão pouco os fabricantes mais inteligentes poderiam tomar como base e parar de investir e creditar seus esforços neste segmento, afinal ele representa ainda uma fatia muito interessante e suculenta em números. Graças a algum resquício de sabedoria e expertise, dois ou tres ótimos e grandes fabricantes como a Cooler Master, Thermaltake e Gigabyte seguem o oposto adotado por outros fabricantes, estes continuam criando e oferecendo oportunidades a quem lhes bater à porta, mesmo que em proporções reduzidas.

Fabricantes e seus agenciados a partir de junho e julho deste ano começaram uma investida muito agressiva na contenção de gastos e custos operacionais principalmente em Marketing e presença de mídia. Não que estejam no rumo errado ou agindo equivocados, mas é claro e óbvil que nos momentos de crise e de quedas é necessário marcar maior presença e dar literalmente ‘cara a mostra’, mostrar-se presente significa fazer parte da mídia, solidificar parcerias e apoios estratégicos.

Quando se retrai um pouco ou totalmente, a marca, o produto deixa de ser visível e certamente os consumidores desacreditam e ‘esquecem’ da sua seriedade e responsabilidades junto ao mercado em que atua. Não citarei nomes para não criar constrangimentos e por questão ética, mas conheço dois grandes fabricantes que se encontram justamente nesta situação: forte e agressiva contenção total de custos – fato que entendo como muito triste e desagradável, afinal como disse em epígrafe eles não deveriam entrar neste sentido de significados e entenderem que marketing e patrocínios não é custo e sim INVESTIMENTOS e pessoalmente não gostaria que tomassem o mesmo rumo da MSI (Fabricante que em meados de 2013 ficou devendo ao OverBR mais de 3 mil dólares e depois acabou fechando suas portas e desaparecendo do Brasil com suas dívidas e compromissos firmados e deixados para trás), naquele ano tive que amargar com o pesadelo de ter tomado um imenso calote da MSI.

Dispensar funcionários, cancelar contratos de agências de marketing e cortar patrocínios e marketing pode ter em um curtíssimo espaço de tempo um efeito totalmente inverso e extremamente negativo para o mantenedor da empresa ou fabricante aqui no Brasil.

Como sempre acreditei e tento ser otimista na medida da razão, espero realmente que fabricantes, empresas e agenciados comecem a enxergar e entender que custos operacionais de mídia não deveriam ser encarados como ‘gastos’ e sim como INVESTIMENTO.

Mas nem tudo parece estar assim tão péssimo, no segmento de portáteis e smartphones (mesmo com alguns pontos de retração devido a economia) estão conseguindo contabilizar taxas de crescimento e aumento de vendas e participação. Para 2016 se a economia e o poder de compra melhorarem, certamente este ainda será um dos segmentos mais comentados com suas taxas de crescimento, o certo é dar um tempinho e deixar acontecer, deixar fluir e esperar um 2016 bem melhor.

Calma ! Quando você pensar que está ruim tudo poderá ficar ainda PIOR !

eletronico

Caso a MP 690 seja aprovada, fabricantes de smartphones, tablets e computadores não contarão mais com isenção de impostos e os valores devem ter acréscimo final ao consumidor em até quase 20% ou mais no valor de venda ao varejo dentro deste segmento.

Caso a infeliz medida provisória seja aprovada (MP 690) LEIA AQUI E ETENDA – tudo poderá piorar de vez e radicalmente, afinal desde 2005 fabricantes de tablets, smartphones e principalmente COMPUTADORES, estavam isentos de recolherem PIS e COFINS, o que na prática resulta em um valor de até 15% em média mais baixo na venda final. E caso este MP seja provada pelo congresso o cenário poderá infelizmente fica bastante ruim e catastrófico no quesito de competitividade e consumo.

Não é o momento de jogar a toalha ou de sufocar o sonho, mas sim de planejar, parar e repensar meios para sobreviver e angariar fundos, parcerias e patrocínios. O Sonho não deve ser jogado ao vento, continuar na perseverança e acreditar é a diferença entre perdedores e vencedores. O jeito é aguardar até o fim deste ano para ver o que o congresso irá resolver neste sentido e como será a resposta dos fabricantes.

Mas e o mercado Brasileiro ???

Pois é, aqui que realmente vem a dúvida e que torna tudo este cenário uma real e presente incógnita. O que será do dolar no Brasil, como será a economia em 2016, e tantas outras dúvidas ainda pairam nas melhores cabeças de economistas e estudiosos do assunto. O que será ? Bom, espero realmente que tudo isto não se torne uma imensa bola de neve precipício abaixo e com final fantasmagórico !!! Pois é….. quem é vivo verá.

Eu tenho certeza que dias melhores devem vir, novas soluções e uma forte presença global do mercado brasileiro em suas novas tendências e inovações, afinal o povo brasileiro é cheio de criatividade e possui um jogo de cintura incrível, o jeito é ter um pouquinho de paciência e planejamento para sair deste marasmo e suportar alguns dias de seca antes da chuva abundante desejada e aguardada para outros anos em pouco espaço de tempo ! Pois é…. quem for vivo verá…

Aproveito para enaltecer os créditos que fabricantes como Cooler Master, GIGABYTE e Thermaltake agregam aos seus seguidores, equipes, turmas e clãs… estes fabricantes dentro deste cenário fazem acontecer e possuem uma visão diferentes de outros.

No que depender dos nossos esforços estamos patos a mudanças e passamos por um momento crítico, enfim, se suportamos até o presente momento contando com quase nenhum tipo de apoio ou sustento financeiro, não temos o porque fecharmos nossas portas e encerrar nossas atividades, mas provavelmente teremos que rever nosso trabalho e nossa participação mais presencial. Esperamos que o quadro mude e que melhoras aconteçam, mas sem estar apoiado financeiramente é muito difícil de continuar nesta labuta e neste segmento totalmente instável e sem nenhum tipo de visão certeira para um futuro incerto e não sabido !

Quem, viver, verá ! 2016, o ano das mudanças… Vai Brasil !

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